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Produção

Muito para além da ‘bica’

Chocolate e Café: Combinação é aceite pela maioria dos portugueses
As categorias de Café e Chá têm registado um grande crescimento nos últimos anos e as perspetivas continuam muito positivas, para o consumo dentro e fora de casa. Novos estilos de vida mais saudáveis e a preocupação com o futuro do Planeta marcam as tendências de consumo, com diferentes contextos e momentos, novas origens e sabores, bem como uma preferência por produtos biológicos, sustentáveis, recicláveis e biodegradáveis. Tudo isto sem esquecer… o preço, num mercado fortemente competitivo. Também o chá beneficia, e muito, da maior importância que o consumidor dá à saúde e bem-estar, alimentando corpo e mente.

“O mundo do café oferece opções para todos os gostos. Desde a acidez dos cafés africanos, passando pelos latino-americanos com toques de cacau, até aos cafés da Ásia-Pacífico, encorpados e com nuances de especiarias, existe verdadeiramente um café para cada paladar”, afirma Álvaro Vela, diretor de marketing da Starbucks em Portugal e em Espanha. Assim, a oferta de novos sabores e equipamentos para diferentes momentos e locais de consumo a par da sustentabilidade são os grandes drivers do mercado de Cafés em Portugal, seguindo a tendência internacional.

O aumento do turismo não é alheio a este comportamento, principalmente no consumo fora de casa com o surgimento de novos espaços mistos e coffee shops. E em casa o consumidor procura, cada vez mais, uma forte experiência sensorial, com soluções amigas do Planeta.

 

Neste mercado altamente competitivo, as principais empresas e marcas, como a Delta, a Nespresso, a Nestlé (Buondi, Sical, Tofa, Christina, Nescafé e Dolce Gusto) e a Starbucks definem tendências e procuram antecipar os desejos dos consumidores. Mas as cadeias da distribuição moderna e as empresas mais pequenas, não ficam atrás em inovação, como é o caso da nacional Bicafé que, seguindo o exemplo da Delta, lançou recentemente uma cápsula de café biodegradável, totalmente compostável, ou a Novv que apostou no nicho de mercado de cafés aromatizados e funcionais.

O culto do café

“O novo estilo de vida, a modernização da sociedade portuguesa e o aumento do turismo marcam uma nova dinâmica social”, diz-nos o gabinete de imprensa da Nestlé Portugal, salientando que “o canal HoReCa tem vindo a profissionalizar-se criando mais lojas em formato de rede ao mesmo tempo que assistimos no mercado à reinvenção de formatos de loja, que respondem a diferentes motivações de visita e de consumo, em diferentes contextos e momentos. Todos estes espaços tentam dar um novo enquadramento às bebidas de café, tentando desenvolver os cafés de especialidade, que vão muito para além da ‘bica’. Esta tendência tem uma grande influência internacional, onde os espaços mistos e as coffee shops têm cada vez mais relevância”.

 

A Nestlé adianta ainda que “também a preparação artesanal do café como parte de uma experiência sensorial mais pura e intensa tem vindo a crescer como tendência, existindo já alguma oferta no mercado fora do lar em Portugal, em especial nos grandes centros urbanos como Lisboa e Porto, e este é certamente um grande desafio para as marcas”. No entender da multinacional “o consumidor espera poder recriar a experiência vivida numa coffee shop, no conforto de sua casa. E é esta expectativa que desafia cada vez mais as marcas a oferecer, com o seu café, experiências relevantes e que superem as expetativas dos consumidores”. Experiências podem passar por novos blends sazonais de origens selecionadas, que comuniquem a naturalidade e a autenticidade do café e de toda a cadeia de valor associada (desde a produção à disponibilidade na loja), refere a empresa, acrescentando que “podem passar também por experiências gourmet que atraem um target mais jovem e experimentalista pois apelam aos sentidos e à partilha com a família e amigos: desde os sabores aromatizados com especiarias, chocolate, baunilha, caramelo e frutas, a combinações mais sofisticadas de que é exemplo a oferta Starbucks”.

