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Jerónimo Martins: “Uma força de trabalho diversa aumenta positivamente o desempenho de uma organização”

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Num contexto organizacional cada vez mais orientado por valores sociais e humanos, as políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) deixaram de ser apenas compromissos éticos para assumirem um papel central nas estratégias de crescimento e sustentabilidade das empresas. E para a Jerónimo Martins este é um compromisso sério.

O FTSE Diversity & Inclusion Index – Top 100 reconhece precisamente este compromisso, distinguindo as empresas cotadas em bolsa que mais se destacam na promoção de ambientes de trabalho diversos e inclusivos. O Grupo Jerónimo Martins integrou recentemente este prestigiado índice, alcançando a 46.ª posição a nível global. Trata-se da única empresa portuguesa, e a única representante do setor de “supermercados e lojas de conveniência”, a constar neste ranking internacional, que avalia mais de 15.500 empresas em todo o mundo.

 

Para perceber o que está por detrás deste reconhecimento internacional, a DISTRIBUIÇÃO HOJE conversou com uma fonte oficial da Jerónimo Martins, que nos explicou como a diversidade, a inclusão e o desenvolvimento das pessoas foram promovidos a pilares estratégicos da cultura organizacional da retalhista.

Ao longo da conversa, foram partilhadas as iniciativas que estão a transformar a cultura interna da organização, evidenciado o papel crescente da diversidade e inclusão como motor de inovação, coesão e desempenho nas operações do Grupo. Além disso, a empresa também reafirmou o seu compromisso em continuar a explorar este caminho, procurando novas formas de transformar estes conceitos em impulsionadores de crescimento e impacto positivo.

 

– De que forma a presença no “FTSE Diversity & Inclusion Index” influencia a reputação da Jerónimo Martins no mercado nacional e internacional?
A integração no índice “FTSE Diversity & Inclusion Index – Top100” constitui mais um momento relevante para o Grupo Jerónimo Martins e que confirma as suas boas práticas numa cidadania corporativa responsável. Este índice junta-se aos mais de 140 índices de sustentabilidade nos quais o Grupo marca presença e que sinalizam o desempenho de referência na promoção de locais de trabalho diversos e inclusivos.

O facto de o Grupo Jerónimo Martins ser a única empresa portuguesa e a única da indústria “supermercados e lojas de conveniência” a figurar neste índice, que analisa mais de 15.500 empresas cotadas em bolsa em todo o mundo, é um motivo de satisfação e dá-nos motivação adicional para continuarmos a aprofundar a nossa abordagem neste domínio da diversidade e inclusão.

 

– Em que áreas a Jerónimo Martins mais se destacou, segundo o índice?
A metodologia do FTSE Diversity & Inclusion Index – Top 100 tem por base a recolha de 24 indicadores de entre quatro pilares – Diversidade, Inclusão, Desenvolvimento de Pessoas e Controvérsias –, recorrendo a informação pública e a uma equipa de mais de 700 analistas. As 100 empresas mais bem classificadas são selecionadas para o índice, sendo organizadas de acordo com a pontuação global de Diversidade e Inclusão, numa escala de 0 a 100 pontos. O Grupo Jerónimo Martins conquistou uma avaliação de 74,25 pontos.

Entre os indicadores analisados estão, por exemplo, a existência de serviços de apoio aos filhos dos colaboradores, como creches em Portugal, a existência de políticas que contribuem para o equilíbrio da vida pessoal e profissional, a percentagem de mulheres em cargos de gestão e a percentagem de colaboradores com deficiência e/ou incapacidade.

 

IEFP distingue empresas da Jerónimo Martins como Entidade Empregadora Inclusiva

– Este reconhecimento influencia a forma como os consumidores percecionam a marca e a sua responsabilidade social?
Dadas as características do nosso negócio e da relação de proximidade com as comunidades, acreditamos que tudo aquilo que fazemos contribui para a perceção que os consumidores formam sobre o Grupo.

Como parte integrante do nosso sentido de cidadania corporativa, assumimos, de forma clara e comprometida, a incorporação de preocupações ambientais e sociais na condução dos nossos negócios. No domínio social, isso passa pela adoção de políticas e práticas que promovam o respeito e a defesa dos direitos humanos e dos princípios da diversidade e inclusão.

– Quais as iniciativas que implementaram para promover políticas de DEI na empresa?
Enquanto Grupo internacional, com operações em diferentes países e uma multiplicidade de negócios e funções, a diversidade é parte essencial do que somos. Valorizamos as características e capacidades únicas de cada colaborador, pois acreditamos que a soma das diferenças individuais fortalece as equipas, aumenta a capacidade de inovar e contribui para sermos um empregador representativo das comunidades em que nos integramos.

