Em março, os indicadores de confiança dos consumidores e de sentimento económico diminuíram de forma expressiva na Área Euro (AE), refletindo a forte deterioração das expectativas provocada pelos efeitos da pandemia COVID-19.
Em Portugal, com a confirmação dos primeiros casos de COVID-19 a partir do início de março, ter-se-ão começado a verificar impactos negativos nas expetativas das famílias e empresas, revelam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Com a disseminação a nível mundial e a passagem a uma fase de pandemia, foram tomadas diversas medidas de contenção à propagação do COVID-19, tendo sido anunciado o encerramento das escolas e universidades no dia 11 de março, com efeitos partir do dia 16 de março, e decretado o estado de emergência no dia 18 de março.
Os resultados em valores efetivos apurados para os indicadores qualitativos em março revelam que o indicador de confiança dos Consumidores registou uma redução significativa face ao mês anterior, constituindo a maior redução mensal desde setembro de 2012 e atingindo o valor mínimo desde fevereiro de 2016. Esta evolução deveu-se sobretudo às expetativas relativas à evolução da situação económica do país que registaram o valor mínimo desde dezembro de 2013. Já o indicador qualitativo do consumo privado registou, face ao mês anterior, a redução mais intensa desde fevereiro de 2009, retrocedendo para valores observados no final de 2014.
Todos os indicadores de confiança das empresas diminuíram em março, assinalando-se em particular as fortes reduções no Comércio e nos Serviços.
O montante global de levantamentos nacionais, de pagamentos de serviços e de compras em terminais de pagamento automático na rede multibanco apresentou uma diminuição significativa em março (-17%), após ter aumentado 10,1% no mês anterior. As vendas de veículos automóveis diminuíram fortemente em março, observando-se taxas de -57,5% nos automóveis ligeiros de passageiros, -51,2% nos comerciais ligeiros e -46,9% nos veículos pesados.
Já em abril (semana de 6 a 10), o Inquérito Rápido e Excecional às Empresas, promovido conjuntamente pelo INE e Banco de Portugal, indicou nas empresas respondentes uma forte redução do volume de negócios e uma diminuição do pessoal ao serviço, nomeadamente através do recurso ao regime de layoff simplificado, salientando-se, entre as diversas atividades, o impacto negativo da crise pandémica no alojamento e restauração.
De acordo com as estimativas provisórias mensais do Inquérito ao Emprego, a taxa de desemprego (15 a 74 anos), ajustada de sazonalidade, fixou-se em 6,5% em fevereiro, 0,2 pontos percentuais inferior ao valor definitivo registado nos três meses anteriores (valor idêntico no mesmo período do ano anterior). Em fevereiro, a estimativa para a população empregada (15 a 74 anos), também ajustada de sazonalidade, registou uma variação homóloga nula (variação homóloga de 0,2% em janeiro).
A informação sobre o desemprego registado pelo IEFP, entretanto divulgada para março e para a primeira quinzena de abril, aponta, no entanto, para um crescimento expressivo do desemprego.