Café espresso reinventa-se

Por seu lado, o diretor de marketing da Delta Cafés, Marco Nanita, diz à DISTRIBUIÇÃO HOJE que “o mercado de café continua à procura de diferentes formas de preparação e extração de café. O consumidor português tem o consumo do café espresso muito enraizado no seu quotidiano, mas observamos cada vez mais o reinventar de novas formas de consumo, modernizando os métodos e uma onda crescente de especialização de baristas que, aos poucos, vai fazendo vibrar o mercado e apresenta aos consumidores novas formas de beber café”.

 

Neste sentido, “temos vindo continuamente a apostar nesta área, como um dos pilares estratégicos de crescimento do grupo Nabeiro – Delta Cafés” e “a nossa principal preocupação é estar presente no dia-a-dia dos consumidores, chegando a cada vez mais clientes e proporcionando novos momentos de consumo, por via da forte aposta do grupo em inovação e desenvolvimento de novos produtos que respondam e satisfaçam as necessidades dos consumidores, através das marcas Delta Cafés e Delta Q”.

Marco Nanita frisa que “a par da inovação e da internacionalização continuamos a ter ainda como foco a sustentabilidade”, sendo que “a principal responsabilidade da organização é assegurar a rentabilidade económica, reduzindo o impacto ambiental e maximizando o impacto social positivo. Tal, só é possível através da aposta na excelência empresarial, assente numa produção eco-eficiente, na capacitação dos nossos colaboradores para a mudança e no desenvolvimento de comunidades competitivas. Temos esta preocupação desde a origem, para não comprometer a qualidade da matéria-prima de futuras colheitas e as gerações vindouras das comunidades produtoras. Conscientes de que o comércio sustentável é um meio fundamental para integrar as economias e combater as assimetrias entre as diferentes regiões do Mundo e permitir uma distribuição mais justa e equitativa da riqueza, promovemos parcerias que apoiam a capacitação dos produtores e fomentam a sustentabilidade ambiental”.

Turismo influencia

 

Também Anna Lenz, diretora de mercado da Nespresso Portugal, considera que “assistimos a uma forte mudança do consumo de espresso puro para diferentes momentos de consumo, como por exemplo, receitas de leite ou o iced coffee, trazidos também pelo fator do turismo. Acreditamos que isso não é apenas uma tendência passageira, mas que a ‘internacionalização’ do café nos traz novas formas de beber café também para Portugal”. E assegura: “Na Nespresso acreditamos que há espaço para crescer, tanto no consumo dentro do lar como na área profissional e o consumidor está cada vez mais exigente e seletivo. Os portugueses sabem distinguir e apreciar cafés excecionais, facto para o qual a Nespresso tem contribuído, fortemente, desde que surgiu no mercado”.

Por seu lado, Walid Halabi, diretor da Novv, defende que “o setor do café está a passar por uma grande transformação, impulsionada pela mudança dos valores do consumidor numa economia cada vez mais global. (…) Desde logo, a tendência das máquinas de café em casa e nos escritórios. Este segmento teve um crescimento astronómico até 2006 e, apesar de ter estabilizado, continua a ser uma das formas mais enraizadas de tomar café na Europa – os consumidores apreciam, de facto, a conveniência deste tipo de oferta”.

Já Pedro Henriques, diretor comercial da Kaffa, refere que “o consumidor é cada vez mais atento, exigente e imprime ao mercado uma dinâmica muito agressiva ao nível do desenvolvimento de novos produtos”, assim defende que “atualmente, a sustentabilidade e a área bio são algumas das mais relevantes preocupações dos consumidores, pelo que produtos premium e ‘amigos’ do ambiente são cada vez mais valorizados”.

O responsável adianta que “na Kaffa, (…) porque estamos conscientes que o comércio justo é outra das grandes preocupações dos consumidores, estamos a renovar as certificações mundiais que detemos desde 2016 e que comprovam a prática de normas que garantem a produção agrícola e o fornecimento responsáveis de café, cacau e chá (Certificação UTZ)” e anuncia: “O resultado de todo este trabalho será visível muito em breve, aquando do lançamento de novos produtos mais sustentáveis e amigos do ambiente”.

