O Grupo METRO apresentou esta quinta-feira (15 de dezembro) à imprensa a sua nova estrutura, que passa a ser constituída por duas operações distintas: a METRO, dedicada ao retalho e wholesale e que em Portugal está representada pela Makro, e a Ceconomy, à qual passam a pertencer as insígnias de eletrónica de consumo, como a Media Markt. Philippe Palazzi, Operating Partner para Portugal, França e Espanha da Makro, revelou à DISTRIBUIÇÃO HOJE à margem da conferência que com este virar de página o foco da companhia estará cada vez mais no wholesale, que pode “beneficiar do crescimento do turismo em Portugal”.
De acordo com o responsável, apesar da mudança de branding agora apresentada para a companhia, a marca Makro continuará a ser a mesma, pelo menos para aqueles que visitam as lojas todos os dias. “Dentro das lojas não vamos ver nenhuma diferença. A verdadeira diferença tem a ver com a forma como operamos a nossa empresa daqui para a frente. No passado, a estratégia local para o mercado português era ditada pela central, que dizia exatamente aquilo que tinha que ser feito em termos de estratégia, o que era completamente errado. Agora, o desenvolvimento do plano de criação de valor começa pela equipa portuguesa, com base no mercado, no consumidor, na concorrência…O plano de Portugal é excelente e tem muito potencial para o HoReCa. É um grande mercado, onde o turismo está a crescer com cada vez mais pessoas a visitar o país.”
O potencial do turismo português será, segundo Philippe Palazzi, aproveitado pela empresa, que acredita conseguir fazer crescer o negócio com o setor da hospitalidade. “Na posição em que estamos no mercado português, servir o setor da hospitalidade e o HoReCa é muito bom. Estamos convencidos que o mercado do turismo em Portugal tem muito valor e que não existe publicidade e ações promocionais suficientes nos outros países para dar a conhecer esse valor. Não falamos o suficiente de Portugal noutros países, mas para a METRO é muito bom que Portugal tenha muito turismo. Esperamos beneficiar do crescimento do turismo em Portugal: o nosso foco em bares, hotéis e restaurantes é perfeito para esse mercado. De certeza que vamos investir em Portugal, mas a abertura de lojas não está planeada, mas se surgir uma boa oportunidade, porque não?”
Para além disso, acrescenta que no mercado nacional a aposta estará também na multicanalidade e na entrega. “Tentamos ser ‘multicanais’ em Portugal e apesar de sermos wholesalers queremos desenvolver a entrega, porque como em quase todos os países, como Espanha, Itália, França, em Portugal entre 60 a 70% das necessidades do cliente do canal HoReCa podem ser respondidas pelo serviço de entregas. Vamos desenvolver os nossos armazéns em paralelo com o nosso serviço de entregas – é aqui que vamos investir dinheiro, tempo e recursos…”
A empresa não quis revelar valores de investimento, mas deixa uma mensagem: “o potencial do país é bom para nós, podemos desempenhar um papel chave em Portugal e achamos que também pode ser altamente rentável para nós.” De resto, Palazzi diz ainda que apesar da mudança de imagem da METRO, “as insígnias Metro e Makro vão continuar a ser as mesmas. Eu nunca mudaria o nome da Makro. Portugal é o único país onde apanho um táxi e se disser para me levarem à Makro toda a gente sabe onde é. Em Portugal – o que é fantástico – a marca é muito forte.”
*a jornalista viajou para Düsseldorf a convite do Grupo Metro