Um estudo recentemente publicado pela Harvard Business School revela que a Inteligência Artificial (IA) vai mudar a forma como vivemos e trabalhamos, com 52% dos inquiridos a indicar que as empresas deverão empregar menos pessoas daqui a três anos como resultado da evolução deste tipo de tecnologias.
“O advento da Inteligência Artificial representa desafios novos e únicos para os líderes dos negócios. Estes devem continuar a ter uma boa performance financeira ao mesmo tempo que fazem investimentos significativos em contratações, formação e novas tecnologias que apoiem os objetivos de produtividade e crescimento”, refere a Harvard Business Review.
Um estudo realizado pelo MIT-IBM Watson AI Lab corrobora esta ideia, revelando de que forma o trabalho vai mudar com a evolução da IA e mostrando como os líderes das organizações se podem adaptar para responder a esta mudança. Conheça as três estratégias apresentadas pelo estudo para uma transição suave para a era da IA no local de trabalho.
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Realocar recursos de capital
De acordo com o estudo, que analisou um total de 170 milhões de anúncios de emprego entre 2010 e 2017, as tarefas de várias funções estão a reorganizar-se a um ritmo acelerado. E apesar de sabermos que muitas tarefas terão de continuar a ser desempenhadas por humanos, irão surgir muitas outras que exigirão o desenvolvimento de novas competências.
Com a evolução da IA, algumas tarefas passarão a ser desempenhadas por ‘máquinas’, contudo, apenas 2,5% dos postos de trabalho têm uma elevada proporção de tarefas que podem ser desempenhadas por ‘máquinas’, indica o estudo.
Os autores do estudo acreditam que esta mudança vai obrigar as organizações a realocar o seu capital. Uma alargada adoção de IA pode significar maiores gastos em investigação e desenvolvimento, assim como em formação e requalificação das equipas.
“De uma forma mais abrangente, os salários e as outras compensações dos colaboradores precisarão de refletir esta mudança no valor das tarefas. A nossa investigação mostra que a tecnologia reduz os custos de algumas tarefas, o que significa que o valor que os colaboradores trazem para as restantes tarefas aumenta”, dizem ainda os autores do estudo.
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Investir em formação das equipas
Nunca como agora as empresas se preocuparam com o impacto que têm na vida dos seus colaboradores. Também por isso, o investimento no desenvolvimento de competências é hoje uma prioridade para grande parte das organizações. De acordo com os autores do estudo, esse investimento é considerado essencial para conseguir bons resultados financeiros no longo prazo.
Com a evolução de tecnologias como a IA e o machine learning, milhões de colaboradores em todo o mundo precisarão de formação e de requalificação nos próximos três anos. O desenvolvimento de novas competências técnicas será essencial, assim como o desenvolvimento das chamadas soft skills como a criatividade e a comunicação.
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Educar para o futuro
Com a escalada da IA, os líderes das organizações devem ser capazes de entender não só o impacto da tecnologia no seu negócio, mas também o seu impacto na sociedade. De acordo com o estudo, as organizações devem trabalhar lado a lado com os seus stakeholders públicos e privados para incentivar o investimento em programas de formação e desenvolvimento para todos os colaboradores.
Novos modelos de educação e ‘jornadas’ de formação contínua podem ajudar a responder ao gap de competências que se farão sentir em algumas camadas populacionais. De acordo com o estudo, é preciso investir em todos os tipos de educação: universitária digital learning, programas de estágios e até no ensino secundário, para desenvolver desde o início competências cruciais como cloud computing e cibersegurança.