Cerca de 120 milhões de trabalhadores em todo o mundo vão precisar de formação em novas competências nos próximos três anos devido ao impacto da Inteligência Artificial no mercado de trabalho, revela um estudo da IBM recentemente publicado. É no mesmo estudo que ficamos a saber que para responder a este ‘défice de competências’, as empresas terão de investir em cerca de 36 horas de formação por ano por colaborador, um valor largamente superior ao necessário há apenas cinco anos atrás (três horas de formação).
Continuamente desafiadas com a necessidade de ajudar as suas equipas a desenvolverem novas competências para dar resposta à evolução do mercado, as empresas terão de reforçar os seus investimentos em formação e desenvolvimento como motor de crescimento.
Um estudo publicado pela Gallup mostra que se há uns anos as oportunidades de formação podiam ser um benefício extra para atrair talento, hoje são uma necessidade indispensável para qualquer novo colaborador.
Citado pelo portal Training Industry, o estudo indica que “os colaboradores priorizam a formação e o desenvolvimento como uma parte central das suas carreiras”. Através de uma análise de 263 estudos sobre o tema, realizados em 192 países, a Gallup mostra que as companhias que implementam planos de formação fortes têm colaboradores mais felizes e mais envolvidos com a empresa e são cerca de 21% mais rentáveis.
Além disso, a Gallup indica que a formação e o desenvolvimento são hoje um dos benefícios que mais pesa na decisão de aceitar ou recusar um novo trabalho já que são vistos como a base para a construção de uma carreira forte.
“As oportunidades de formação também desempenham um papel crucial em relação ao tempo que um colaborador vai ficar numa empresa. Ao contrário da geração dos seus pais, os colaboradores mais novos têm maior probabilidade de ter vários empregos durante a sua carreira (…) E em algumas indústrias, como o retalho, a investigação mostra que o acesso a formação e desenvolvimento é tão valorizado como um bom salário”, diz o portal Training Industry.
Apesar disso, o estudo mostra que muitos colaboradores sentem que as suas empresas não apoiam os seus objetivos de formação, com 40% a indicar que a organização para a qual trabalham não oferece formação suficiente para desenvolver competências técnicas. Mais de 25% diz que a empresa anuncia mudanças numa base semanal e 49% diz que são informados da existência de novos procedimentos e políticas todos os meses. 44% diz, contudo, que as suas empresas apenas oferecem formação uma vez por ano.
Apostar em novos formatos
Outra das descobertas do estudo é que as organizações e os seus colaboradores não estão alinhados quanto aos formatos de formação. 40% dos colaboradores diz que prefere sessões de formação conduzidas por especialistas, mas menos de 15% dos líderes diz que planeia priorizar os seus investimentos neste tipo de formação este ano, com 20% a indicar que irá diminuir o seu investimento neste tipo de formação.
Para garantir experiências mais envolventes e frutíferas, as empresas devem apostar em programas de formação imersivos. Uma das soluções podem ser os programas on-demand que permitem aos colaboradores usar os seus dispositivos móveis para executar programas de formação consoante as suas necessidades (e disponibilidade). Combinados com sessões de mentoria, estes programas podem oferecer uma experiência mais recompensadora tanto para os colaboradores como para a empresa.