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Meios de pagamento

Expansão dos meios de pagamentos digitais consolida crescimento do e-commerce na América Latina

Expansão dos meios de pagamentos
Projeta-se um crescimento médio anual de 19% no mercado do comércio eletrónico da região até 2025, impulsionado pelas carteiras digitais e meios de pagamento em tempo real

Rodrigo Vilariño, Country Manager para Worldpay from FIS em Espanha e Portugal esteve na 20ª edição do SmartPayment Congress. Na mesa-redonda sobre o tema “Dilemas do open finance: como simplificar e tornar o processo ágil para os consumidores”, integrou o debate sobre as principais questões que hoje se levantam perante a rápida transformação do mercado financeiro.

Worldpay from FIS (NYSE: FIS) é a plataforma de pagamentos especializada em fazer acontecer o seu negócio local no mundo. Focada nos clientes com experiência na gestão de sua estratégia de meios de pagamentos que procuram otimizar resultados.

A América Latina é um destino estratégico para as empresas portuguesas. A proximidade cultural, linguística e histórica faz com que seja uma oportunidade natural de expansão. O comércio eletrónico latino-americano desenvolveu um forte crescimento de 22% ao ano entre 2017 e 2021. A projeção é de um crescimento médio anual de 19% até 2025 (de acordo com o Relatório de Pagamentos Globais da Worldpay: The Global Payments Report 2022).

 
A América Latina é um destino estratégico para as empresas portuguesas

 

 
E o futuro? Projeta-se ascensão do e-commerce, com uma taxa média anual de 19% até 2025. O amplo leque nos meios de pagamento – cartões de crédito e débito, carteiras digitais, BNPL (Buy Now Pay Later), transferências em tempo real, entre outros – instiga o consumidor a experimentar e aderir a essa infinidade de novas opções de consumo.

Os hábitos do consumidor quanto ao uso da tecnologia, consequentemente, refletem na forma como ele faz os seus pagamentos. De acordo com The Global Payments Report 2022, o e-commerce nos mercados da América Latina terá um crescimento anual de dois dígitos até 2025, incluindo os maiores da região, isto é, Brasil (18%) e México (17%). O mercado brasileiro – o maior da região – exemplifica a curva ascendente. Este ano, o comércio eletrónico teve um aumento de 16% em relação a 2021.

 
Os cartões de crédito permanecem como o principal método de pagamento no comércio eletrónico na região. Em 2021, representaram 39,3% do valor das transações e destacaram-se como a maior presença no setor em todos os mercados latino-americanos. No Brasil, houve a maior adesão com 44,7% de utilização. Os cartões de débito compuseram outros 18,2% do valor das transações da região no ano.

Os cartões de crédito permanecem como o principal método de pagamento no comércio eletrónico na região.

 
 

Peru e Chile, onde é sentido o crescimento das populações bancarizadas, devem contribuir para as taxas projetadas quanto ao uso de cartões até 2025. Mas mesmo com redução de 3% da sua participação, os cartões de crédito devem manter-se na liderança dos pagamentos no e-commerce da região, exceto no México. No país, a popularidade crescente das carteiras digitais assumirá a liderança, em 2024, como o principal método de pagamento no comércio eletrónico em participação no valor das transações.

A adesão às carteiras digitais não ocorre por acaso. Elas permitem ao consumidor armazenar com segurança as credenciais de pagamento e transferência das suas compras em praticamente todos os canais onde se dá o comércio, ou seja, online, através de aplicativos ou em lojas físicas. E, no caso do México, essa tendência é reflexo da adesão da população ao meio de pagamento que, em 2021, representou 27% das transações. E nos próximos três anos, deve chegar perto de 36% de participação. Colômbia e Peru também estão abertos ao uso das carteiras digitais, com tendência de crescimento de 13,6% e 17,8%, respectivamente, até 2025.  No contexto regional, a participação deste meio de pagamento será de 25% nos próximos três anos.

A adesão às carteiras digitais não ocorre por acaso. Elas permitem ao consumidor armazenar com segurança as credenciais de pagamento e transferência das suas compras em praticamente todos os canais onde se dá o comércio

 

Assistimos ainda a transformações significativas nas transferências bancárias, que constituíram 9,7% dos gastos regionais no comércio eletrónico em 2021, com projeção semelhante (9,4%) até 2025. Porém, o seu uso assume trajetórias variadas. Há estimativa de queda no Peru, de 8,8% em 2021 para 3,8% em 2025, e na Colômbia de 16,5% para menos de 10% nos mesmos períodos. No Brasil, com a introdução do pagamento instantâneo Pix, a previsão é que as transferências em tempo real subam de 10,9% para quase 18% em 2025.

Os pagamentos em tempo real contribuem para fortalecer o comércio eletrónico na região. Argentina e Colômbia, que já tinham soluções estabelecidas, apresentaram evoluções nos seus produtos.  O Chile destacou-se na liderança com um aumento de 140% no volume de transações (quase dois milhões por dia), com o México e o Brasil a crescerem de forma saudável a 66% e 33%, respectivamente (quatro e cinco milhões de transações por dia). No Brasil é exigido que todas as instituições, incluindo fintechs, participem do Pix se tiverem mais de 500 mil contas de clientes ativas para promover a sua disseminação.

Nesta ampla oferta de serviços e produtos digitais, o BNPL – pagamentos que permitem ao consumidor pagar por bens e serviços, seja por meio de uma fatura única ou de parcelas finitas – começa a ganhar tração no e-commerce. Os valores das transações permanecem baixos – abaixo de 1% –, mas as taxas de crescimento serão uma das mais rápidas do mundo. Estima-se um aumento de 98% de 2021 a 2025, quando passará a responder por cerca de 2,2% do valor das transações no comércio eletrónico latino-americano.

O BNPL – pagamentos que permitem ao consumidor pagar por bens e serviços, seja por meio de uma fatura única ou de parcelas finitas – começa a ganhar tração no e-commerce. Os valores das transações permanecem baixos – abaixo de 1% –, mas as taxas de crescimento serão uma das mais rápidas do mundo

 

Com essa revolução tecnológica no sistema financeiro, que impacta o comércio eletrónico, podemos afirmar que o dinheiro físico irá desaparecer? A sociedade evolui, renova-se e tem um poder incrível de transformação. As transações de pagamentos feitos com dinheiro físico estão projetadas para cair para metade até 2025 face aos 3,8% dos gastos no e-commerce da região em 2021. Queda, sim. Extinção, não. Precisamos do papel-moeda para compor este mix de meios de pagamento contemporâneo, que estará sempre em renovação.

Essa movimentação no comércio eletrónico, associada à mudança de hábitos do consumidor, certamente, trará impactos para economia, do global ao local. Cada país perceberá os efeitos desta transformação conforme o seu perfil cultural, portfólio de produtos tecnológicos disponíveis no mercado e, claro, diretrizes económicas vigentes. Para além das especificidades de cada nação, fato é que abrimos caminho para novos tempos em que inovação e tecnologia permeiam diferentes aspectos da vida social e económica de toda a sociedade.

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