Realizou-se esta quarta-feira, dia 29 de março, no Centro Cultural de Belém, o 1.º Seminário de Imobiliário Logístico, organizado pela Associação Portuguesa de Logística (APLOG), e evento do qual a Distribuição Hoje foi Media Partner.
Na sessão de abertura, fazendo o enquadramento do evento, Raúl Magalhães, presidente da APLOG, lembrou os dois anos de pandemia e toda a disrupção associada a este evento de impactos globais.
Referindo que, apesar da ‘contração’ dos movimentos globais de trocas, a “globalização vai continuar”, o presidente da associação apontou, como eixo a ser explorado durante as sessões, que este é um tema premente. “Com ou sem aceleração da globalização, o comércio internacional vai sempre existir”, notou.
Prevendo “cadeias mais curtas e menos complexas”, Raúl Magalhães antecipou, tendo por base movimentos que já se vem verificando, “buffers intermédios” e “aumento de stocks nas cadeias”, bem como “mudanças de estratégias de sourcing” e maior atenção ao risk management, como forma de gerir um período de maior incerteza nos mercados internacionais.
Fazendo a antecipação dos vários pontos a ser debatidos, o presidente da APLOG centrou a sua intervenção, num segundo ponto, nos aspetos económicos, lembrando que são mais comuns hoje movimentos de concentração de operações e externalização de alguns serviços.
Imobiliário Logístico: As dificuldades de um ‘parque sem espaço’
Neste sentido, em termos de imobiliário logístico, foi destacado também um crescimento da automação, que, em termos de imobiliário, pede espaços com características diferentes dos armazéns ditos tradicionais, assinalando também que o crescimento do e-commerce e a entrada em vigor, nos próximos anos, de nova regulamentação europeia sobre circularidade vai obrigar ao repensar de estratégias globais.
 Numa terceira dimensão, mais ligada às empresas, Raúl Magalhães antecipou também uma crescente realocação de ativos, bem como a procura por novos ativos que permitam diversificação da atividade.
Por fim, lembrando, num quarto eixo, a importância do tema “ordenamento do território”, o presidente da Associação Portuguesa de Logística lembrou ser necessária maior previsibilidade, em termos de calendário, das obras estruturantes para o país e também a disponibilização de novos espaços para investimento. “Mais importante do que planos diretores é necessário espaço” para a indústria e logística, asseverou.
Abordando o investimento em infraestruturas críticas, o executivo deixou críticas aos sucessivos atrasos na entrega de obras relevantes para o conjunto do país, desde logo o plano ferroviário e o novo aeroporto na zona de Lisboa, mas também o hub logístico da Bobadela, que irá mudar de localização.
Em nota positiva, finalizando a sua intervenção, Raúl Magalhães saudou os sucessivos sucessos do Porto de Sines, lembrando também a expansão do Porto de Leixões e a sua ligação interland à Guarda.