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Logística

Retalho investiu 600 milhões em imobiliário comercial em 2023 

Retalho investiu 600 milhões em imobiliário comercial em 2023 

O retalho investiu 600 milhões de euros em imobiliário comercial durante 2023, com base nos dados agregados pela Cushman & Wakefield (C&W). O valor representa 35% do volume total de 1,730 milhões gerado pelo investimento imobiliário comercial, que viu uma quebra homóloga de 42% face a 2022, em linha com outros mercados europeus.

As duas maiores transações no retalho corresponderam à aquisição pela LCN Capital Partners à TREI do projeto Amália (um portfólio de 50 supermercados Pingo Doce e Continente) por 140-150 milhões e à compra pelo First Retail Partners, um novo fundo da Partners Group a ser gerido pela Mitiska REIM, de um portfólio de cinco retail parks por um montante a rondar os 100 milhões de euros.

Ao nível da oferta de conjuntos comerciais, apesar de em 2023 ter sido somente concluído o Salinas Park (Vila Franca de Xira) com 12.000 m² de ABL, até 2026 prevê-se a conclusão de mais 81.500 m² de ABL, 65% dos quais em formato retail park e aos quais acrescem a expansão do Centro Colombo (Lisboa) e a abertura do City Center Covilhã.

De acordo com os dados preliminares da procura de retalho agregada pela C&W, em 2023 foram registadas 580 novas aberturas, em linha com os valores registados no ano anterior, com as cidades de Lisboa e Porto a registarem inclusive crescimentos homólogos de 20% e 10%.

O domínio do comércio de rua manteve-se, agregando 64% do total de novas aberturas, seguido pelos centros comerciais com 19%. Por seu lado, o setor da restauração continuou a representar 44% dos novos arrendamentos, seguido do setor “outros” (onde se inclui o mobiliário, decoração e bricolage) com 18%.

Em termos de rendas de mercado, a escassez de oferta nas principais zonas de comércio de rua contribuiu para um aumento dos valores praticados, nomeadamente em €2,5/m²/mês no Chiado (Lisboa), para €125/m²/mês, e na Baixa (Porto), para €77,5/m²/mês. Nos centros comerciais as rendas prime aumentaram €5/m²/mês, para os €107,5/m²/mês, verificando-se um ligeiro incremento dos valores brutos nos retail parks, para os €12,25/m²/mês.

Industrial & Logística 

O mercado de industrial e logística representou somente 4% do valor investido, com predomínio da aquisição pela Corum Asset Management ao Grupo Vila Nova do edifício Logifam em Vila Nova de Famalicão por 26-28 milhões.

Em 2023 a atividade ocupacional do mercado de industrial & logística estabilizou, com o aumento homólogo de 7%, referente aos 358.500 m² transacionados entre janeiro e setembro, a compensar a expetável quebra homóloga no último trimestre do ano (o qual em 2022 agregou o segundo maior volume dos últimos 8 anos).

Entre os diversos negócios de grande dimensão que contribuíram para esta evolução, destaque para as futuras ocupações de unidades logísticas por três empresas do setor alimentar, nomeadamente o Lidl com 54.000 m² em Loures, a Mercadona com 47.000 m² na segunda fase do projeto em Almeirim, e o Aldi com 41.400 m² em Santo Tirso.

Ao nível da distribuição geográfica da procura, manteve-se o domínio das regiões de Lisboa e Porto, que agregaram respetivamente 47% e 31% da absorção. Por seu lado, verificou-se uma distribuição equitativa entre operações de venda ou arrendamento comparativamente com projetos à medida do ocupante.

A taxa de desocupação no mercado logístico da Grande Lisboa situou-se nos 4%, demonstrando a escassez de oferta de qualidade, a qual continua a incentivar a promoção de novos projetos.

Perspetivas 2024 

A C&W prevê que os retalhistas continuarão a investir na oferta de uma experiência de visita diferenciada às suas lojas físicas como forma de fidelizar os clientes. “Esperamos um bom desempenho em todos os subsetores: comércio de rua, centros comerciais e out-of-town retail (retail parks, stand alones, supermercados e factory outlets)”, nota.

Já em industrial & logística, “o enfoque dos ocupantes na otimização dos custos de operação deverá continuar a contribuir para que se mantenha a procura de espaços de qualidade, estimulando o desenvolvimento de nova oferta, inclusive através da remodelação de espaços obsoletos”.

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