O mercado imobiliário nacional continuou a evidenciar uma evolução positiva nos primeiros meses do ano, com a atividade de ocupação e de investimento a registar um desempenho em linha com o esperado, de acordo com a análise trimestral da Cushman & Wakefield (C&W).
Não obstante, a economia portuguesa ter começado 2019 com alguns sinais de abrandamento, “fator que não pode ser ignorado e que deverá refletir-se ao longo do ano no mercado imobiliário”, as estimativas da C&W apontam para “algum abrandamento do crescimento em termos de atividade, que deverá manifestar-se de forma ligeira na dinâmica da procura e de modo mais acentuado no que se refere aos valores de mercado”.
Retalho concentra metade do volume transacionado
Após um ano recorde em 2018, com 3.000 milhões de euros transacionados, entre janeiro e abril de 2019 registou-se já um volume de investimento imobiliário que se aproxima dos 700 milhões de euros.
A C&W avança que o setor do retalho foi o mais dinâmico, tendo contabilizado dez negócios e cerca de 350 milhões de euros transacionados, equivalente a quase 50% do total investido. O maior negócio do ano, até à data, foi a venda do LeiriaShopping por parte da Sonae a um fundo gerido pelos alemães da REEF, por um valor de 128 milhões de euros.
Comércio de rua representa 74% dos negócios registados
A atividade no setor de retalho durante os primeiros três meses do ano é igualmente assinalável, com o índice de volume de negócios a atingir os 118 pontos em março, um crescimento homólogo de 5,4%. Entre janeiro e março foram registados pela Cushman & Wakefield mais de 180 negócios de ocupação num total de 35.000 m², com o comércio de rua a representar 74% da procura em número de negócios, mas apenas 33% em termos de área.
Os centros comerciais agregam 16% da área ocupada, resultado da escassez de espaço disponível nos principais centros. O setor dos Restaurantes & Cafés terá sido o maior impulsionador desta procura com 50% da área transacionada, seguido pelo Lazer & Cultura com 15%.