Apenas 48% das empresas na Europa, Médio Oriente e África do Sul conseguem atingir os seus objetivos de poupança, segundo o estudo “Achieving Cost Excellence in Europe, the Middle East, and South Africa”, realizado pela Boston Consulting Group (BCG) em parceria com o FT Longitude.
“No panorama atual de incerteza, a otimização dos custos é – além de uma vantagem competitiva – uma necessidade para garantir resiliência em diferentes cenários. Contudo, a maioria das organizações ainda tem espaço significativo para maximizar a sua eficácia e eficiência face às melhores referências”, afirmou Carlos Elavai, Managing Director e Partner da BCG em Lisboa.
De acordo com a análise, a ineficácia em atingir objetivos de poupança prende-se com o facto de 65% dos executivos ter afirmado que, nas suas organizações, os planos de otimização e gestão de custos são “meramente pontuais”, funcionando como “uma resposta ad-hoc às mudanças nas condições do mercado”, condicionando o longo prazo.
Apenas 35% dos inquiridos revelou que as suas empresas têm uma estratégia estruturada e contínua de otimização de custos, embora esta estratégia se revele mais vantajosa, uma vez que, em média, as empresas que têm um processo de otimização de custos “always on” alcançam 62% dos seus objetivos de poupança face a apenas 43% para as organizações com planos ad-hoc.
Além disso, o estudo também concluiu que 89% das empresas que adotam planos de gestão contínua alcançam os objetivos de produtividade em comparação com 69% das organizações com abordagem ad-hoc.
O comunicado de imprensa também dá conta de que cerca de 20% das organizações inquiridas são identificadas como “pioneiras na otimização de custos”. Esta categoria distingue-se pelas suas lideranças comprometidas com os programas de otimização de custos “always-on”, com 82% a apoiar-se nas mesmas para integrar a consciência de custos nas operações do dia a dia.
Nesta linha, “é necessário que os cargos de chefia estejam comprometidos com os programas de otimização de custos para o seu sucesso”, explica a análise. Além disso, as empresas líderes afirmaram priorizar a gestão contínua de custos em todos os níveis da organização, “o que lhes permite criar uma cultura abrangente e centrada nos custos, atingir os objetivos de poupança e ganhar vantagens competitivas”.
Estas organizações também referiram utilizar, de forma generalizada, a IA Generativa para otimizar a gestão de custos e “reimaginar processos de ponta a ponta”, desde a automatização de operações até à análise preditiva para identificar áreas de poupança.
 Neste âmbito, 56% dos executivos de empresas líderes em gestão de custos considerou a IA como “um fator fundamenta” para a competitividade dos custos a curto prazo e 70% afirmou que esta se tornará “crucial” para a eficiência operacional das organizações nos próximos cinco anos.
No total, 93% das empresas inquiridas já utilizam IA para alcançar os seus objetivos de otimização de custos, ou planeiam fazê-lo nos próximos 12 meses.
Os executivos inquiridos revelaram ainda que a tecnologia vai desempenhar “um papel ainda maior”, com 50% a acreditar que a IA será um elemento essencial da sua estratégia de custos dentro de três a cinco anos, enquanto 44% diz antecipar que a tecnologia “contribua significativamente” para atingir os seus objetivos de redução de custos.