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Dinheiro é o método de pagamento mais aceite pelas empresas da UE

Dinheiro é o método de pagamento mais aceite pelas empresas da UE iStock

O dinheiro é o meio de pagamento mais aceite entre as empresas da União Europeia (UE), com 88% a aceitar pagamentos em dinheiro, seguido pelos cartões bancários (85%). Das empresas que aceitam dinheiro, 94% esperam continuar a fazê-lo nos próximos cinco anos.

A conclusão é do Banco Central Europeu (BCE), que conduziu, pela primeira vez, um inquérito às empresas sobre numerário em 2021, com um segundo questionário concluído em 2024. O objetivo passou por compreender as opiniões das empresas sobre a utilização e aceitação atual e futura de numerário em pagamentos, e como se compara com outros meios de pagamento.

Segundo a análise, as empresas da zona euro também aceitam transferências de crédito (78%), débitos diretos (51%) e pagamentos online (37%). Se a análise for realizada sem ter em conta as empresas que vendem os seus produtos e serviços exclusivamente online, a taxa de aceitação de dinheiro é ligeiramente maior (90%).

Ao decidir se aceitam um meio de pagamento, os critérios mais importantes para as empresas são, segurança (94%) e confiabilidade (92%). As empresas consideraram o dinheiro em espécie melhor em termos de custos gerais, assim como em termos de privacidade comparativamente com outros métodos de pagamento (cartões e pagamentos móveis).

O estudo do BCE também concluiu que a maioria das empresas (70%) deposita dinheiro regularmente nas suas contas. Das empresas que depositam dinheiro, os métodos mais populares são via máquinas de depósito (56%) e no balcão do banco (49%).

Ao comparar a aceitação dos vários meios de pagamento com investigações anteriores a 2021, o Banco Central Europeu concluiu que a aceitação de dinheiro diminuiu em 8 pontos percentuais (p.p), de 96% para 88%, o significa que a percentagem de empresas que não aceitam dinheiro “aumentou fortemente”.

Uma redução semelhante foi observada na aceitação de todos os tipos de cartões (de 93% para 85%). As razões deste declínio na aceitação de dinheiro e cartões ainda estão a ser analisadas ao nível de casa país. Por outro lado, registou-se um aumento na aceitação de débitos diretos (de 45% para 51%) e pagamentos móveis (de 30% para 37%), enquanto a aceitação por transferências de crédito permaneceu “bastante estável”.

O dinheiro é mais amplamente aceite na Irlanda (96%), França (94%) e Itália (93%). No entanto, esta aceitação tem vindo a diminuir na maioria dos países da zona euro desde 2021, com a maior queda a registar-se no Chipre, seguido pela Estónia e Eslováquia. Por outro lado, a aceitação de dinheiro aumentou ligeiramente em Malta (5 p.p.), na Irlanda (1 p.p.) e em França (1 p.p.).

De acordo com o inquérito, o dinheiro é aceite pela grande maioria das empresas de retalho (90%), restaurantes e cafés (89%) e hotéis (84%). Estas empresas aceitam dinheiro com mais frequência e facilidade do que empresas no setor das artes, entretenimento e recreação (74%).

Desde a investigação em 2021, o BCE avança que a diminuição na aceitação de dinheiro afetou todos os setores e tamanhos de empresas, com a maior queda a fiar-se nos hotéis (13 p.p.) e nas grandes empresas (13 p.p.).

A grande maioria de empresas da zona euro referiu que o principal critério ao escolher aceitar um meio de pagamento prende-se com a segurança do pagamento (por exemplo, contra hacking ou roubos) sendo vista como “particularmente importante”, com 94% das empresas a considerar este fator como “muito importante ou importante”. Mais de 85% das empresas em Espanha (87%), Eslovénia (86%) e Portugal (85%) consideraram ser “muito importante”.

Os números são quase tão altos para confiabilidade (92%) e facilidade de utilização (90%), seguidos por custos gerais (88%), velocidade de transação (88%), privacidade (85%) e preferência do consumidor (83%). A maioria das empresas (45%) não considera o uso por concorrentes como um critério importante.

As empresas que responderam que não aceitam dinheiro como método de pagamento referiram como motivos o dinheiro não ser usado o suficiente pelos seus clientes (39%), “outros motivos” (25%), inconveniência de depositar ou levantar dinheiro (22%) e o risco ao nível da segurança (21%).

Além disso, foi ainda concluído pela análise que cerca de um terço das empresas prefere que os clientes paguem via cartão (37%), seguido por dinheiro (25%) e transferência bancária (21%). Das empresas que vendem os seus produtos apenas em locais físicos, 29% preferem pagamentos em dinheiro, com esse número a cair para 20% para as empresas que vendem os seus produtos tanto online quanto em pontos de venda físicos.

Ao analisar a evolução das preferências das empresas desde 2021, o BCE verificou que existe uma proporção crescente de empresas que prefere ser paga por débito direto e pagamentos móveis, mas a parcela de empresas que preferem esses métodos ainda é “bastante pequena”.

O Banco Central Europeu também avançou que, ao analisar a preferência por pagamentos em dinheiro por tamanho da empresa, foi percetível verificar que as microempresas (1 a 9 funcionários) e pequenas empresas (10 a 49 funcionários) preferem receber os pagamentos em dinheiro, sendo esta vontade significativamente maior do que as empresas de maior dimensão, com essa vontade a permanecer estável ​​de 2021 a 2024.

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