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Logística

Imobiliário Logístico: As dificuldades de um ‘parque sem espaço’

Seminário Imobiliário Logístico: “Teremos cadeias mais curtas e menos complexas”

Durante o Seminário Imobiliário Logístico, organizado pela APLOG, Associação Portuguesa de Logística, evento do qual a DISTRIBUIÇÃO HOJE foi parceiro Media, existiram diversos momentos de destaque nas partilhas realizadas pelos oradores.

Um dos momentos altos do dia foi a mesa-redonda, moderada por Nuno Torcato, Diretor de Industrial e Logística da CBRE Portugal, onde estiveram Tomás Líbano Monteiro, Asset Manager da Logicor, Joaquim Vale, administrador da Santos e Vale, Mário Rojas, CEO da Magna Industrial e José Gavino, Head of Office Portugal da Corum Investiment.

 

Numa acesa troca de ideias, Joaquim Vale começou por referir que o “aumento das rendas tem um impacto no nosso preço”, revelando que esta não é uma tendência recente, “já se sentiu há um ano”, lembrando também que o mercado se autorregulou, isto porque, fruto da guerra na Ucrânia e disrupção da pandemia, os “clientes aumentaram os stocks e a procura [de espaços de armazenamento) aumentou”

Afirmando que “Porto e Lisboa estão sem stock de espaço disponível”, quer para nova construção, quer para ocupação”, o “aumento da procura levou ao aumento do preço. É a lei do mercado”.

 

Seminário Imobiliário Logístico: “Teremos cadeias mais curtas e menos complexas”

 

Neste sentido, Mário Rojas, da Magma, lembrou que o ‘território’ é “a matéria-prima da logística”, pelo que “os terrenos são fundamentais”. “Temos de desenvolver projetos e isso demora tempo. Estamos a trabalhar em grandes lotos”, asseverou, assumindo também que “não há matéria-prima”.

Com experiência também no mercado espanhol, onde a empresa tem presença, Rojas notou a diferença entre os dois países: “Espanha ou Portugal? Cada país tem as suas dificuldades. As coisas em Espanha estão mais centralizadas mas demoram tempo. (…) Espanha é um mercado mais maduro”.

 

Voltando o moderador a Joaquim Vale, relativamente à possibilidade de a empresa de transporte e logística ser arrendatária face à falta de espaços disponíveis, o executivo lembrou que “alugamos espaços, mas nós próprios somos produtos”. Referindo que este é um segmento que tem de pensar sempre, tentando prever as necessidades dos clientes, Joaquim Vale referiu que “temos de trabalhar nas instalações com três anos de antecedência”, fruto de toda a demora muitas vezes burocrática.

“Em Portugal, o tema do setor imobiliário é de longo prazo. Entre comprar um terreno e ter um espaço a funcionar, se tudo correr bem, demoramos cinco anos”, lembrou, afirmando ainda que “as autarquias recorrem-se de promotores para fazer obras públicas. Tornou-se moda”.

Tomás Monteiro, da Logicor, deu testemunho da falta de espaço disponível em Portugal, neste momento. “É frustrante a quantidade de inquilinos que vêm à procura de espaço e não temos”. Assumindo que o setor da logística está a mudar, este especialista afirmou ainda estarem a ser procuradas novas características de empreendimentos. “As características da logísticas estão a mudar. Devíamos comercializar metro cúbico e não metro quadrado”, isto porque, cada vez mais, os armazéns são constituídos em altura.

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