Quantcast
Tecnologia

Investidores usam dados alternativos para ‘espiar’ o retalho

iStock

O final de ano é sinónimo, para muitas empresas, de medição de resultados. Porém, prever a atividade retalhista é uma tarefa complexa, uma vez que os resultados dependem, em grande medida, da apetência dos consumidores pelos produtos vendidos. Porém, os investidores estão a usar dados alternativos para ‘espiar’ os retalhistas.

Segundo a Reuters, os ‘dados alternativos’ são um campo em rápida evolução que podem ajudar os investidores a prever o desempenho do retalho e fornecer uma vantagem sobre outros investidores. É que, se até há pouco, uma das mais importantes ‘praças mundiais’, o Wall Street, se baseava em dados tradicionais, como relatórios de lucros e registos de empresas, agora viraram-se para os dados.

 

Na prática, o artigo da Reuters explica que os investidores podem hoje comprar informações sobre tudo, desde dados de cartão de crédito até relatórios de sentimento do consumidor, isto num momento em que as consultoras deste tipo de dados crescem em volume. “Um exemplo é a empresa de dados HundredX, que no começo deste ano começou a vender os seus dados de sentimento do comprador para a Goldman Sachs. O banco usa as informações em pesquisa de ações e banco de investimento, de acordo com um porta-voz do Goldman”, lê-se em artigo publicado no ESM.

Mas como funciona isto? Pois bem, tomando o exemplo da HundredX, fundada pelo ex-sócio da Goldman Sachs, Robert Pace, em 2012, esta empresa faz parcerias com organizações sem fins lucrativos como a Habitat for Humanity, auscultando as “intenções de compra futuras de milhares de indivíduos, alegando obter uma leitura antecipada sobre tendências financeiras futuras”.

 

As organizações sem fins lucrativos que fazem parceria com a HundredX são, então, convidados a preencher questionários sobre as suas experiências no retalho ou marcas, incluindo a probabilidade de revisitá-los. Por cada questionário completado, a HundredX doa 2 dólares.

 

Estas empresas que ‘trabalham os dados’, se no início eram apenas algumas centenas, hoje são milhares, fornecendo dados sobre utilização de cartão de crédito, revelando, no fundo, o que diferentes classes de consumidores estão a comprar. Destes dados é possível extrair insights sobre o comportamento do consumidor com base na geolocalização do telemóvel, perceber o sentimento do consumidor ou corroborar hipóteses via opiniões nas redes sociais.

“(Os retalhistas) têm um plano”, afirmou o responsável da HundredX, lembrando que “às vezes os nossos dados mostram que o plano dos retalhistas é bom ou não tão bom”.

 

EUA: Consumidores não se apercebem da presença de IA generativa nas suas compras

Não perca informação: Subscreva as nossas Newsletters

Subscrever