Cápsulas vão continuar a crescer

Pedro Henriques considera que “ao nível da categoria de café encapsulado, prevemos que, à semelhança do que se tem vindo a verificar nos últimos anos, o consumo continue a aumentar, não só no lar, mas também no canal ‘fora de casa’. Esta é uma tendência global e justifica-se não só pela garantia de qualidade do produto que é oferecida ao consumidor final, mas também pela simplicidade de utilização, rapidez e poupança que é garantida aos comerciantes que disponibilizam café encapsulado nos seus espaços comerciais”, e acrescenta: “O mercado de retalho em Portugal cresceu 5% (no primeiro semestre do ano) o que claramente demonstra a preferência pelo café encapsulado, no entanto, na relação diária que mantemos com os clientes, percebemos que existe uma preocupação acrescida por soluções de cápsulas diferentes, mais sustentáveis e amigas do ambiente”.

Também Rita Manso, diretora comercial de Marca Própria do Pingo Doce, nos diz que “a nível geral, registou-se um boom no segmento de cápsulas, tanto de café, como de chá, tendo já ultrapassado os 80% do total da categoria de bebidas quentes” e “as cápsulas de café continuam a representar as preferências dos consumidores portugueses”, enquanto “os cafés em pó/grão têm-se mantido estáveis”. A responsável salienta que “a tendência mantém-se nos cafés mais intensos, cafés de ‘single origin’”.

Margarida Gandra, business unit manager da Bicafé – empresa nacional que possui cápsulas compatíveis com as principais marcas: Nescafé Dolce Gusto, Nespresso e Delta Q –, acredita que “para 2020, se manterá a procura de produtos primeiro preço, dada a agressividade das campanhas promocionais levadas a cabo pelas cadeias de mercado. Em simultâneo, o nicho de mercado dedicado a produtos premium e produtos biológicos tenderá a afirmar-se”.

Porém, salienta a responsável, “o consumo excessivo de plástico e alumínio que as cápsulas consomem são cada vez mais uma preocupação por parte do consumidor final e uma red flag para as empresas produtoras que precisam de começar a preparar alternativas a esses materiais”.

Cápsulas biodegradáveis são novo hit

Assim, antecipando esta tendência da sustentabilidade, “a Bicafé começou já em 2019 o desenvolvimento de uma cápsula 100% biodegradável e compostável que acabamos de lançar no início de setembro exclusivamente na nossa loja online e que brevemente estará disponível nos supermercados”.

Trata-se de uma cápsula compatível Nespresso 100% biodegradável, com 0% alumínio e 0% plástico na sua constituição, produzida com energia limpa proveniente de energia solar fotovoltaica. “Desta forma, pretendemos facilitar a vida ao consumidor final no momento da reciclagem, já que basta colocar as capsulas junto com o lixo doméstico e a caixa de cartão no ecoponto azul”.

Também a Delta Cafés já tinha apresentado em maio “uma solução biodegradável e 100% orgânica para o consumo em monodoses, o novo Delta Q eQo – o primeiro blend a ser comercializado numa cápsula 100% biodegradável”, refere o diretor de marketing da empresa de Campo Maior. E explica: “Este blend é composto por cafés com tripla certificação: Rainforest Alliance (trabalha para conservar a biodiversidade e garantir meios de subsistência sustentáveis através da transformação de práticas de uso do solo, práticas comerciais e comportamento do consumidor), UTZ (representa uma agricultura sustentável e melhores oportunidades para agricultores, as suas famílias e o Planeta) e Biológica (o método de produção biológico combina as melhores práticas ambientais que contribuem para um aumento de biodiversidade e a preservação dos recursos naturais)”, adiantando que “a embalagem do novo Delta Q eQo é ainda feita em cartão totalmente reciclável, com certificação pelos referenciais FSC (que garante que o produto provém de uma floresta gerida de forma sustentável) e impressa com tintas à base de água”.

Café mais ‘verde’

Álvaro Vela, diretor de marketing da Starbucks em Portugal e Espanha, frisa igualmente que “no que diz respeito à origem ética do nosso café, temos implementadas as nossas próprias práticas através da C.A.F.E – Coffee and Farmer Equity Practices, um conjunto de práticas para a sustentabilidade, pioneiro na indústria do café e verificado por especialistas independentes. As práticas C.A.F.E foram desenvolvidas em parceria com a Conservation International, uma organização não-governamental com sede em Washington, e que tem ajudado a Starbucks a garantir um café de elevada qualidade a longo prazo, gerando um impacto positivo nas vidas e nos meios de subsistência dos produtores de café e das comunidades em que estão inseridos”, adiantando que “estas práticas centram-se em quatro áreas principais: qualidade do produto, responsabilidade económica e transparência, responsabilidade social e liderança ambiental”.

