A Centromarca faz esta semana eco de um estudo apresentado pela Kantar e apresentado na conferência Redesenhar o Futuro das Marcas, no passado dia 31 de maio, uma iniciativa da Centromarca– Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca, destacando que os portugueses, em 2022, consumiram 2% abaixo dos níveis pré-pandemia.
Explicando que a queda no consumo dentro de casa não foi consequência da transferência para fora do lar, que esteve também abaixo dos níveis pré-pandemia, sendo cafés e pastelarias, junto com cantinas e vending machines os canais que mais regrediram, os números mostram que, em 2022, os portugueses fracionaram mais as idas às compras, registando-se, nesta dimensão, um aumento percentual de 4,3%, na frequência de compras, em relação aos níveis de 2021.
De acordo com o explicado, a análise conclui, também, que os portugueses estão a planear mais as compras. Para se ter uma ideia, no estudo da Kantar, percebeu-se que, em 2023, 30,2% dos portugueses afirma que “decide que marcas comprar antes de sair para as compras”, face aos 27,2% em 2021. Também, 57,5% “faz uma lista de compras antes de sair de casa e cinge-se a ela”, enquanto em 2021 esse número era de 54,9%.
“A análise deixa ainda algumas pistas sobe a evolução das vendas do setor, mostrando que em 2022 as MDD cresceram mais e atingiram máximos históricos. Apenas no primeiro trimestre de 2023 as MDD cresceram 4,9 pontos em quota de mercado, enquanto que de 2019 a 2021, tinham crescido 2,9%. Mostra, ainda, que cada vez mais os consumidores visitam várias lojas para aproveitar os melhores preços, com 42,8% a fazê-lo, tendo-se registado, neste campo, um aumento percentual de 3,6 pontos percentuais face aos valores de 2021”.
Assim, destaca o estudo que as marcas deverão adaptar-se a famílias mais pequenas e com menos poder de compra, com o objetivo de satisfazer as suas necessidades de consumo de marcas que lhes transmitam confiança. As marcas deverão também adaptar-se a espaços com lineares mais reduzidos, de forma a conseguirem responder às necessidades dos distribuidores de oferecer o melhor sortido possível nas suas lojas.
Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca reconhece que “a quebra do poder de compra, o downtrading, a redução substancial das vendas em volume e a transferência entre marcas de fabricante e marcas próprias gera forte preocupação no universo das marcas do grande consumo”. Contudo há que reagir e inverter este estado de coisas “através da força inequívoca das marcas e da sua capacidade de adaptação às novas preocupações do consumidor e às novas dinâmicas do retalho”.
E as respostas devem passar por “aumentar a penetração, fomentar uma maior frequência de compra, adaptar o seu portfolio às necessidades de cada ato de compra e ter estratégias promocionais e de pricing consistentes, visando responder aos anseios das famílias portuguesas e às dificuldades do mercado”, acrescenta Pedro Pimentel.