O impacto das medidas implementadas pelo governo no combate à inflação poderão estar a começar a ter o efeito desejado. Nomeadamente no que toca à medida IVA Zero. Segundo os dados do estudo Shopper Insights da Kantar, para o segundo trimestre de 2023, percebe-se que o volume por ida às compras aumentou 4.1%, sendo que a frequência de visita aos espaços comerciais diminuiu 1,4%.
De acordo com os dados coligidos e trabalhados pela Centromarca, com a redução do IVA em produtos considerados essenciais os consumidores estarão também a conseguir, via essa poupança, fazer outros gastos em produtos em que a redução dos impostos não se fez sentir.
“Nestes, o volume por ato de compra teve um aumento de 6% e o gasto por cada compra cresceu 3%. As categorias que mais cresceram foram as dos produtos de limpeza para a casa, as cervejas, o marisco e a pastelaria. Já no cabaz do IVA Zero, o volume de cada ato de compra aumentou apenas 1%.”, explica-se em comunicado.
As Marcas de fabricante também terão saído a ganhar. De acordo com o explicado, dentro do cabaz onde o IVA foi reduzido a zero, as MDF registaram um aumento de quota de marcado de 2,5 pontos percentuais em relação às marcas de distribuidor (MDD), sendo que as categorias como o leite UHT e bebidas vegetais, o arroz, o óleo ou o atum em lata foram aquelas em que as MDF mais beneficiaram. A redução do gap de preço levou alguns consumidores a regressarem às marcas da sua preferência quando, nos últimos períodos, tinham optado por escolher as MDD.
“Os dados provam que, quando o preço deixa de ser um fator tão relevante, os portugueses não hesitam e optam pelas marcas de que mais gostam”, diz Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca. “Para estas marcas, é cada vez mais importante apostarem na sua força e reconhecimento, para serem top of mind neste momento de escolha. E aqui entram os fatores que os consumidores em Portugal já reconhecem como muito positivos nas marcas de fabricante: a capacidade de desenvolverem produtos inovadores, de se renovarem, de personalizarem a sua oferta e irem ao encontro dos vários nichos do mercado”.
“Do total de gastos dos portugueses com alimentação e bebidas, 68% foi para consumo in home. Para comerem fora, os consumidores apostam agora em ocasiões de consumo menos dispendiosas, como pequenos-almoços, almoços e lanches e não tanto, por exemplo, em jantares. 58% dos inquiridos admitem ter alterado os seus hábitos de consumo tendo em conta o contexto de inflação e o aumento geral dos preços”, explica-se também em nota de imprensa.
 Portugueses vão mais às compras, mas compram menos que no pré-pandemia