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Retalho

E-commerce e retalho alimentar: Serão estes parceiros ‘impossíveis’ de conciliar?

A pandemia que o mundo viveu durante os últimos mais de 18 meses teve o condão de acelerar algumas dinâmicas. O comércio digital ou eletrónico foi um dos segmentos que acelerou de forma concreta rumo a um futuro que… poderá estar a pôr o retalho em risco.

Segundo um estudo recentemente divulgado, levado a cabo pela Euler Hermes, e divulgado pela COSEC – Companhia de Seguro de Créditos -, nos cinco principais mercados europeus a penetração do comércio eletrónico nas vendas de produtos tipicamente de supermercado varia entre os 3% e os 11%.

 

Porém, segundo o documento enviado às redações, só no último ano, “o crescimento anual das vendas das empresas retalhistas através de canais digitais foi de 5,3% – quase o dobro do crescimento médio registado nos últimos 10 anos, impulsionado por um maior número de refeições feitas em casa e pelo aumento da procura por produtos de higiene pessoal e de uso doméstico”.

Se estes dados poderiam dar ânimo no que ao futuro do retalho diz respeito, facto é que o crescimento do comércio através de canais digitais poderá acabar por ter um impacto negativo… na rentabilidade dos operadores.

 

Com os custos a crescerem, levar a cabo este tipo de operações e-commerce onde o custo operacional não se repercute no preço apresentado aos consumidores, poderá levar a que as margens operacionais se mitiguem. Assim, “estima-se que cada ponto percentual de compras que transite para os canais online implicará perdas de mais de 13 mil milhões de euros em vendas e quase 2 mil milhões de euros em lucros na receita das empresas de retalho alimentar, o equivalente a 4% do total”.

Novas plataformas, novos desafios

Segundo o explicado no documento enviado às redações, durante o estudo foi também possível perceber “que a crescente penetração do comércio eletrónico no setor do retalho alimentar implica dois grandes desafios para os operadores estabelecidos: primeiro, altera a regra da concorrência por preço, acrescentando à equação a conveniência e o serviço, fazendo com que as empresas mais pequenas ou mais reticentes em acompanhar a transição digital enfrentem um maior risco de perder quotas de mercado; segundo, é uma grande ameaça à rentabilidade”.

 

A título de exemplo, explica-se em comunicado, “as vendas de mercearia online são efetuadas com prejuízo, independentemente do modo de entrega (clique e recolha ou entrega ao domicílio), uma vez que estes novos processos acarretam custos operacionais mais elevados do que o tradicional”.

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