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Sustentabilidade

“Ano após ano, temos vindo a aumentar a aposta em energias renováveis não poluentes”

Em declarações à DISTRIBUIÇÂO HOJE, fonte oficial da Mercadona Portugal responde às questões sobre o green retail, figurando num artigo, publicado na versão impressa, onde se abordam os esforços feitos pela marca para se tornar mais ‘green’.

Confira a entrevista na íntegra nas linhas abaixo.

 

 

Sendo um retalhista com presença relativamente recente no país, todas as vossas lojas têm sido desenvolvidas com uma exigente matriz de preocupação ambiental. Em que se consubstancia esta vossa aposta?

 

A Mercadona é uma empresa comprometida com o meio ambiente, que assume os desafios e as preocupações da sociedade apostando num sistema de gestão ambiental próprio que se baseia em identificar, prevenir e reduzir os impactos ambientais gerados pela sua atividade. O nosso Modelo de Loja Eficiente (Loja 8), que começou a ser implementado em toda a cadeia em 2016, e que, por isso, já existe em Portugal desde a primeira abertura, inclui medidas que permitem uma poupança energética de até 40 % em comparação com uma loja convencional. Com este Modelo de Loja, a empresa tornou-se ainda mais eficaz na sua contribuição para reduzir as emissões evitáveis no consumo de eletricidade, com medidas como a colocação de portas nos expositores de congelados, a utilização de iluminação LED ou a melhoria nos sistemas de climatização e refrigeração que são agora mais sustentáveis, reduzem o uso de gases fluorados e as emissões de gases com efeito de estufa.  As nossas Lojas 8 impulsionam a otimização do uso de recursos naturais e a promoção do consumo consciente e crítico. Ano após ano, temos vindo a aumentar a aposta em energias renováveis não poluentes, como é o caso da energia solar, impulsionada através da colocação e utilização de painéis solares em lojas, blocos logísticos e Colmeias. No âmbito da descarbonização, continuámos a apostar na instalação de pontos de carregamento para veículos elétricos nas lojas, blocos logísticos e escritórios. Assim, em 2022, foram atingidos os 2.059 pontos de carregamento, 1.985 em Espanha e 74 em Portugal.

Irão apostar num novo entreposto logístico em Almeirim. A logística é também uma preocupação acrescida para todos os players do setor devido à sua pegada carbónica. Como têm vindo a trabalhar este eixo em Portugal?

 

A nossa rede logística, com 16 blocos logísticos espalhados na Península Ibérica, está orientada para obter a maior funcionalidade possível e, devido à proximidade entre as lojas e os armazéns, bastante focada na eficiência, pois abastece os 1.676 supermercados da cadeia. Há, na Mercadona, um importante compromisso com o cuidado e proteção do ambiente, pelo que procuramos, em todos os momentos, realizar a nossa atividade com o mínimo impacto possível. É o caso da nossa operação Logística, quer em Portugal, onde ao abrir mais um bloco logístico a conseguiremos maior agilidade na nossa operação, quer em Espanha, onde foram ativadas medidas como a renovação da frota com combustíveis alternativos ou através da utilização de sistemas mais eficientes, como os comboios para o transporte de mercadorias.  Estas são apostas na sustentabilidade e na consequente redução da pegada de carbono nos processos da empresa. Desde 2015, a empresa reduziu a sua pegada de carbono em 38% e, consequentemente, os gases de efeito de estufa que afetam o aumento da temperatura global do planeta. Assim, na Mercadona, estamos alinhados com os objetivos do Acordo de Paris (COP21) para alcançar a neutralidade climática em 2050, sendo que a poupança e eficiência energética e a logística sustentável estão entre as medidas para reduzir a pegada de carbono. Além disso temos também em curso ainda algumas medidas adicionais como a substituição de gases refrigerantes através da instalação de sistemas de refrigeração com CO2 transcrítico e subcrítico, que utilizam refrigerantes naturais mais sustentáveis e eficientes cumprindo os métodos de manutenção preventiva e através do controlo remoto dos mecanismos, entre outros.

