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Sustentabilidade

Portugal em risco de incumprimento das novas metas de reciclagem de embalagens

SPV alerta para risco de incumprimento das novas metas de reciclagem de embalagens iStock

Os portugueses encaminharam para reciclagem um total de 476.605 toneladas de embalagens, em 2024, um aumento de 4% em relação ao ano anterior, de acordo com a Sociedade Ponto Verde (SPV). No entanto, a SPV alerta para o facto de Portugal se manter “longe da nova meta definida para este fluxo de resíduos urbanos e que é necessário atingir em 2025”.

Este ano, o país terá de garantir a recolha seletiva de 65% de todas as embalagens colocadas no mercado. Em 2024, a taxa de retoma foi de 57,8%, segundo apuramento preliminar da SPV, “o que significa que temos de tornar o sistema mais eficiente para atingir as novas metas”, sublinha a entidade em comunicado de imprensa.

 

Em 2025, o sistema vai contar com mais 113 milhões de euros que resultam da decisão do Governo de aumentar os valores das contrapartidas para financiar o SIGRE – Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens, num total estimado de 235 milhões de euros (em 2024 o valor era 122 milhões de euros) só para a gestão dos resíduos de embalagens este ano.

A nota de imprensa esclarece que este montante é pago pelas entidades gestoras de resíduos de embalagens aos Sistemas Municipais, Intermunicipais e concessões, para procederem à recolha seletiva de resíduos urbanos de embalagens, que asseguram a triagem e pré-preparação para reciclagem destes resíduos nos seus diferentes materiais (como vidro, plástico ou papel/cartão).

 

“Estamos, portanto, perante uma oportunidade única para aumentar a performance de todo o sistema e colocar Portugal na rota do cumprimento das metas da reciclagem de embalagens, cabendo às autoridades garantir a eficiência da operação”, lê-se na nota de imprensa.

Isto porque, de acordo com a SPV, a injeção de mais 113 milhões tem de traduzir-se “na melhoria significativa do nível de serviço que é prestado aos cidadãos por parte dos sistemas municipais e multimunicipais na recolha, numa operação que deve ser cada vez mais orientada para a conveniência, assegurando, no final, a recolha de mais embalagens e o seu encaminhamento para reciclagem”.

 

O papel/cartão e o plástico mantêm-se como os materiais com melhor desempenho, com o primeiro a ter aumentado 6%, o que se traduz em 158.146 toneladas encaminhadas para reciclagem, e o segundo 5%, ou seja, 85.548 toneladas recolhidas no último ano.

O vidro continua a merecer particular preocupação, enfatiza a Sociedade, já que o seu ritmo de crescimento continua aquém da meta, tendo-se verificado um aumento apenas de 1%, ou seja, 213.870 toneladas depositadas no vidrão.

 

Neste sentido, a SPV defende que é necessário serem implementadas soluções específicas, com a adaptação de ecopontos às necessidades dos estabelecimentos HORECA, como o baldeamento assistido, que são facilitadores na deposição e envio para reciclagem.

Para a CEO da Sociedade Ponto Verde, Ana Trigo Morais, “o ano de 2025 tem de ser de viragem na recolha seletiva das embalagens. Com mais fundos à disposição do sistema esperamos mais recolha e reciclagem destes resíduos, assim como uma atenção permanente das autoridades à forma como evolui a performance de toda a operação. É fundamental resolver os problemas existentes, que estão bem identificados, ao nível da prestação do serviço ao cidadão”.

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