63% dos líderes empresariais europeus considera que as suas organizações estão preparadas para enfrentar possíveis choques globais este ano, representando um aumento de 6 pontos percentuais face a 2023, de acordo com o segundo o relatório “The CEO’s Guide to Costs and Growth – Strategic Priorities and Opportunities in 2024”, realizado pela Boston Consulting Group (BCG).
De acordo com o comunicado de imprensa, o estudo, que objetivou compreender as perspetivas macroeconómicas e as prioridades estratégicas para 2024, concluiu também que 68% dos executivos referiram ter mais visibilidade sobre investimentos de longo prazo, podendo causar uma aceleração nos mercados de fusões e aquisições.
Quanto à estabilidade dos seus mercados em 2024, a análise mostrou que apenas 20% dos executivos europeus se mostrou pessimista, o que representa uma diminuição de 16 pontos percentuais face a 2023, a maior diminuição regional quando comparada com o decréscimo de 11 pontos percentuais na América do Norte e de 6 pontos percentuais na Ásia.
Em oposição, 27% dos inquiridos a nível europeu está otimista e 53% mantém-se neutro, um aumento de 15 pontos percentuais e de 2 pontos percetuais, respetivamente, em relação ao ano passado. O maior incremento no otimismo verificou-se na Ásia, com uma subida de 7 pontos percentuais, face ao crescimento de 2 pontos percentuais, verificado na América do Norte e Europa, “possivelmente devido às expectativas de que as empresas estrangeiras continuem a capitalizar o crescimento desta região”, explica o comunicado.
“O ambiente inflacionário, a incerteza do cenário económico, as tensões geopolíticas e a constante evolução tecnológica têm obrigado as empresas a ser mais resilientes e a prepararem-se, cada vez melhor, para possíveis choques globais”, afirmou Pedro Pereira, Managing Director & Senior Partner da BCG em Lisboa.
E continua: “a otimização de custos é uma das estratégias mais importantes para garantir que as organizações têm um bom desempenho, devendo apostar numa abordagem holística para desbloquear fundos que possam ser reinvestidos em prioridades estratégicas e de transformação que criem reais vantagens competitivas. Através desta `ambidestria´ criarão uma base sólida e mais resiliente no curto-prazo, sem comprometer competitividade a longo prazo”.

Pedro Pereira, Managing Director & Senior Partner da BCG em Lisboa
Segundo o estudo, baseado num inquérito a mais de 600 executivos de vários setores em todo o mundo, as principais preocupações macroeconómicas e geopolíticas dos líderes europeus incluem a incerteza económica (34%), a inflação e o aumento das taxas de juro (29%), e os conflitos armados (11%).
Os executivos europeus classificaram a gestão e otimização de custos como a principal prioridade estratégica, entre oito opções possíveis, para impulsionarem o desempenho da organização em 2024, ficando acima do crescimento da organização e da expansão geográfica.
No que toca a despesa, cerca de dois terços (65%) dos gestores estão a dar primazia à redução dos custos de fabrico e abastecimento, nomeadamente nos setores de bens de consumo e industriais, energia, infraestruturas, logística e turismo.
Já 52% dizem priorizar a diminuição das despesas laborais, isto é, dos custos diretamente associados aos colaboradores, e às despesas gerais, particularmente em empresas de tecnologia, media e telecomunicações. Por fim, 45% foca-se na redução de custos de marketing e vendas, sobretudo nas instituições financeiras.