A Nestlé é “o maior comprador mundial de café verde de origem responsável” e o gabinete de imprensa da empresa em Portugal garante que “continuaremos a aumentar a proporção de café produzido de forma sustentável que utilizamos e continuaremos a investir nas comunidades onde esse café é adquirido”.

A multinacional tem um papel significativo a desempenhar no apoio à sustentabilidade social e ambiental de longo prazo do sector cafeeiro, assegura. “Todas as marcas de café Nestlé, incluindo os ícones globais Nescafé, Nespresso e Starbucks, bem como as marcas locais como Buondi, Sical, Tofa e Christina partilham o mesmo compromisso de apoiar e promover ativamente o café de origem sustentável e responsável e continuar a investir em programas com impactos positivos para os cafeicultores, as suas comunidades e as paisagens onde estão inseridos”, afirma, explicando que “o sucesso da Nestlé depende dos agricultores e dos fornecedores que cultivam o café que utilizamos. Através de iniciativas como o Nescafé Plan, o Nespresso AAA Sustainable Quality Program e o CAFE Practices da Starbucks, trabalhamos com parceiros, incluindo fornecedores, governos e autoridades, ONGs e a nossa rede de engenheiros agrónomos, para melhorar a renda e os meios de subsistência dos agricultores, além de preservar o meio ambiente”.

Sustentabilidade é tendência global

A diretora comercial de Marca Própria do Pingo Doce considera que “a sustentabilidade no café passa muito pelo comércio justo, e nesse sentido temos também em sortido um produto de cápsulas de café denominado ‘Comércio Justo’, com uma intensidade 10, que vai ao encontro da procura por intensidades mais elevadas por parte dos clientes”.

Por seu lado, o diretor da Novv constata que “há uma grande pressão para que a indústria do café se torne mais sustentável quer pelos produtores, quer pelos consumidores”, mas Walid Halabi refere que “infelizmente, do lado do grande público, o significado da sustentabilidade, aplicado à produção e comercialização de café ainda não é muito claro. (…) a principal área de interesse público é a reciclagem das cápsulas e embalagens, onde a tendência são as cápsulas ‘compostáveis’, com o objetivo de alcançar um ambiente de zero plástico”. Mas assegura: “Se formos verificar através de questionários e focus groups, a maioria dos consumidores não sabe o que significa ‘compostável’ nem tão pouco o que fazer com este tipo de cápsulas”.

Assim, o responsável considera que “o uso de cápsulas compostáveis é realmente muito promissor, mas, caso não saibamos onde as colocar para reciclagem, elas podem ter um efeito muito nocivo no ambiente. Em Portugal, esta realidade pode ser melhorada rapidamente caso o setor público comece a educar o mercado sobre compostagem e facilite a recolha de cápsulas compostáveis em ambientes públicos controlados de compostagem, como já vemos a acontecer em muitas grandes cidades do norte da Europa”.

Zero plástico

A preocupação que os consumidores demostram, cada vez mais, em reduzir o uso de plástico no seu dia-a-dia, para diminuir o impacto no Planeta, tem levado também as empresas a tomarem medidas neste sentido.

Assim, diretor de marketing da Starbucks em Portugal e Espanha conta-nos que “com o objetivo de reduzir a quantidade de embalagens em circulação, além de incentivarmos o consumo em copos de loiça nas nossas lojas, fazemos um desconto de 0,40€ a todas as pessoas que tragam os seus próprios copos ou termos, sejam da marca Starbucks ou não”, acrescentando: “Desta forma, os nossos clientes podem contribuir para a diminuição de resíduos e para um consumo mais responsável. Outra das medidas que pusemos em prática este ano foi a substituição de todos os talheres de plástico por um composto de milho. Estes são apenas alguns exemplos de medidas que temos vindo a implementar para reduzir o consumo de plástico e a criação de resíduos”.

No mesmo sentido e “em linha com os compromissos anunciados pelo grupo em abril de 2018, que todas as embalagens de produtos Nestlé sejam 100% recicláveis ou reutilizáveis até 2025, para que nenhuma, incluindo plásticos, seja enviada para aterros, a Nestlé Portugal encetou diversas iniciativas de redução da utilização de plástico”, informa o gabinete de imprensa.

