A Lenovo, HP e Dell foram responsáveis por 63% das vendas de PCs no quarto e último trimestre de 2018, num mercado em que as vendas mundiais totalizaram 68,6 milhões de unidades, correspondendo a uma queda de 4,3% em relação ao quarto trimestre de 2017, de acordo com os resultados preliminares da Gartner, Inc.
Para o ano de 2018, as vendas de PCs superaram 259,4 milhões de unidades, o que significa uma queda de 1,3% face a 2017, admitindo os analistas da Gartner que “havia sinais de otimismo em 2018, mas a indústria foi impactada por duas tendências principais”.
“Quando a procura no mercado de PCs começou a ver resultados positivos, a falta de CPUs (unidades centrais de processamento) criou problemas na cadeia de abastecimento. Após dois trimestres de crescimento no segundo e terceiro trimestres, as vendas de PCs caíram no quarto trimestre”, revela Mikako Kitagawa, analista principal do Gartner. “O impacto da escassez de CPUs afetou a capacidade dos fornecedores de atender à procura criada pelos upgrades de PC comercial”. Além disso, “as incertezas políticas e económicas nalguns países diminuíram a procura de PCs”, adianta Kitagawa.
Os três principais fornecedores aumentaram a sua quota no mercado global de PCs, com Lenovo, HP Inc. e Dell a deterem 63% das vendas de PCs no quarto trimestre de 2018, acima dos 59% no quarto trimestre de 2017.
A Lenovo superou a HP Inc. para alcançar a primeira posição no mercado global de PCs no quarto trimestre de 2018. Um fator importante para o ganho de quota da Lenovo foi creditado à joint-venture com a Fujitsu formada em maio de 2018.
O quarto trimestre de 2018 foi desafiador para a HP Inc, tendo registado um declínio nas vendas após quatro trimestres consecutivos de crescimento. As vendas da HP Inc. diminuíram na maioria das regiões importantes, exceto na Ásia/Pacífico e no Japão.
A Dell, por sua vez, registou um crescimento positivo quando a empresa superou a EMEA (Europa, Oriente Médio e África) e o Japão, mas sofreu um declínio na Ásia/Pacífico e na América Latina.
As vendas de PCs na EMEA totalizaram 20,9 milhões de unidades no quarto trimestre de 2018, um declínio de 3,8% em relação ao ano anterior. Houve alguns sinais positivos, como na procura da Europa Ocidental por desktops e ultramobiles, enquanto o setor governamental também beneficiou de novas renovações do Windows 10.
A procura na Rússia continuou a recuperar e algumas partes da Europa Oriental, como a República Checa e a Hungria, no entanto, a procura não suficiente para compensar o declínio das vendas aos consumidores.
O mercado de PCs da Ásia/Pacífico totalizou 24,2 milhões de unidades no quarto trimestre de 2018, uma queda de 4,6% em relação ao quarto trimestre de 2017. Devido às incertezas das relações comerciais EUA-China e do volátil mercado de ações, houve uma procura cautelosa, especialmente entre os consumidores e o segmento de PMEs. No quarto trimestre de 2018, as vendas de PCs na China caíram 2,5% em relação ao ano anterior, mas aumentaram 5,6% sequencialmente.
Quanto ao ano de 2018, as vendas mundiais de PCs totalizaram 259,4 milhões de unidades, uma redução de 1,3% em relação a 2017. Este foi o sétimo ano consecutivo de declínio global na venda de PCs, mas foi menos acentuado em comparação com os três últimos anos.
“A maior parte do declínio das vendas de PCs em 2018 deveu-se a vendas fracas de PCs para o consumidor final, representando aproximadamente 40% das vendas de PCs em 2018, em comparação com 49% das vendas em 2014”, concluiu Kitagawa.