A sustentabilidade é já um fator-chave nas decisões de compra de 80% dos portugueses. É a principal conclusão do estudo “A Rede de Mudança 2024”, realizado pela Wallapop, que visou desvendar o que o futuro reserva para o mercado da economia circular em Portugal.
Segundo o mesmo relatório, esta percentagem deverá aumentar para os 88% nos próximos cinco anos.
“Embora o preço continue a ser o fator que mais influencia as escolhas de consumo dos portugueses, na compra e venda de bens reutilizados o preço é complementado por outras motivações, com mais de metade (52%) destas compras a serem motivadas por razões não económicas, como, por exemplo, encontrar produtos únicos ou já descontinuados”, lê-se no comunicado enviado às redações.
A comunicação também adiantou que, num espaço de cinco anos, mais de 7 em cada 10 portugueses acreditam que vão optar pela compra de produtos reutilizados mais pelo seu impacto na sociedade do que por motivos financeiros.
Neste sentido, este paradigma reflete-se também em novas exigências aos intervenientes no mercado, especialmente ligadas a uma maior transparência em termos de sustentabilidade e de qualidade dos produtos.
Segundo os dados do estudo, 90% dos consumidores revela o desejo de ver incluído nos produtos um rótulo “de sustentabilidade” que indique a sua durabilidade, os materiais utilizados e as possibilidades de reciclagem dos mesmos, para facilitar uma escolha informada acerca da sustentabilidade de cada produto.
O relatório também revelou que, atualmente, 90% dos portugueses dizem ter o hábito de rever os produtos que têm em casa, pelo menos uma vez por ano, para os vender em plataformas de produtos reutilizados.
De acordo com as previsões do estudo, num futuro próximo, as pessoas vão chegar-se cada vez mais à tendência de viver com menos bens materiais e uma maior sensação de tranquilidade, com 95% dos portugueses a mencionar que irá refletir mais frequentemente se realmente precisam de um produto antes de o comprar e outros 91% a mencionar preferir vender o que já não utilizam em vez de acumularem estes produtos nas suas casas.
Também nos próximos cinco anos, os resultados do estudo preveem que o recondicionamento de produtos será mais um passo na sofisticação do setor da reutilização.
Segundo o estudo, 70% dos portugueses afirma que, atualmente, compram a mesma quantidade ou mais de produtos recondicionados do que há um ano e, até 2030, 9 em cada 10 destes consumidores acreditam que irão comprar pelo menos tantos produtos recondicionados como novos, ou até mais.
O estudo tem por base uma amostra constituída por 1.000 entrevistas, através de um grupo de indivíduos de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos, a viver em Portugal.