Os dados mais recentemente divulgados pela Kantar relativamente às vendas online de FMCG mostram uma tendência que já conhecíamos. O e-commerce está a crescer e, a nível mundial, as transações online deste tipo de produtos cresceram, em 2021, mais de 15%. O mercado, no seu todo, registou um incremento de volume na ordem dos 2,1%.
Em comunicado, a consultora explica que este “crescimento total do mercado em 2,1% está em linha com o crescimento médio em pré-pandemia e significa que o mercado manteve os ganhos de crescimento de dois dígitos obtidos na fase 2020 da pandemia”, sendo que o canal online foi o que teve um crescimento mais rápido.
Para se ter uma ideia, o canal online representou, em 2021, 7,2% dos gastos globais em produtos de grande consumo, sendo o mercado asiático o que mais contribuiu para este crescimento, que representou 45% de todas as vendas online de FMCG, em todo o mundo, quase o dobro da contribuição dos EUA ou da Europa Ocidental para as vendas de FMCG online. Em Portugal, este mercado atingiu 3,5% de quota em vendas de FMCG, no canal online.
Em termos de abrangência, quase 40% dos consumidores usaram plataformas de comércio eletrónico para comprar produtos de grande consumo em 2021, um crescimento de 3% , uma vez que, em 2020, o valor tinha ficado nos 37%, e, em 2019, nos 31,6%.
“Estes consumidores estão também a fazer compras on-line com mais frequência. Em média, foram feitas 10,4 ocasiões de compras on-line em 2021, em comparação com 8,7 ocasiões em 2020 e 6,9 em 2019. 44,2% dos asiáticos comprou FMCG on-line, acima dos 41,7% em 2020. Na Europa Ocidental, 35,2% fizeram compras on-line”, explica o comunicado da Kantar.
Confira os principais pontos destacados pela consultora em termos de categorias, sendo que todos os cinco setores de FMCG tiveram uma desaceleração no crescimento, mas com Bebidas, Laticínios e Alimentos a representarem mais de 70% do valor de FMCG.
- O crescimento robusto em bebidas desportivas e energéticas, juntamente com refrigerantes com gás, levou o mercado de bebidas a registar um crescimento de 2,9%.
- Vinho e Champanhe passaram de um crescimento de 11% em 2020 para uma queda de -4% em 2021.
- Alimentação (excluindo Laticínios) cresceu 2,5%, com Farinha, Conservas de Peixe e Arroz a serem três das categorias com pior desempenho, uma vez que os compradores deixaram de fazer pão em casa, e da menor necessidade de alimentos de longa duração, como conservas e arroz.
- O setor de Cuidado do Lar foi impactado em categorias-chave, como lixívias e produtos de limpeza para a casa, ambos passando de um crescimento de 20% em 2020 para um pequeno declínio em 2021.
- Cuidado do rosto passou de queda de -4% em 2020 para crescimento de +4%. Mesmo as categorias mais atingidas em 2020, Maquilhagem e Fragrâncias (que sofreram queda de -22% e -11%, respetivamente) viram o seu desempenho melhorar drasticamente em 2021, apesar da mudança nos hábitos dos consumidores.