A implementação de programas e iniciativas que visam tornar o Grupo e as suas companhias mais diversos, equitativos e inclusivos é uma realidade que tem vindo a ser trabalhada ao longo do tempo, aprimorando e consolidando práticas que foram sendo reconhecidas a nível nacional e internacional.

De entre os vários programas desenvolvidos pelo Grupo e pelas companhias, destacamos de seguida algumas iniciativas como uma ilustração do trabalho que está a ser implementado no terreno, sobretudo no âmbito da igualdade de género, da diversidade de gerações e da inclusão social.

A diversidade geracional da nossa força de trabalho constitui um fator crítico de sucesso para a sustentabilidade dos nossos negócios e das nossas lideranças. Promovemos a contratação e criação de oportunidades de desenvolvimento para pessoas de todos os escalões etários e encorajamos a cooperação entre as diferentes gerações. Em 2024, contratámos 24.208 pessoas com menos de 30 anos e 1.847 pessoas acima dos 50 anos.

Ainda neste domínio, destacamos que a Biedronka e a Hebe têm em vigor programas de formação que visam aproximar as diferentes gerações que compõem as equipas, focando na comunicação intergeracional, cooperação, feedback e cultura de apreciação. Para captar o melhor que cada geração tem para oferecer às restantes, implementámos as JM Talks, sessões de inspiração e partilha de conhecimento de negócio entre líderes experientes e juniores do Grupo.

– Neste sentido, que balanço fazem do Programa Incluir?
No Grupo Jerónimo Martins adotamos uma abordagem inclusiva em relação às comunidades a que pertencemos, criando oportunidades de emprego, formação e desenvolvimento também para aqueles que enfrentam desvantagens no acesso ao mercado de trabalho. O exemplo mais paradigmático desta abordagem é o Programa Incluir, lançado em 2015 em Portugal, como objetivo criar oportunidades de formação e contratação de pessoas com deficiência e/ou incapacidade, migrantes, refugiados e pessoas em situação social de risco. O programa segue uma metodologia customizada a cada caso, começando com o recrutamento e seleção conduzidos por uma equipa técnica especializada em reabilitação e reinserção social, e englobando formação em competências psicossociais e formação prática em contexto de trabalho (primeiro, em contexto de simulação e, depois, em contexto real), assim como a adaptação do posto de trabalho (física ou da função).

Desde o seu lançamento, em 2015, o Programa Incluir abrangeu 2.059 pessoas. Além da formação e integração destas pessoas, merece ser destacada a formação dada a colaboradores do Grupo, que assumem o papel de tutores neste programa,  preparando-os para acolher, integrar, acompanhar e maximizar o potencial do formando que irão receber. Os tutores também recebem a formação de “Liderança para a Diferença”, que foi criada especificamente para sensibilizar os líderes e dar-lhes ferramentas para gerirem a diferença, acolhendo, acompanhando e desenvolvendo cada pessoa, sem enviesamentos inconscientes. Até 2024, esta formação chegou a 4.546 líderes.

Jerónimo Martins

– Neste âmbito, que outros projetos gostariam de destacar?
Um outro exemplo que gostaríamos de destacar no domínio da diversidade e inclusão é um programa implementado pela empresa do Grupo dedicada ao agribusiness, a Jerónimo Martins Agro-Alimentar (JMA). A JMA tem uma elevada necessidade de contratação de colaboradores de nacionalidade não-portuguesa. A companhia criou uma equipa dedicada ao recrutamento e integração destes colaboradores e desenvolveu uma abordagem integrada que, entre outros aspetos, inclui formação em português, soluções de mobilidade e habitação, e apoio legal e fiscal. Para os trabalhadores não colaboradores estrangeiros que suportam as campanhas sazonais de agricultura foi criado um guia prático de acolhimento em dez línguas (incluindo tailandês, hindi e nepali) com informação essencial sobre saúde e segurança no trabalho e bases para uma boa comunicação.

– Quais os desafios que enfrentaram ao implementar estas práticas e como foram superados?
A diversidade é parte intrínseca da nossa maneira de ser e um princípio que guia a nossa atuação. Acreditamos que o respeito e a valorização das diferenças entre os colaboradores produzem benefícios coletivos, permitindo-nos alcançar um sucesso sustentável e duradouro.

As nossas políticas de inclusão têm merecido distinções nacionais e internacionais de referência. Desde 2021 que a holding do Grupo Jerónimo Martins tem a distinção Marca Entidade Empregadora Inclusiva atribuída pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), tendo subido ao nível de Excelência em 2023. Também o Recheio Cash & Carry é Marca Entidade Empregadora Inclusiva desde 2021 e o Pingo Doce tem esta distinção desde 2023.

Fruto do trabalho que desenvolvemos nesta matéria, o Financial Times e a plataforma online Statista reconheceram o Grupo Jerónimo Martins, em 2024, pelo segundo ano consecutivo, como Líder em Diversidade.

