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Editorial

Rentrée, s’il vous plaît!

Rentrée, s’il vous plaît!

Depois de uma silly season que até teve alguns pontos de interesse, o país prepara-se agora para regressar à sua normalidade. E digo prepara-se porque, para lá de haver sempre um espaço entre o fim das férias e o regresso à marcha fluida, há muitos portugueses que ainda vão tirar férias nos próximos meses. Fruto de uma contração económica que se fez sentir no bolso de todos de forma mais ou menos pesada, os hotéis do Algarve, segundo os ecos da imprensa, encheram-se no verão de estrangeiros, com a segunda quinzena de setembro a ser agora uma oportunidade para as tradicionais férias de agosto dos “turistas lusos”. Os preços aumentaram em todo o lado e o impacto também chegou, pelos vistos, ao turismo.
Mas vamos voltar um pouco atrás. Ao contrário do que é tradicional, a silly season, em 2023, até teve alguns pontos altos. Depois de no início do ano o DIA ter ameaçado abandonar a sua operação em Portugal, nos primeiros dias de agosto a Auchan passou das ameaças à prática e avançou com uma proposta de compra da operação da espanhola em solo luso. Será agora a insígnia de origem francesa, com o negócio já com luz verde, a tomar as rédeas do DIA em Portugal e é de esperar a manutenção da retalhista no seu conceito de proximidade.
Mas houve mais notícias de relevo. Depois dos apertos do início do ano, do exame do Governo à subia de preços nos supermercados, o verão trouxe-nos o impacto das medidas tomadas pelo executivo de António Costa quanto ao IVA. Se é certo que a medida gerou alguma discordância no início, sobretudo em vozes para lá do retalho, certo é que, numa análise da Kantar e da Centromarca, se percebeu que o impacto foi positivo para a carteira dos portugueses. Não alivou toda a asfixia que uma inflação histórica faz sentir nas carteiras, mas libertou poder de compra para outros bens para lá dos essenciais. A gestão dos portugueses, já cronicamente habituados a crises, também haverá de ter ajudado nesta matemática de poupança e substituição de hábitos que parecem agora regressar a alguma “normalidade”.
Houve ainda outras boas notícias. No primeiro semestre do ano, e numa altura em que estamos a entrar no último trimestre de 2023, as exportações de frutas e legumes bateram o recorde de valor disponibilizado ao exterior. Foi a primeira vez, segundo a Portugal Fresh, que se bateu, num primeiro semestre, o valor dos mil milhões de euros exportados (1034 milhões de euros) e isso só pode ser sinal para alegria. Por outro lado, a economia portuguesa passou também de défice a excedente, de 2100 milhões de euros, razão, certamente, para estar também no horizonte do governo uma (já pedida por quase todos) descida de impostos.
Assim, o cenário que se pinta para os últimos três meses do ano, depois de tanta turbulência, não é de bonança, mas é, pelo menos, de um horizonte de moderada e precavida esperança. Da nossa parte, teremos muitas e boas razões para “celebrar”, estando a chegar a 1.ª edição das Conferências Supply Chain by DH, e também o nosso InRetail, que este ano promete voltar, como sempre, a reunir vários dos melhores especialistas do retalho em Portugal e lá de fora. Da minha parte, fica o convite feito e saudoso até já para uma rentrée em grande!

 

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