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Análise BTC

Crescimento, online e sazonalidade

Crescimento, online e sazonalidade

O mercado português dos Bens Tecnológicos de Consumo (BTC) voltou a crescer em 2018, aproximando-se ainda mais dos valores máximos registados em 2007. O crescimento o ano passado cifrou-se em 6%, o que correspondeu a mais cerca de 142 milhões de euros.

Por áreas de negócio, é preciso destacar que apenas Fotografia apresentou uma evolução de mercado negativa em valor – à semelhança do que se vem passando nos últimos anos -, tendo todas as demais registado incrementos, com especial enfoque para o Entretenimento e as Telecomunicações (+9%), e para os Grandes e Pequenos Domésticos (+7%). Depois e, apesar das tendências anuais positivas, Eletrónica de Consumo (+4%) e Informática (+3%), cresceram abaixo da média anual.

 

Relativamente à importância de cada uma das áreas de negócio, as Telecomunicações destacam-se das restantes como sendo a área que, simultaneamente, é a mais importante na atualidade e a que mais peso tem ganho dentro dos BTC’s. No sentido inverso, temos a Informática que, na falta de lançamentos de produtos claramente disruptivos, tem vindo a perder alguma da sua importância nos últimos anos.

É, igualmente, relevante referir que as áreas dos Grandes e Pequenos Domésticos têm registado recordes de faturação e importância nos últimos anos.

 

Dentro do mercado dos BTC’s, o comércio online não para de ganhar importância. Pela primeira vez na Europa Ocidental, a representatividade deste tipo de comércio ultrapassou um quarto de mercado, ficando nos 26,4% do total. Convém referir que, este tipo de comércio, tinha em 2010 metade da importância que tem hoje.

Portugal apresenta o menor peso das vendas Online de toda a Europa Ocidental. Em 2018, o Online obteve um peso de 7,1%. Apesar do valor registado o ano passado, a evolução relativamente ao ano anterior foi bastante positiva, dado que o peso registado em 2017 era de apenas 5,2%.

 

Significa isto que o mercado físico tem os dias contados? Por aquilo que vemos e pelas opiniões que recolhemos dos consumidores, em vários estudos internacionais que levamos a cabo, concluímos que, cada vez mais, caminhamos para uma situação de coexistência dos diferentes tipos de comércio, todos interligados entre si. No entanto, o comércio online foi um dos responsáveis pelo reajustamento do universo de pontos de venda, que o mercado dos BTC’s tem assistido.

Só na Europa Ocidental, entre todos os canais ativos para o mercado dos BTC’s, a GfK estima que tenham desaparecido cerca de 43.000 pontos de venda, na sua maioria lojas de canais especialistas. Em contrapartida, estimamos a existência de cerca de 15.000 sites B2C. Em Portugal, a tendência tem sido semelhante, com as lojas especializadas a verem o seu universo bastante reduzido, especialmente nos últimos 10 anos. Os canais que têm evolução positiva são os formatos de retalho mais recentes, que apareceram ou se desenvolveram muito já no século em que estamos, nomeadamente, as Cadeias Multiespecialistas, as Lojas Telecomunicações e os canais especializados no mercado de Informática (Lojas Informática e Canal Profissional de Informática).

 

Por último, falta falar sobre a sazonalidade nas vendas deste mercado. Esta é uma das alterações mais recentes e com maior impacto dos últimos anos, fomentado pelo Black Friday (BF).

Nos países analisados pela GfK e, onde o conceito do BF já foi introduzido, o impacto direto na sazonalidade é enorme. Na realidade, a importância do mês de novembro no total ano não tem parado de crescer, levando consigo também o incremento de importância de outubro, especialmente em detrimento do mês dezembro. Ao mesmo tempo, num mercado onde o fator promocional mais agressivo tem vindo a diminuir, o BF apresenta-se, cada vez mais, como a grande promoção do ano. Não será de estranhar que, em vários mercados, a importância do BF seja já superior ao período natalício. Em Portugal essa situação ainda não ocorre, mas essa tendência existe também no nosso país.

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