Reciclável ou reutilizável

“Durante o mês de janeiro de 2019 todas as paletines (para mexer o café) que apoiam, nos pontos de vendas, as cinco marcas de café torrado da Nestlé – Buondi, Sical, Tofa, Christina e Nescafé – deixaram de ser em plástico e passaram a ser em madeira, evitando assim a utilização de 50 toneladas de plástico apenas com esta operação”, adianta a empresa, acrescentando que “no sistema de cápsulas Nescafé Dolce Gusto foi lançada uma campanha de sensibilização com o objetivo de garantir que as nossas cápsulas são corretamente recicladas no final da sua vida útil, uma campanha apoiada num sistema de recolha fácil e eficaz. Ao fazer as suas encomendas na loja online, o consumidor recebe um saco reciclável, feito a partir de materiais reciclados, que serve para entregar as suas cápsulas nos pontos de recolha da marca. Posteriormente, o plástico e a borra das cápsulas são separados por parceiros Nescafé Dolce Gusto, sendo depois a borra de café utilizada em composto agrícola, como fertilizante, e o plástico encaminhado para reciclagem”. A Nestlé Portugal adianta que “na fábrica de cafés torrados do Porto as embalagens das cinco marcas de café torrado aí produzidas são recicláveis e ainda no decorrer deste ano será eliminado o plástico presente nas caixas de transporte”. O esforço pela sustentabilidade chega igualmente aos pontos de venda, “com a progressiva substituição de mobiliário plástico para metálico, repetindo o processo com os vários suportes normalmente utilizados no canal HoReCa, como os porta-guardanapos, mas também os toldos, que estão a ser alvo de uma significativa transformação, passando dos materiais plásticos para fibras de algodão”.

Cápsulas: reciclar é obrigatório

Dada a importância que os consumidores atribuem à reciclagem das cápsulas, quase todas as empresas criaram sistemas que incentivam e facilitam a reciclagem. Por exemplo, a Nespresso estendeu o programa recycling@Home (no qual os clientes podem devolver as cápsulas usadas ao estafeta, no momento da entrega da nova encomenda) aos clientes Nespresso Professional. Assim, “após esta recolha, as cápsulas vão todas para o centro de separação, onde separamos a borra do alumínio, o alumínio segue a fileira da reciclagem e a borra é integrada num composto agrícola que posteriormente fertiliza campos de arroz”, explica a diretora de mercado da empresa em Portugal. Anna Lenz acrescenta que “este arroz é todos os anos, desde 2009, doado ao Banco Alimentar. Já conseguimos entregar mais de dez milhões de refeições e este ano, como fazemos dez anos de parceria com o Banco Alimentar, estamos a reunir todos os esforços e a incentivar ainda mais os nossos clientes a reciclar, para conseguirmos doar, no final do ano, uma quantidade memorável: 100 toneladas de arroz”.

Por seu lado, a Delta Q dispõe de pontos reciQla nas lojas da marca, em Lisboa e no Porto, enquanto o Pingo Doce tem locais de recolha das cápsulas usadas em 287 lojas. Os locais para entrega das cápsulas usadas estão disponíveis no site da Quercus www.wasteapp.pt.

Rita Manso salienta que “o projeto de recolha de cápsulas de café no Pingo Doce tem uma vertente social relevante, dado que as receitas resultantes da valorização das cápsulas são doadas a IPSS”.

Também a Nescafé Dolce Gusto lançou “uma campanha de sensibilização com o objetivo de garantir que as nossas cápsulas são corretamente recicladas no final da sua vida útil, uma campanha apoiada num sistema de recolha fácil e eficaz. Ao fazer as suas encomendas na loja online, o consumidor recebe um saco reciclável, feito a partir de materiais reciclados, que serve para entregar as suas cápsulas nos pontos de recolha da marca. Posteriormente, o plástico e a borra das cápsulas são separados por parceiros Nescafé Dolce Gusto, sendo depois a borra de café utilizada em composto agrícola, como fertilizante, e o plástico encaminhado para reciclagem”, explica o gabinete de imprensa da Nestlé.

