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Produção

Campanha agrícola 2017-2018 com crescimento nominal na produção

Produções de pomares e vinhas com boas perspetivas

A campanha 2017/2018 saldou-se por uma produção de 5,8 milhões de toneladas de culturas agrícolas e produção de carne e ovos (6,4 milhões de toneladas em 2017), 1,1 milhões de hectolitros de azeite (1,5 milhões de hectolitros em 2017), 5,9 milhões de hectolitros de vinho (6,6 milhões de hectolitros em 2017) e 19,8 milhões de hectolitros de leite (19,0 milhões de hectolitros de leite em 2017), avançam os mais recentes números do Instituto Nacional de Estatística (INE).

O tomate para a indústria gerou, em 2018, uma produção de 1,2 milhões de toneladas (1,7 milhões de toneladas em 2017), contribuindo com 21,1% do volume total de produção (25,6% em 2017). A produtividade alcançada em 2018 foi semelhante, mas o acentuado decréscimo da área levou à redução da produção.

 

A produção de carnes, com um nível de produção próximo ao apurado em 2017, contribuiu com 15,4% do volume de produção total (13,8% em 2017), registando-se aumentos nas produções de carne bovina (+3,1%, correspondente a 94 mil toneladas) e suína (+1,4% com 383 mil toneladas) e decréscimo da produção de carnes de ovino e caprino (-0,2% para uma produção total de 16,9 mil toneladas) e aves de capoeira (-1,7%, correspondente a uma produção total de 382 mil toneladas).

O acréscimo de produção da carne bovino deveu-se, por um lado ao período de seca que obrigou os produtores, por falta de alimento para os animais nas pastagens, a encaminhar para abate os bovinos adultos (novilhas e vacas) e por outro à conjuntura do resgate promovido pelas cooperativas leiteiras para compensação dos produtores de leite que estivessem dispostos a abandonar a produção, o que determinou a um maior abate de animais de aptidão leiteira.

 

O aumento da produção de carne de suíno beneficiou de um aumento do efetivo no final de 2017, do aumento do peso médio ao abate dos porcos de engorda e da diminuição do efeito de sazonalidade no abate de suínos com os turistas que, ao passarem a visitar o país durante todo o ano, atenuaram as quebras habituais de consumo no período da quaresma e no período pós-férias/regresso às aulas. A diminuição da produção de aves de capoeira deveu-se sobretudo à redução da produção de frango (-3,6%) devido à quebra significativa da importação de pintos do dia (-78%).

O volume de produção de hortícolas, em 2018, aproximadamente 896 mil toneladas (936 mil toneladas em 2017), representou 15,4% do volume total de produção (14,5% em 2017).

 

A produção de 874,5 mil toneladas de cereais de primavera/verão (milho e arroz), que compara com 924,9 mil toneladas, em 2017, representou 15,1% do total da produção de 2018 (14,4% em 2017). A ocorrência de fenómenos extremos de vento e precipitação, associados à tempestade Leslie, foi uma das causas para o decréscimo de produção para além do decréscimo de área em resultado da instalação tardia das sementeiras.

As 576 mil toneladas de frutos frescos (683 mil toneladas em 2017), representaram 9,9% do volume total de produção em 2018 (10,6% em 2017). A produção de pomóideas (peras e maçãs) baixou quase 20% em relação a 2017, devido a condições climatéricas desfavoráveis na fase de floração/vingamento dos frutos, agravada pelas precipitações intensas sob a forma de granizo e pela onda de calor do início de agosto. Nas prunóideas, a produção de pêssego beneficiou de condições meteorológicas muito favoráveis na fase de floração/vingamento dos frutos e registou um aumento de produção que se situou 11,5% acima da média do último quinquénio. A produção de cereja baixou, sobretudo devido às más produções do interior norte.

 

Os pomares de citrinos tiveram em 2018 uma produção de 403 mil toneladas (374 mil toneladas em 2017), o que representou 6,9% do volume total de produção (5,8% em 2017). A entrada em produção de novos pomares contribuiu para este incremento, com a produção de laranja a atingir o nível mais elevado desde 1986.

Em 2018 foi produzido 1,1 milhões de hectolitros de azeite (1,5 milhões de hectolitros em 2017). Não obstante o decréscimo verificado face à campanha precedente, a ocorrência de duas campanhas consecutivas com produções acima de 1 milhão de hectolitros é uma situação pouco comum. Analisando os cem anos de dados estatísticos, esta ocorrência apenas se tinha verificado nos anos de 1956 e 1957.

As vindimas de 2018 geraram uma produção vinícola de 5,9 milhões de hectolitros (6,6 milhões de hectolitros em 2017), reflexo do decréscimo de produção em quase todas as regiões vitivinícolas (Alentejo e Algarve foram exceções).

A produção global de leites em 2018 totalizou 19,8 milhões de hectolitros (19,0 milhões de hectolitros em 2017). O acréscimo de produção foi essencialmente suportado pelo aumento da produção de leite de vaca na Região Autónoma dos Açores, uma vez que no Continente a necessidade de ajustar a produção aos níveis contratualizados levou a uma produção ligeiramente inferior à apurada no ano precedente.

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