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Supply Chain

Comércio global deverá crescer mais rapidamente nos próximos 5 anos

Comércio global deverá crescer mais rapidamente nos próximos 5 anos Direitos Reservados

A DHL e a New York University Stern School of Business lançaram o DHL Trade Atlas 2025, que revelou que, apesar do comércio global ter recuperado no ano passado, a previsão é que cresça mais rapidamente nos próximos cinco anos do que na última década.

O relatório, que apresenta uma análise abrangente das tendências mais importantes do comércio global, destacou ainda que este se tem revelado “surpreendentemente resiliente face às recentes perturbações”, nomeadamente no que toca às incertezas sobre as políticas comerciais após a reeleição do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump.

 

De acordo com o estudo, que abrangeu quase 200 países e territórios, as previsões recentes apontam para um crescimento do comércio de mercadorias a uma taxa anual composta de 3,1% entre 2024 e 2029.

“Este valor está alinhado com o aumento do PIB e representa um crescimento comercial ligeiramente mais rápido em comparação com a década anterior. Mesmo que a nova administração dos EUA implemente todos os aumentos de tarifas propostos e outros países retaliem, o comércio global ainda deverá crescer nos próximos cinco anos, mas a um ritmo muito mais lento”, lê-se no comunicado enviado às redações.

 

Para John Pearson, CEO da DHL Express, o relatório revela “dados muito animadores”, enfatizando que “ainda existe um potencial significativo para o crescimento do comércio nas economias avançadas e emergentes em todo o mundo”.

E continua: “é impressionante ver como o comércio internacional continua a resistir a todos os desafios possíveis, desde a crise financeira de 2008, passando pela pandemia de Covid-19, até às tarifas e aos conflitos geopolíticos”.

 

Novos líderes no crescimento do comércio
Segundo o relatório, entre 2024 e 2029, prevê-se que quatro países se classifiquem entre os 30 primeiros, tanto em termos de velocidade (taxa de crescimento) como de escala (montante absoluto) do crescimento do comércio: Índia, Vietname, Indonésia e Filipinas.

A análise também indica que a Índia se destaca como o país com o terceiro maior valor absoluto de crescimento do comércio (6% do comércio global adicional), atrás da China (12%) e dos EUA (10%).

 

No seguimento, os países que devem registar o maior crescimento absoluto estão distribuídos pela Ásia, Europa e América do Norte. Simultaneamente, alguns países de África e da América Latina estão também entre aqueles com o crescimento mais rápido.

Recorde no comércio de longa distância
Apesar do interesse generalizado no nearshoring e na produção de mercadorias mais próximas dos clientes, o relatório demonstrou que “o comércio, de uma forma geral, não se tornou mais regional”.

Assim, os fluxos comerciais reais indicam uma tendência oposta. Nos primeiros nove meses de 2024, a distância média percorrida por todos os bens comercializados atingiu um recorde de 5.000 quilómetros, enquanto a percentagem de comércio dentro das principais regiões caiu para um novo mínimo de 51%.

Mudanças políticas nos EUA
O estudo aponta ainda algumas razões para o mercado se manter otimistas relativamente ao comércio global, isto porque a maioria dos países continua a procurar o comércio como “uma oportunidade económica chave”, e as barreiras comerciais dos EUA podem “fortalecer os laços entre outros países”.

Além disso, muitas das ameaças de Trump podem acabar por ser diferentes das inicialmente propostas ou adiadas para evitar um aumento da inflação interna. Além disso, a quota dos EUA nas importações mundiais é atualmente de 13% e a das exportações é de 9% – o suficiente para que as políticas dos EUA tenham efeitos substanciais noutros países, mas não o suficiente para determinar unilateralmente o futuro do comércio global.

“Embora as ameaças ao sistema de comércio global devam ser levadas a sério, este tem demonstrado grande resistência graças aos grandes benefícios que proporciona às economias e às sociedades”, disse Steven A. Altman, investigador principal e diretor da Iniciativa DHL sobre Globalização no Centro para o Futuro da Gestão da NYU Stern.

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O estou apresentou também uma atualização das mudanças nos padrões de comércio impulsionadas pela geopolítica.

Embora o comércio entre blocos de aliados próximos dos EUA e da China tenha diminuído em 2022 e 2023, em relação ao comércio dentro desses blocos, essas quedas foram pequenas e não se mantiveram em 2024.

Assim, os EUA e a China reduziram as quotas de comércio entre si, mas não o suficiente para constituir uma “dissociação” significativa. O comércio direto entre EUA e China caiu de 3,5% do comércio mundial, em 2016, para 2,6% nos primeiros nove meses de 2024.

No entanto, os EUA ainda recebem da China uma percentagem tão alta de importações quanto o resto do mundo. “Há evidências que sugerem que as importações americanas da China são subnotificadas”, avança a nota de imprensa.

Além disso, os dados, que também consideram os fatores de produção chineses em bens que os EUA importam de outros países, não sugerem uma queda significativa na dependência dos EUA de bens fabricados na China.

 

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