O Programa Incluir foi premiado na primeira edição dos European Commerce Awards, do EuroCommerce, como a melhor prática na categoria Qualificação e Inclusão. Mais recentemente, foi o Fórum Económico Mundial também a distinguir o Programa Incluir como um de oito case-studies em destaque no “Diversity, Equity and Inclusion Lighthouses 2025 Insight Report”, que revela iniciativas empresariais de grande impacto social desenvolvidas em todo o mundo.

– Existe uma correlação entre as políticas de DEI implementadas e o desempenho financeiro do Grupo ou satisfação dos colaboradores?
Acreditamos que uma força de trabalho diversa aumenta positivamente o desempenho de uma organização a todos os níveis. Como empregadores de referência, estamos comprometidos a impactar positivamente a vida dos nossos colaboradores que, todos os dias, contribuem para a construção e valorização dos nossos negócios. Como resultado do trabalho competente que procuramos levar a cabo, da eficiência das nossas operações, da força das nossas marcas e das nossas posições de mercado, remuneramos de forma consistente os nossos investidores.

– Como asseguram que as políticas de inclusão são eficazes em todas as regiões onde operam?
Enquanto Grupo internacional, com operações em diferentes países, a diversidade é parte essencial do que somos. Contamos com mais de 139 mil colaboradores, dos quais 7,5% eram de nacionalidade estrangeira relativamente aos cinco principais países de operação (Polónia, Portugal, Colômbia, Chéquia e Eslováquia). Fruto do crescimento das nossas operações, somos um empregador cada vez mais diverso, multicultural e multigeracional, com 87 nacionalidades no Grupo e quatro diferentes gerações nos nossos locais de trabalho.

As nossas políticas de gestão de recursos humanos guiam comportamentos conscientes e alinhados com o Código de Conduta, garantindo a prática e a promoção de padrões éticos baseados na justiça, na não-discriminação e na igualdade de oportunidades, independentemente da origem, género, orientação sexual, religião, idade, estado civil, situação familiar, nacionalidade, etnia, deficiência, convicções políticas ou ideológicas, filiação sindical ou qualquer outro critério, em todos os níveis da organização e para todos os colaboradores. Temos ainda rotinas de monitorização estabelecidas que permitem validar e garantir o cumprimento e a consistência destas políticas.

– A políticas de DEI estão refletidas também nos conselhos de administração e cargos de chefia?
No que concerne à igualdade de género, assumimos o compromisso de garantir ambientes de trabalho equilibrados e equitativos, nos quais as oportunidades dadas a homens e mulheres têm por base, acima de tudo, o mérito. Procuramos assegurar o equilíbrio entre géneros em todos os níveis da organização e em todos os processos de gestão de pessoas. A igualdade salarial que alcançámos nos principais países em que operamos demonstra a importância que damos a estas matérias.

A nossa força de trabalho é maioritariamente constituída por mulheres (76,0%), à semelhança do que se observa no setor de distribuição alimentar, o que se verifica também nas posições de gestão e de liderança. Em 2024, 69,1% dos cargos de gestão e 51,7% dos cargos de liderança (níveis funcionais, strategic e managerial) eram ocupados por mulheres. Na Direção Executiva do Grupo, 40% dos membros eram mulheres.

Entre os resultados conquistados na promoção da igualdade de género, destaca-se o rácio salarial entre mulheres e homens a manter-se acima do mercado, nos 98,5%. Para lá chegarmos, seguimos uma estratégia que está definida no Plano para a Igualdade entre Mulheres e Homens, suportado num conjunto de instrumentos de diagnóstico interno e externo e que nos guia na concretização de quatro pilares de atuação: Formalização da igualdade entre mulheres e homens em políticas e procedimentos, Monitorização de indicadores de género, Facilitação da integração da vida profissional, pessoal e familiar e Capacitação e consciencialização para a igualdade entre mulheres e homens dentro e fora do Grupo.

A nomeação e substituição dos membros do Conselho de Administração é decidida na Assembleia Geral Anual de Acionistas. As propostas de perfis para os órgãos sociais são fundamentadas tendo por base a adequação, conhecimento e currículo, sendo incentivado que as propostas considerem requisitos de diversidade, em particular a atenção à diversidade de género, nos termos da lei, e que contribuam igualmente para a melhoria de desempenho e para o equilíbrio da sua composição.

– Quais os próximos passos ou metas da empresa para continuar a melhorar em matéria de diversidade e inclusão?
É nosso objetivo continuar a dar seguimento à política e às boas práticas de diversidade e inclusão que temos vindo a desenvolver, enquanto procuraremos preparar o Grupo e as suas companhias para responder da melhor maneira possível aos desafios que, com certeza, se vão colocar a médio e longo prazo neste domínio.

Jerónimo Martins no Top50 de ranking mundial de Inclusão e Diversidade

 

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