As compras dos consumidores europeus no ponto de venda foram na sua maioria (quase 60%) abaixo dos 20 euros, em 2022. Já mais de uma em cada quatro compras online registaram um preço superior a 50 euros. Perceba a diferença entre valores e meios de pagamentos, com base no estudo SPACE, realizado pelo Banco Central Europeu.
A análise às transações no ponto de venda revela outro detalhe interessante. À medida que o valor aumenta, o dinheiro é trocado pelo cartão bancário. Nos valores inferiores a cinco euros, o peso do dinheiro é de 81%. Já quando falamos em mais de 100 euros, é de apenas 31%. No seu inverso, o cartão é utilizado em 15% das transações inferiores a cinco euros e 53% nas superiores a 100 euros. O seu maior valor é registado entre os 50 e os 100 euros.
O peso do cartão em pequenos valores, apesar de tudo, tem crescido. Em transações inferiores a cinco euros, subiu de 7% em 2019 para 15% em 2022. Já nos valores entre cinco e dez euros, subiu de 15% para 24%.
Já nos pagamentos online, o cartão é o líder, com uma percentagem que varia entre os 43% e os 54%. Os pagamentos eletrónicos já possuem entre 24 e 26%. É de destacar o peso das transferências de crédito nos mais de 100 euros, com um peso de 15%.
 É de destacar o peso das transferências de crédito nos mais de 100 euros, com um peso de 15%.
O que comprar no físico?
As compras do dia-a-dia continuam a liderar, quer em número, quer em valor, as transações no ponto de venda. De 51% em 2019, subiu para 54% em 2022.
De destacar a ligeira queda dos restaurantes e hotéis, de 20% em 2019 para 18% em 2022. O relatório nota que pode refletir um padrão aprendido durante a pandemia.
“Embora as lojas de alimentos tenham sido mantidas abertas durante a maioria dos períodos de lockdown, restaurantes e hotéis permaneceram fechados por longos períodos em alguns países da zona euro. A percentagem de pagamentos em recintos desportivos, culturais e de entretenimento também diminuiu, mas este valor já era relativamente baixo em 2019. Embora não tenha havido lockdowns significativos durante os períodos de recolha de informação no outono de 2021 e na primavera de 2022, o comportamento de consumo aprendido durante a pandemia ainda pode ter tido um impacto comportamental de longo prazo nos consumidores”, nota o relatório.
 O dinheiro físico continuou a ser o meio de pagamento mais frequente nas máquinas de venda automática (74%), restaurantes e hotéis (68%) e em supermercados e outras lojas de produtos do dia-a-dia (61%). Nas lojas com itens duráveis o peso do cartão (51%) foi superior ao do dinheiro físico (39%). Os pagamentos através de apps movéis variaram entre os 3 e os 5%, com o maior valor registado em estabelecimentos culturais e de desporto.
O dinheiro físico continuou a ser o meio de pagamento mais frequente nas máquinas de venda automática (74%).
Apesar da supremacia do dinheiro físico, no geral, a sua utilização diminuiu. A percentagem de transações com moedas e notas desceu mais de 10% em restaurantes e hotéis, estabelecimentos culturais e de desporto, lojas de itens do dia-a-dia e outros lugares.
Já os pagamentos em dinheiro físico aumentaram nos postos de abastecimento de combustível e nas máquinas de venda automáticas.
O que comprar no digital?
As compras de alimentos e outros itens de uso diário aumentou no online. De 10% em 2019, o valor cresceu para 24%. Também a medicina e os cosméticos registaram uma subida, de 5% para os 10%. A quota das restantes categorias desceu, mas o relatório nota que “não significa necessariamente que o valor total de compras online para estes propósitos (como a roupa) tenha diminuído”.
As compras de alimentos e outros itens de uso diário aumentou no online.
Qual o favorito nas transações recorrentes?
Nos pagamentos recorrentes (onde se incluem água, luz, gás, telecomunicações, entre outros), o débito direto foi o mesmo utilizado por quase metade dos consumidores. Outros 30 a 40% pagaram recorrentemente as suas contas através de transferências bancárias. Cartões, dinheiro e outros instrumentos foram utilizados por menos de 10% dos consumidores.
Nos transportes, a maioria dos pagamentos foram feitos com cartões. Já 24% feitos com dinheiro físico, indicando que são frequentemente pagos no ponto de venda e não remotamente.