A ascensão económica das novas gerações está a moldar o presente e, avizinha-se, o futuro do retalho. Os nativos digitais, a geração Z, já representam cerca de um terço da população mundial e a sua influência vai ganhando maior destaque. Com uma presença dominante no metaverso e um crescente interesse por lojas virtuais, esta geração está cada vez mais propensa a adquirir produtos no espaço digital, abrindo espaço para as marcas se adaptarem, construindo relações mais próximas nesse universo emergente.
Ao contrário dos millennials, que cresceram num cenário mais analógico e aos poucos foram testemunhando a chegada de tecnologias mais modernas, com a introdução dos telemóveis e das redes sociais, a geração Z nasceu numa época em que a internet já fazia parte das rotinas mundiais, coincidindo com a ascensão do metaverso e da web 3.0. Passam mais tempo na internet do que as gerações anteriores e, por isso, têm alterado o panorama de consumo – já são diversos os estudos que dão conta dessa realidade – abrindo portas para que as marcas acompanhem esta tendência e apostem mais na sua presença virtual.
O estudo “Digital media trends, 15th edition”, da Deloitte, indica que 87% da geração Z joga videojogos todas as semanas. Numa outra análise da Deloitte, “2022 Digital media trends, 16th edition: Toward the metaverse”, realizada em cinco países, os entrevistados desta geração descreveram esta prática como a sua atividade de entretenimento favorita, ao contrário das gerações mais velhas que ainda se inclinam para a TV e para plataformas de streaming de música.
Além disso, 57% da geração Z parece sentir-se mais livre para se expressar em jogos do que na vida real. Os dados são do estudo “The Metaverse: New Study Reveals Surprising Gen Z Insights” da Razorfish, que indicam também que 45% dos entrevistados denotam que os seus avatares/identidades nos jogos assumem expressões precisas de si mesmos como indivíduos.
O tempo despendido nestas plataformas online, torna esta geração mais propensa a adquirir produtos no espaço virtual. De acordo com o mesmo estudo, os jogadores da geração Z compram itens no metaverso da mesma forma como o fazem na vida real. “Hoje, 15% do ‘orçamento para diversão’ da geração Z é gasto no metaverso. Em cinco anos, espera-se que esse número chegue a 20%”, pode ler-se nesta análise, que alerta as marcas para aumentarem o seu conhecimento e para estarem mais atentas a este espaço: “O dinheiro está a ser gasto no metaverso.”
O mesmo estudo dá conta de que um em cada três jovens gostaria que existissem mais lojas virtuais para navegar e comprar produtos, bem como mais marcas que apostassem na venda de skins e roupas para avatares.
Tendo em mente este cenário, esta aposta poderá tornar-se uma mais-valia para construir melhores relacionamentos com este perfil de consumidores, representando uma oportunidade para as marcas no espaço de publicidade destas plataformas.