O impacto da Inteligência Artificial (IA) no mundo laboral está ainda por determinar, mas os especialistas são unânimes ao reconhecer que uma parte das tarefas realizadas por humanos tenderá a ser feita por máquinas.
Pois bem, a Amazon, um dos retalhistas mais tecnologicamente bem preparados do mundo, está já a ‘avisar’ os seus funcionários desta dinâmica, sendo que na passada semana o seu CEO, Andy Jassy, informou mesmo que iriam haver alguns cortes (provavelmente).
“À medida que implementamos mais IA Generativa e agentes, isso deve mudar a forma como nosso trabalho é feito. Precisaremos de menos pessoas realizando algumas das tarefas que são feitas hoje e mais pessoas realizando outros tipos de tarefas”, escreveu o CEO numa nota interna.
“É difícil saber exatamente onde isso se refletirá ao longo do tempo, mas, nos próximos anos, esperamos que isso reduza nossa força de trabalho corporativa total, à medida que obtemos ganhos de eficiência com o uso extensivo da IA em toda a empresa”, continuou.
 
A IA não promoverá mudanças apenas na Amazon, afirmou Jassy. A IA “mudará a forma como todos nós trabalhamos e vivemos”, incluindo “biliões” de agentes de IA “em todas as empresas e em todos os campos imagináveis”. “Muitos desses agentes ainda precisam ser criados, mas não se enganem, eles estão a chegar, e estão a chegar rápido”, disse Jassy.
Ele incentivou os funcionários a verem a IA como “companheiros de equipa aos quais podemos recorrer em vários estágios do nosso trabalho, e que se tornarão mais sábios e úteis com mais experiência”.
Mas para quando? Provavelmente, para já. Isto porque a Bloomberg relata que a Amazon já deu ordens para que milhares de trabalhadores de diversas equipas dos EUA se mudem para seus principais centros em Seattle, Washington; Arlington, Virgínia; e Washington, DC.
Com um total de 1,5 milhões de funcionários em período integral e parcial distribuídos pelos seus negócios globais, incluindo 350.000 funcionários corporativos, a Amazon terá mesmo intimado os trabalhadores para tomarem a decisão já. Num caso narrado pela imprensa internacional, um colaborar foi informado que tinha 30 dias para decidir se mudaria ou se demitiria. Após esse prazo, ele teria 60 dias para iniciar o processo de realocação ou deixar a empresa — e, se escolhesse a última opção, não receberia indenização por rescisão.