Em 2025, a localização vai continuar a ser o fator decisivo na expansão das marcas, com “um forte foco” nos centros urbanos, turísticos e empresariais. É a conclusão da 44.ª edição do Marketbeat Portugal (Primavera 2025), da Cushman & Wakefield (C&W), que analisa a evolução do mercado em 2024 e antecipa as principais tendências para este ano.
De acordo com o estudo, a competição por espaços privilegiados “está a impulsionar o aumento das rendas, refletindo a disposição das marcas para investir em posicionamento estratégico”.
Paralelamente, o relatório também avança que cresce a valorização de marcas com propósito, que integram práticas sustentáveis e responsabilidade social para fortalecer a ligação com os consumidores, com as lojas flagship a apostar na automação e na integração entre os canais físicos e digitais, otimizando operações e melhorando a experiência do cliente.
Já o segmento de athleisur, mantém-se em “forte crescimento”, com as marcas a diversificarem a oferta para responder à procura por moda confortável e funcional, avança o estudo.
No que toca ao setor industrial e logístico, a Cushman & Wakefield avança que será uma área impulsionada pela otimização operacional, com empresas a migrarem para espaços mais modernos e eficientes, antecipando o crescimento a médio/longo prazo.
“O nearshoring continuará a ganhar força, impulsionando a procura por unidades industriais e armazéns, sobretudo no setor das energias verdes”, refere a consultora, que avança que a escassez de oferta qualificada mantém a “procura elevada” por ativos modernos e sustentáveis, com foco em eficiência, ESG e funcionalidades que melhorem a operação e retenção de talento.
O relatório também concluiu que os segmentos de self storage e data centres estão “em expansão”, beneficiando da adaptação de edifícios e terrenos existentes e ainda das vantagens estratégicas de Portugal no setor tecnológico.
No âmbito dos certificados de edificação sustentável, nomeadamente BREEAM e LEED, o número de certificações emitidas em 2024 quase triplicou quando comparado com o número total de certificações emitidas durante o ano anterior, com prevalência dos setores de escritórios e retalho.
 De acordo com a Cushman & Wakefield, a distribuição do capital investido em 2024 (2.380 milhões de euros, segundo os dados apurados pela consultora) confirmou a recuperação do setor de retalho, que representou metade do volume total transacionado.
A consultora também revelou que o capital estrangeiro, em 2024, representou mais de 70% do investimento total, e que “deverá continuar a desempenhar um papel determinante”, com os investidores internacionais a manterem “um forte” interesse no mercado imobiliário em Portugal.
“Para 2025, antecipamos um crescimento mais sustentado, impulsionado por um contexto de maior estabilidade macroeconómica, nomeadamente pela redução gradual das taxas de juro, que favorecerá a retoma da atividade transacional. A convergência entre as expetativas de compradores e vendedores deverá dinamizar o mercado, enquanto a compressão das yields prime, já observada no setor de retalho, poderá estender-se a outras classes de ativos, mantendo o interesse dos investidores internacionais”, referiu o Diretor-Geral da Cushman & Wakefield em Portugal, Eric van Leuven.