Também em termos de plástico têm feito uma vincada aposta na redução da sua utilização. Poderiam partilhar alguns objetivos já atingidos e metas para os próximos anos?

 

Como empresa comprometida com os princípios da economia circular, na Mercadona dispomos de uma política de gestão de resíduos para reduzir o impacto em todos os nossos processos, cujo objetivo é prevenir a sua geração e melhorar a gestão. Devido à nossa atividade geramos resíduos cuja gestão correta depende do trabalho diário das lojas e dos blocos logísticos e que determinam, em grande parte, a eficiência dos processos que aí se realizam. Considerados recursos valiosos e com muitas opções para serem reincorporados no ciclo produtivo, todos os resíduos são geridos por gestores autorizados, seguindo as operações de valorização especificadas por lei. No âmbito dos resíduos não perigosos destacamos a gestão realizada com as embalagens comerciais que acompanham e protegem os produtos durante todo o processo logístico de distribuição, principalmente, cartão, película plástica, esferovite e madeira, e que terminam nos supermercados da cadeia. Uma vez recolhidos, são agrupados e recondicionados nos blocos logísticos para serem entregues a um gestor autorizado, que os reintroduz no processo produtivo. Este é o caso da película plástica que se converte nos sacos de plástico reutilizáveis que “O Chefe” pode adquirir para a transportar as suas compras. Este processo circular permitiu-nos reutilizar, em 2022, um total de 8.200 toneladas de plástico em toda a cadeia. Da mesma forma, continuamos a trabalhar na gestão correta dos subprodutos gerados nos nossos processos, como é o caso do subproduto animal não destinado ao consumo humano, gerado em lojas e armazéns, que posteriormente transformado por gestores autorizados em ingredientes para a alimentação animal. Além de tudo isto, na Mercadona, continuámos a apostar na nossa Estratégia 6.25 para a redução do uso do plástico e a sua gestão adequada, o que, ao longo do ano, nos permitiu continuar a rever as embalagens e detetar oportunidades de melhoria com o objetivo de reduzir 25% a utilização deste material em 2025. A aposta da Mercadona na economia circular tem um retorno direto tanto na eficiência da sua atividade como na proteção do ambiente.

Fizeram também uma aposta de 60 milhões de euros recentemente em energia fotovoltaica. Quais os vossos objetivos para a operação portuguesa?

Em 2022, a produção total de energia solar em Portugal da Mercadona foi de 1.197 MWh, a empresa investiu mais de 14 M€ na instalação de novos painéis solares em toda a cadeia e conseguiu-se evitar a emissão de mais de 3.000 toneladas de CO2. Das 10 lojas que abrimos no ano passado, pelo menos 9, tinham painéis solares nos seus telhados e a previsão é que todas as novas aberturas sigam esta tendência. Para 2023, a Mercadona tem previsto um investimento de 60 M€, para reforçar a aposta na energia fotovoltaica em toda a cadeia, o que aumentará significativamente a redução das emissões por consumo de eletricidade. Até ao final deste ano, temos previsto aumentar o número de blocos logísticos, incluindo já o futuro bloco logístico da Mercadona em Almeirim, Colmeias e um total de 350 lojas, como é o caso das novas aberturas em Portugal, com painéis solares nos telhados. Usando como exemplo o Bloco logístico de Almeirim este terá cerca de 15.000 painéis solares, o que representa um investimento de 6,5 milhões de euros para garantir que 25% das necessidades energéticas para o funcionamento deste bloco será energia verde, um total de 9GWh por ano. Tomando como exemplo uma loja com painéis solares instalados, conclui-se que esta poupa aproximadamente 20% do seu consumo anual de energia, em comparação com uma loja sem energia fotovoltaica. O objetivo para 2027 é ter autoconsumo em mais de 850 lojas e em todos os nossos blocos logísticos e Colmeias, o que resultará em poupanças de eletricidade equivalentes ao consumo de 300 lojas.

 

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