A procura por soluções de financiamento de curto prazo aumentou nos últimos dois anos e em muito se deve ao orçamento disponível dos consumidores que tem vindo a ser afetado pela inflação. Na Europa, as transações buy now pay later (BNPL) foram as mais altas em 2021, ocupando mais de 40% do mercado.
Os dados de BNPL da GlobalData revelam que este mercado foi avaliado em US$ 141,8 bilhões em 2021 e espera-se que cresça a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 33,3% durante 2021-2026.
 Reino Unido e Alemanha foram os líderes nesta procura e, em conjunto, foram responsáveis, por mais de 50% das transações BNPL em 2021.
O incremento dos pagamentos online tem favorecido o crescimento do mercado BNPL, com estas aplicações de crédito a ganharem popularidade nos últimos dois anos, como uma opção de pagamento alternativa. De acordo com os dados da GlobalData, esta tendência deve continuar durante o período de previsão. O método de pagamento tem se mostrado popular entre a geração Z e millennials, que são “atraídas pela simplicidade e velocidade dos empréstimos” desta natureza, “bem como pela modalidade sem juros”, permitindo-lhes comprar bens de luxo de alto valor com condições mais favoráveis.
O valor da transação na Europa foi o mais alto em 2021, ocupando mais de 40% do tamanho geral do mercado. Reino Unido e Alemanha foram os líderes nesta procura e, em conjunto, foram responsáveis, por mais de 50% das transações BNPL em 2021.
Contudo, o mesmo estudo da GlobalData, prevê que a América do Norte ultrapasse a Europa até 2026, “respondendo por mais de 30% do valor global da transação BNPL, com uma taxa de crescimento prevista superior a 25% de 2021 a 2026”. O uso frequente de cartão de crédito nesta região é apontado como fator impulsionador para a proliferação deste serviço nos mercados americanos. Estima-se, assim, que este cresça 35,9%, atingindo US$ 135,4 bilhões em 2023.
Entre os principais players, conforme indica o estudo, encontram-se Klarna, PayPal, Zip, Paytm, Afterpay e Affirm. A análise preditiva esperava que em 2023, a Apple Pay surgisse “como um novo participante no espaço BNPL, como parte da solução de carteira móvel Apple Wallet, aumentando assim a concorrência no mercado entre os fornecedores de aplicações BNPL”. O que acabou por acontecer.
Apple já tem solução Pay Later
 O Apple Pay Later, recentemente lançado pela Apple, já se tornou uma ferramenta de pagamento popular nos EUA, devido à crescente procura por crédito de curto prazo. “A Apple já tem uma presença robusta no espaço de pagamentos dos EUA com o Apple Pay. A Pesquisa Bancária e de Pagamentos 2022 da GlobalData indica que o Apple Pay representa uma participação de 5,7% do mercado total de comércio eletrónico dos EUA, em comparação com 3,4% em 2020”, explica Ravi Sharma, analista líder de bancos e pagamentos da GlobalData, em comunicado.
O lançamento deste serviço está alinhado com a estratégia geral da empresa, assume Ravi Sharma, “incentivando os seus utilizadores a permanecerem dentro do seu ecossistema de produtos e serviços, já que a empresa lançou uma série de produtos e serviços ligados a dispositivos Apple, como Apple Pay e Apple Card no passado”.
O Apple Pay Later permite aos utilizadores a divisão de compras em quatro parcelas, distribuídas por seis semanas, sem juros e taxas.
Buy bow pay later em debate no Smartpayments Congress
A estratégia buy now pay later vai estar em destaque no Smartpayments Congress − que decorre no dia 1 de junho, no Lagoas Park Hotel−, com a Mesa-Redonda “Concessão de crédito e pagamentos do consumidor”, que acontecerá às 11h30. O segundo bloco do evento é inteiramente dedicado a esta área, em particular à transformação que tem vivido, que acompanha os novos hábitos de consumo e as transações sem dinheiro físico. O debate sobre este tema irá debruçar-se na estratégia buy now pay later, no crédito ao consumo das lojas online e nas soluções integradas na jornada da compra. Para debater o assunto, entre outros convidados, destacamos Ricardo Pereira, country CFO da Ikea; e Vinay Pranjivan, Consumer Protection in financial services da DECO.

Ricardo Pereira, Ikea

Vinay Pranjivan, DECO
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