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Economia

Só 2% das empresas já encerraram definitivamente por causa do COVID-19

Só 2% das empresas já encerraram definitivamente por causa do COVID-19

O Instituto Nacional de Estatística (INE) e o Banco de Portugal (BdP) lançaram o Inquérito Rápido e Excecional às Empresas (COVID-IREE), com frequência semanal, tendo como objetivo identificar os efeitos da pandemia na atividade das empresas.

Nos resultados da 1.ª semana de inquirição (semana de 6 a 10 de abril de 2020), os resultados indicam que 82% das empresas se mantinham em produção ou em funcionamento, mesmo que parcialmente, 16% encontravam-se temporariamente encerradas, enquanto 2% assinalaram que tinham encerrado definitivamente.

 

No entanto, destaca a análise conjunta do INE e do BdP, a proporção de empresas encerradas (temporária e definitivamente) é maior quanto menor a dimensão.

Por outro lado, 37% das empresas em funcionamento ou temporariamente encerradas reportaram uma redução superior a 50% do volume de negócios e 26% reportaram uma redução superior a 50% do número de pessoas ao serviço efetivamente a trabalhar. Em termos setoriais, o Alojamento e Restauração é o setor que apresenta um maior impacto decorrente da pandemia.

 

Relativamente ao impacto da pandemia COVID-19 no volume de negócios, 80% das empresas em funcionamento ou temporariamente encerradas reportaram um impacto negativo e 5% um impacto positivo. As empresas temporariamente encerradas reportam maioritariamente reduções superiores a 75%.

As microempresas e as empresas do setor do Alojamento e restauração referem mais frequentemente reduções superiores a 75% do volume de negócios.

 

Como fatores com muito impacto para a redução no volume de negócios, foram referidos mais frequentemente pelas empresas a ausência de encomendas/clientes e as restrições no contexto do estado de emergência. Por setor, a percentagem de empresas que refere estes dois fatores em maior número é o Alojamento e Restauração, sendo que as restrições no contexto do estado de emergência são relativamente menos referidas na Indústria e Energia.

No que se refere ao pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar, 61% das empresas assinalaram uma redução em resultado da pandemia, enquanto 38% referiu não ter havido impacto. Por setor, observam-se as maiores percentagens de empresas com reduções no pessoal ao serviço no Alojamento e Restauração e nos Transportes e armazenagem.

 

Cerca de 26% das empresas reportaram uma redução superior a 50% do número de funcionários efetivamente a trabalhar e 22% reportaram reduções entre 10 e 50%. Nas empresas encerradas temporariamente, as reduções de pessoal efetivamente a trabalhar situam-se, na maior parte, acima de 75%.

As microempresas registam uma maior proporção de reduções superiores a 75%. Por setor, é de referir que quase 60% das empresas do Alojamento e Restauração reportaram quedas superiores a 75%.

A redução do número de funcionários efetivamente a trabalhar ocorreu principalmente devido ao layoff simplificado e, em menor grau, resultou de faltas no âmbito do estado de emergência, por doença ou por apoio à família.

A maior proporção de recurso a layoff simplificado observou-se entre as microempresas, com o setor de Alojamento e Restauração a destacar-se com 90% das empresas a referir o recurso ao layoff simplificado.

Quanto às medidas de apoio público, só uma percentagem reduzida das empresas em funcionamento ou temporariamente encerradas já beneficiou das medidas anunciadas pelo Governo devido à pandemia, mas existe uma percentagem mais elevada que planeia beneficiar. No entanto, saliente-se que uma proporção significativa das empresas não beneficiou nem planeia beneficiar de cada uma das medidas consideradas individualmente. De entre as medidas consideradas nesta questão, 54% das empresas já beneficiou ou planeia beneficiar da suspensão do pagamento de obrigações fiscais e contributivas.

Relativamente à moratória de créditos e ao acesso a novos créditos, a proporção de micro e de grandes empresas com intenção de recurso a estas medidas de apoio é menor.

Quase 50% das empresas referiu só conseguir manter-se em atividade até dois meses sem medidas adicionais de apoio à liquidez, sendo que 10% reportaram que não têm condições para se manter por mais de um mês. Estas percentagens são mais expressivas no grupo das empresas de micro e pequena dimensão. Por setor, volta-se a destacar o Alojamento e Restauração.

Finalmente e no que diz respeito ao crédito, cerca de 12% das empresas recorreu a crédito adicional na semana anterior, sendo esta percentagem superior nas empresas de micro dimensão e inferior nas grandes.

Por setor, a maior percentagem de empresas que recorreu a crédito adicional pertence ao setor do Comércio.

Das empresas que aumentaram o recurso ao crédito, 82% reportaram um aumento do financiamento junto de instituições financeiras e 54% reportaram um aumento do crédito de fornecedores, sendo que na maioria dos casos, os novos créditos apresentaram condições semelhantes às anteriormente praticadas.

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