A inflação foi um dos desafios detetados pelo relatório “Navigating the Market Headwinds – The State of Grocery Retail 2022”, que fornece uma visão abrangente das principais tendências que irão moldar o setor alimentar nos próximos anos.
Em comunicado, a McKinsey & Company e a EuroCommerce, promotoras deste estudo, explica que “mesmo antes do impacto da invasão da Ucrânia nos preços da energia e no custo de certos produtos chave, o setor alimentar esperava que as condições do mercado se agravassem em 2022, considerando a queda das vendas após o recuo dos efeitos da pandemia e a pressão nos preços e na concorrência (incluindo de um mercado online cada vez mais maduro)”.
As cinco tendências detetadas pelo relatório e que irão moldar o setor alimentar são:
- Forte pressão sobre as margens: A inflação irá aumentar os custos dos retalhistas e impactar o poder de compra dos consumidores. Os discounters e players com preços competitivos são suscetíveis de ganhar quota de mercado face a esta situação;
- Procura polarizada: Os consumidores com rendimentos mais elevados, gerações mais jovens e agregados familiares mais numerosos planeiam comprar mais produtos saudáveis, sustentáveis e premium. Por outro lado, os consumidores em agregados familiares com rendimentos mais baixos indicaram uma maior sensibilidade ao preço;
- Crescimento online mais lento com ofertas mais diferenciadas: Os consumidores irão começar a dividir as suas compras por diferentes lojas online;
- Procura por novas fontes de lucro: A procura vai ser feita através de advanced analytics e inteligência artificial, ou através da entrada em novos fluxos de receitas (por exemplo, utilizando os dados fornecidos pelos cartões de fidelização para vender espaço publicitário);
- O desafio da atração de talento: 39% dos CEOs do setor alimentar apontam a atração do talento certo como um dos seus principais desafios.
O resumo de 2021
O relatório também recapitula a evolução da indústria em 2021. De acordo com os dados do relatório, as vendas diminuíram 0,6% em comparação com o ano anterior, nível ainda quase 10% superior ao de 2019.
Ao mesmo tempo, os volumes diminuíram 2,1%, decréscimo que foi parcialmente compensado por um aumento de 0,2% no comércio e uma inflação significativa dos preços dos alimentos de 1,3%.
Os retalhistas online e discounters continuaram a ter um desempenho superior ao do mercado, com receitas online a aumentar 8,8% em toda a Europa, em comparação com 2020.
A investigação foi conduzida antes do início da guerra na Ucrânia e os resultados não têm em conta os impactos da mesma.