A DISTRIBUIÇÃO HOJE esteve à conversa com três empresas portuguesas que estiveram presentes, entre final de fevereiro e início de março, numa das maiores feiras do mundo para o retalho, a Euroshop.
Esta quinta-feira publicamos o resultado destas conversas, sendo que neste artigo partilhamos a visão de André Gonçalves – Project Coordinator & Monitoring Unit Director da ZØRthermal.
Confira as respostas do responsável da empresa em baixo.
Estiveram recentemente presentes numa das mais importantes feiras especializadas da Europa, a Euroshop. Que balanço podem fazer da vossa presença neste certame?
Apesar de a ZØR já ter estado presente em Düsseldorf, devido à sua participação em outras feiras e eventos, esta foi a primeira vez na Euroshop. O balanço até ao momento é positivo, tendo decorrido tudo pelo melhor. Foram 5 dias a contactar com grandes empresas do setor do retalho alimentar de todos os cantos do mundo, houve bastante interação, para além de nos ter permitido apresentar as nossas soluções e resultados, permitiu-nos também trazer novos conhecimentos, pelo que temos ótimas perspetivas.
Que importância tem para uma empresa portuguesa, como a vossa, estar presente nestes eventos onde têm contacto com várias potenciais clientes de âmbito internacional?
Sendo o nosso setor muito específico e técnico, o contacto pessoal é muito importante, dado que existem muitas operações que diferem por detalhes, daí que a nossa experiência no terreno é fundamental. No nosso caso, não se trata apenas de produtos, mas sim de soluções que vão muito além do que o próprio produto em si, integrando sensores, manuais de instruções, processos de higienização…
Com muita inovação a ser apresentada, quais dos vossos produtos geraram maior interesse?
Foram as soluções que já temos implementadas em Portugal e noutros países, que são diferenciadoras por resolverem pontos críticos em operações (Last Mile Delivery, Logística, Cross-Docking…) e que, por diferentes razões, asseguram a temperatura dos produtos, sempre permitindo “savings” na operação do cliente. Estas poupanças são tanto a nível financeiro, como a nível de aproveitamento de mão de obra, na redução da pegada ecológica ou no consumo de CO2.
São uma empresa que conta com mais de duas décadas de existência. De que forma têm vindo a trabalhar para incrementar e melhorar a vossa atividade em termos de inovação?
Para nós, a garantia da temperatura é um requisito já intrínseco ao produto, não sendo por isso o que nos distingue atualmente. Há 10 anos era com certeza onde estava concentrada toda a nossa atenção. Hoje, a informação é o cerne da questão. A “Sensorização” das soluções isotérmicas, através de vários tipos de dataloggers que permitem obter diferentes tipos de dados em determinadas fases da operação dos clientes e a incorporação de materiais sustentáveis são os dois principais pontos-chave da nossa Inovação. Obviamente que não poderia deixar de mencionar algo que já vem desde há mais de 8 anos, a nossa ligação estreita à Universidade e ao conhecimento crescente e inovador, que desde sempre consideramos o principal aporte de inspiração para o desenvolvimento de novas soluções.
Para nós, a garantia da temperatura é um requisito já intrínseco ao produto, não sendo por isso o que nos distingue atualmente”
Trabalham com diversos clientes e algumas geografias pelo mundo. Como têm também acolhido os desafios apresentados pelos vossos clientes? Há uma grande disparidade entre mercados?
A nossa abordagem está exatamente centrada nesta questão. Na Cadeia Térmica de produtos perecíveis, sendo estes produtos alimentares, produtos farmacêuticos, ou até produtos biológicos, as práticas no que diz respeito à exigência de intervalos de temperatura no mundo é uniforme, por isso, os requisitos são os mesmos. Agora, o que pode diferir são alguns detalhes do terreno, ou seja, operacionais, que por conhecimento local facilmente se adaptam. Daí que, o que funciona para o produto X aqui em Portugal, é da mesma forma aceite para o mesmo tipo de empresa na América do Sul, com as devidas adaptações. O mesmo acontece dentro dos mesmos grupos Multinacionais. O trunfo está no nosso laboratório de testes térmicos – FabLab – onde comprovamos e qualificamos as nossas soluções de forma a garantir a eficácia das mesmas em qualquer mercado.
Um dos vossos focos de trabalho é a sustentabilidade no processo logístico. Como podem ajudar as empresas nesta fase tão importante do seu processo produtivo?
Como mencionado anteriormente, a sustentabilidade no processo logístico é atualmente o nosso principal foco na apresentação dos nossos sistemas aos clientes. Muitas vezes procuramos evidenciar não apenas o nosso produto, mas sim a sua utilização, comprovando que o seu tempo de vida útil equivale a um valor que acaba por suprimir outros custos que a empresa possui com energia, combustíveis, pessoas, processos… interferindo desta forma também com a responsabilidade ambiental. Isto garantido sempre resultados eficientes nas operações, que contribuem ainda, significativamente, para a redução de desperdício. No que diz respeito à manutenção da temperatura, trabalhamos essencialmente com soluções passivas ou híbridas, pelo que contrapondo com soluções que necessitam de energia ou combustível, para além da temperatura, conseguimos ter vantagens em todos os campos. Além de que, as nossas produções são cada vez mais locais, promovendo sempre os parceiros de proximidade.