Produtos à base de café

A diretora comercial de Marca Própria do Pingo Doce defende que “a inovação passa muito por satisfazer as necessidades de diferentes targets de consumidores, o café é uma bebida popular entre todos os targets, mas existem diferenças nos momentos de consumo, preferência de aromas, que continuará a ser o caminho da nossa inovação”, assim “em relação às bebidas com café, o Pingo Doce continua a investir na gama de cápsulas, tendo lançado recentemente mais dois cafés de origem: Etiópia e Costa Rica. Lançamos também o galão em cápsulas, alavancado pela tendência da conveniência e experiência do típico galão de café em casa”.

Por seu lado, o diretor de marketing da Delta Cafés, Marco Nanita, afirma que o grupo apresentou recentemente várias novidades “com o objetivo de consolidar a liderança no mercado, duplicar a faturação Delta Q e conquistar o Top 10 das marcas de café no Mundo até 2030”.

Algumas destas inovações são “o WalQ, um dispositivo móvel ultracompacto de extração de cápsulas com total autonomia energética combinado com um avançado sistema hidráulico desenvolvido pelo Centro de Inovação do Grupo Nabeiro – a Diverge com a empresa 2EAST (…). O Croffee, uma barra de cereais com café, saudável, saciante e estimulante (…). O Chill by Delta é uma bebida fria de café com leite, pronta a beber, com sabor intenso a café para ser consumida em qualquer lugar. É uma bebida ready to drink e ready to go e está disponível em três opções diferentes: Cappuccino, Caffe Latte e Cappuccino Aveia. (…) O Delta Drip Coffee: Composto por café puro, 100% arábica proveniente das melhores origens e com vários atributos distintivos de utilização como: versatilidade, através de uma nova experiência de preparação e portabilidade; o formato ousado de café em saqueta; e a qualidade única do café Delta. (…) e o Delta Q Qids a primeira bebida suave e deliciosa à base de cereais e com um toque a chocolate, que a torna irresistível para os mais novos”.

Café como bebida saudável

Além das já referidas, “outra tendência mundial é a alimentação funcional. Na procura de uma vida mais saudável os consumidores estão a procurar alimentos que são otimizados com ingredientes que possuem benefícios nutricionais ou de cura, como as proteínas ou os antioxidantes. Neste âmbito, o café está posicionado de maneira natural como um alimento de potencial funcional: a pesquisa científica continua a vincular o café a uma lista crescente de benefícios potenciais à saúde”, diz-nos Walid Halabi, diretor da Novv. Assim, “à medida que posicionamos o café como uma bebida que potencia a saúde, mais oportunidades haverá para aumentar esses potenciais benefícios com a adição de outros ingredientes à cafeína”.

O diretor conta que a Novv criou cafés aromatizados “para responder desafio que a Sonae nos lançou há alguns meses, que consistia, especificamente, na criação de uma nova linha de cafés com sabor. Para uma startup como a nossa, esta foi uma oportunidade fantástica. Pudemos testar os nossos produtos em ambiente real de retalho, cumprindo a premissa do sabor e dos benefícios de saúde”, isto porque “todos os nossos cafés aromatizados são infundidos com Panax Ginseng, uma raiz milenar com provados benefícios ao nível da energia e da concentração. Depois deste período de teste no mercado português (opções de sabor, design de embalagem, comunicação, processo produtivo, etc.) os nossos cafés com sabor e ginseng estão prontos para serem distribuídos em toda a Europa”.

Walid Halabi acrescenta que “olhamos para o café não apenas como a bebida do despertar, mas sim como uma bebida saudável. O nosso foco principal sempre será o desenvolvimento de cafés otimizados, ou seja, cafés reais que, não só sabem bem, como também oferecem vários benefícios (ingredientes) à saúde, além dos muitos benefícios que a cafeína já oferece”. Quanto a novidades, o diretor da Novv diz: “Não queremos desvendar tudo, mas neste momento estamos a finalizar uma gama exclusiva de produtos que esperamos lançar em Portugal e no resto da Europa antes do final do ano. Os novos produtos vão ser oferecidos quer no retalho mainstream (com novidades na embalagem e ingredientes de saúde), quer a empresas e lojas de saúde. Para a conveniência do consumidor final, iremos ainda adicionar um canal de vendas online”.

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