Quantcast
Logística

Opinião. Recrutamento e Retenção no Setor da Logística em Portugal: Desafios e Soluções

José Carlos Nunes, coordenador do curso Técnico Superior Profissional em Distribuição e Logística da Escola Superior de Gestão e Tecnologia - Instituto Politécnico de Santarém

Na região de Lisboa e Vale do Tejo têm-se verificado ao longo dos anos investimentos relevantes no setor da distribuição e logística. São exemplos as várias bases logísticas na Azambuja, a recente base logística da Mercadona em Almeirim ou num futuro próximo, a Panattoni em Santarém. O crescimento do setor coloca como prioritário para as empresas, o recrutamento e a retenção de profissionais qualificados.

Rotatividade ou Retenção de Talentos
Nos quadros atuais destas empresas facilmente se encontram profissionais que já trabalharam em várias empresas do setor, procurando ativamente melhorar as suas condições profissionais, seja através de melhorias salariais, das condições de trabalho ou de oportunidades de crescimento profissional. Assiste-se a uma elevada rotatividade e uma baixa retenção de talentos. Por parte das empresas, a inversão desta tendência passa necessariamente pela aposta na motivação e compromisso dos seus profissionais, oferecendo-lhes as condições que correspondam às suas expetativas.

 

Desequilíbrio de Mão de Obra Qualificada
Além da retenção de talentos, um dos principais problemas enfrentados pelo setor da logística em Portugal é a escassez de mão de obra qualificada, já que a logística é uma área que exige um conjunto diversificado de competências. Acresce ainda a permanente evolução tecnológica que torna difícil encontrar no mercado profissionais qualificados. Também os trabalhadores do setor da logística apresentam níveis elevados de resistência à mudança, dificultando a implementação das novas tecnologias. Verifica-se no mercado um desequilíbrio entre a procura e a oferta de mão de obra qualificada.

Para dar resposta a estes desafios é crucial criar nos jovens a expetativa de que existe no setor da logística uma carreira profissional atrativa. A este nível a academia pode ter um papel importante.

 

Sabemos que uma percentagem considerável de estudantes que conclui o ensino secundário ou equivalente não faz prosseguimento de estudos para o ensino superior. Uma das razões apontadas é a dificuldade em estudar longe da sua área de residência. Este fenómeno é particularmente relevante em municípios a norte de Lisboa, alguns dos quais geograficamente perto de bases logísticas.

Este fenómeno torna-se assim uma oportunidade para o setor. É essencial que as empresas desenvolvam parcerias com Universidades e Politécnicos, desenvolvendo currículos que preparem os novos estudantes para carreiras nesta área e simultaneamente requalifiquem os recursos humanos que nela trabalham. A existência desta oferta formativa, nas regiões onde se situam os grandes centros logísticos, pode representar um contributo importante para levar mais jovens para o ensino superior e, simultaneamente. reter e atrair novos talentos para o setor.

 

Não perca informação: Subscreva as nossas Newsletters

Subscrever