Em 2020, 84,5% dos agregados familiares em Portugal têm ligação à internet em casa e 81,7% utilizam ligação através de banda larga, o que representa um aumento significativo, de mais 3,6 pontos percentuais (p.p.), em relação ao ano anterior, revelam os mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) num questionário efetuado de 21 de abril a 31 de agosto.
No contexto da pandemia, a percentagem de utilizadores de internet aumentou 3 p.p. em relação ao período homólogo de 2019, o que contraria a estabilidade dos resultados nos dois anos anteriores.
Esta maior ligação dos agregados familiares à internet fez com que, neste período de pandemia, a percentagem de utilizadores de comércio eletrónico registasse, em 2020, o maior aumento da série iniciada em 2002, mais 7 p.p. que em 2019. Em 2020, 44,5% das pessoas dos 16 aos 74 anos efetuaram encomendas pela internet nos 12 meses anteriores à realização do inquérito e 35,2% nos 3 meses anteriores.
Contudo, no que diz respeito a utilizar a internet para fazer compras, Portugal mantém-se abaixo da média da União Europeia (em 2019, 49% da população europeia (EU-27) tinha efetuado encomendas nos 3 meses anteriores ao inquérito).
A Área Metropolitana de Lisboa é a única região em que a proporção de pessoas a utilizar comércio eletrónico nos 3 meses anteriores à entrevista (41,6%) ultrapassa a média obtida para o conjunto do país (35,2%). A região Centro apresenta-se muito próxima da referência nacional, com 34,8% de utilizadores de comércio eletrónico.
As proporções de utilizadores de internet que realizaram encomendas na rede revelaram-se mais elevadas para os que detêm o ensino superior (64,4%), no grupo etário dos 25 aos 34 anos (62,8% de utilizadores), estudantes (51,7%) e empregados (43,9%). Embora a distância seja pequena, os homens tendem a fazer mais encomendas pela internet (36,2%) que as mulheres (34,4%).
Em 2020, aumentou significativamente a quantidade de encomendas efetuadas pelos utilizadores de comércio eletrónico, com os números a indicarem que aumentou em 9,5 p.p. a expressão relativa do grupo dos que fizeram entre 6 a 10 encomendas, em 6,9 p.p. dos que fizeram mais de 10 encomendas e 4 p.p. dos que fizeram 3 a 5 encomendas.
Aumentou também a importância despendida por encomenda, em mais 15,7 p.p. no caso do peso das encomendas entre 100 e 499 euros e mais 8 p.p. nas encomendas de valor igual ou superior a 500 euros.
A maioria dos utilizadores de comércio eletrónico fez encomendas de produtos físicos (98,4% encomendaram pelo menos um produto físico), comparativamente a produtos em formato digital (49,2%) e a serviços (47,8%).
Quanto à tipologia de produto comprado na rede, roupa, calçado e acessórios de moda lideram (60,4%), seguindo-se as refeições em takeaway ou entrega ao domicílio (38,2%), equipamento informático (37,3%) e os produtos digitais relacionados com filmes, séries ou programas de desporto (34,3%).