O ano de 2022 foi repleto de desafios para o mundo e o retalho foi um dos segmentos mais afetados e que mais teve de se adaptar para responder à altura. Um estudo recente, onde se aborda a capitalização bolsista dos 25 maiores retalhistas em termos mundiais, mostra precisamente essa tendência.
Segundo a Global Data, no último trimestre do ano transato, as 25 maiores empresas no setor do retalho perderam aproximadamente 40 mil milhões de euros em termos de negociação no mercado de capitais.
De acordo com o relatório, o ‘tomo’ deveu-se sobretudo a uma inflação que esteve sempre a subir, bem como um aumento nas taxas de juro que levou os consumidores a mudarem os seus hábitos de consumo e, como consequência, a que os retalhistas tivessem excesso de inventário.
Em termos numérico, o mercado perdeu 1,3% da sua capitalização, baixando de uma valorização de 3,37 mil milhões de dólares no terceiro trimestre, para 3,33 mil milhões de dólares nos últimos três meses de 2022.
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A Amazon, Costco e a CVS Health foram os retalhistas mais afetados, com quedas em bolsa significativas, sendo que a Nike, Ross Stores e Rinduoduo exibiram ganhos neste particular.
“O setor de retalho a nível global está a enfrentar ventos contrários devido ao aumento nas taxas de juros e pressões inflacionárias. O aumento dos stocks e os riscos da cadeia de abastecimento também estão a lançar dúvidas sobre as perspetivas de crescimento do setor. Como resposta, o setor do retalho está à procura de mudanças nas tendências, como compras omnichannel, comércio social e inovação tecnológica”, analisou Ragupathy Jayaraman, Business Fundamentals Analyst da Global Data.
A Amazon, sozinha, no último trimestre, perdeu cerca de 294.3 mil milhões de euros em termos de valor quando comparado com o trimestre anterior, a sua queda mais abrupta em termos de valorização em duas décadas. Segundo a análise, os principais problemas para a empresa estiveram relacionados com problemas na cadeia de abastecimento, a guerra na Ucrânia, maiores custos, mas também com a crescente preferência dos consumidores por compras em loja, o que, como esperado impactou uma empresa que depende em grande medida do e-commerce.
“Mais de 80% dos retalhistas no top 25 tiveram algum tipo de valorização. (…) A Alibaba teve um crescimento de 10% em termos de valorização no último trimestre, sobretudo devido a otimizações em termos de custos e aumento da eficiência das suas operações”, acrescentou Jayaraman para terminar.