90% dos consumidores portugueses acreditam que as marcam afirmam ser sustentáveis apenas para fins promocionais, concluiu o 3º Relatório Global de Consumo MARCO 2024, promovido pela MARCO em parceria com a Cint, empresa de investigação tecnológica.
Depois de Portugal, segue-se a África do Sul com 86% e o México com 85%, indica a análise.
De acordo com o estudo, este sentimento é particularmente significativo nos países ocidentais, onde existe uma tendência para exigir maior transparência e responsabilidade por parte das marcas.
A análise revelou que a grande maioria dos consumidores a nível global (81%) suspeita que as empresas estão a utilizar as suas credenciais de sustentabilidade como instrumentos de marketing, em vez de demonstrarem um compromisso genuíno com a responsabilidade ambiental e social.
O relatório revelou também que os consumidores estão cada vez mais motivados a fazer escolhas sustentáveis no dia a dia, com mais de metade dos inquiridos portugueses (58%, valor semelhante à média global) a revelarem comprar produtos em segunda mão para promover práticas de consumo mais sustentáveis; 95% assume a importância da reciclagem para poupar recursos naturais, contra 90% a nível global; e 66% consideram positiva a utilização de automóveis elétricos para proteger o ambiente, em linha com a média global de 67%.
Além disso, 44% dos portugueses assumiu que consideraria deixar de andar de avião por questões de consciência ambiental, um valor que contrasta com a média global de 53%.
“Estas conclusões sublinham a importância da transparência e da responsabilidade nas iniciativas de sustentabilidade das empresas. À medida que os consumidores se tornam mais exigentes e esperam provas de um compromisso genuíno, as empresas devem navegar cuidadosamente neste novo cenário. Uma comunicação eficaz e ações tangíveis são mais cruciais do que nunca para criar e manter a confiança dos consumidores”, referiu Diana Castilho, Head of Portugal da MARCO.
Já para Emmanuelle Jacquety, Head of Sustainability Communications da MARCO, “o crescente ceticismo dos consumidores em relação às credenciais de sustentabilidade das empresas é um sinal de alerta para as empresas de todo o mundo. Já não é suficiente promover simplesmente a sustentabilidade”.
E continua: “as empresas devem demonstrar um impacto real e mensurável. A transparência, a responsabilidade e um compromisso real com a sustentabilidade são fundamentais para recuperar a confiança dos consumidores. As empresas que não satisfaçam estas expectativas arriscam-se não só a perder a credibilidade e a lealdade dos clientes, mas também a incorrer em sanções devido à futura regulamentação da UE”.
O estudo tem por base um inquérito efetuado a uma amostra total de 7.300 pessoas, de 11 países (Brasil, França, Alemanha, Itália, México, Marrocos, Portugal, África do Sul, Espanha, Reino Unido e EUA), entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024.