A Play Growth cria projetos personalizados para as empresas, através do desenho de soluções e estratégias para a transformação digital. A crescer a um ritmo acelerado, procura colaboradores para várias funções.
Pedro Barbosa lidera a Play Growth, uma empresa que é “um misto de consultora estratégica e boutique de transformação digital” e que tem como objetivo acompanhar os clientes, “num caminho do crescimento sustentado e transformação digital”, mas de uma forma muito diferente das consultoras tradicionais.
A Play Growth cria projetos personalizados, através do desenho de soluções e estratégias para a transformação digital, comércio eletrónico, estudos de tendências entre outras valências. Contribuíram para acumular experiência as soluções implementadas na Sonae e no El Corte Inglés.
Integrada na Play Growth, existe também uma agência de marketing digital, Wise Pirates, “que operacionaliza todas essas táticas e estratégicas”. Marketing personalizado, Inteligência artificial, Internet das Coisas, sensores, soluções para comércio eletrónico, design thinking, blockchain, a loja do futuro, ou a realidade aumentada são algumas das metodologias e tecnologias que a consultora procurar adaptar àqueles que farão parte de uma nova geração de negócio em 2020-2025.
Estes e outros temas serão abordados por Pedro Barbosa, da Play Growth, na próxima edição do SmartPayments Congress. Saiba o que pode esperar da apresentação nesta entrevista exclusiva publicada em parceria com o SmartPayments. News.
De que forma é que inteligência artificial (IA) poderá contribuir para tornar a relação com o cliente mais eficiente e personalizar a oferta?
Pedro Barbosa – Quando pensamos em inteligência artificial, a maioria das pessoas tende a pensar que passará a ter de falar mais com máquinas. É uma falsa questão, porque a esmagadora maioria das vantagens da inteligência artificial passa por encontrar processos algorítmicos que correm longe do cliente para propor soluções mais alinhadas com o que cada um precisa, sem ter de o expressar.
Neste sentido, os processos de IA podem usar a informação de milhares ou milhões de clientes para saber os serviços que, mais provavelmente, precisaremos, sem necessariamente terem de interagir connosco no processo. Neste sentido, os ganhos de eficiência são grandes, porque há um muito maior alinhamento desde a raiz na procura do equilíbrio entre procura e oferta.
A hiperpersonalização da oferta pode conduzir a muito melhores resultados quando usamos modelos de crowdsourcing trabalhados em IA, mas também tem de ficar claro que ao perder efeito de aleatoriedade se perde o efeito surpresa e novidade que os clientes, na minha experiência, também valorizam.
Onde poderão estar os limites entre a utilidade das soluções para os clientes, a privacidade dos indivíduos e a invasão dessa mesma privacidade?
P.B. – O importante é estarmos todos conscientes que não se pode nem se deve utilizar dados privados das pessoas sem a sua autorização expressa. Já não basta a tácita, tem de ser expressa. E não podemos acenar com prémios para obter essa mesma autorização.
Na minha opinião, isto não mudará de forma muito significativa a forma como se comunica com os clientes, embora algumas táticas mais abusivas tenham de ficar suspensas – e ainda bem. A utilização da informação dos clientes deve ser pensada desde a origem numa lógica win win, em que é o próprio cliente a beneficiar da partilha, deixando, portanto, de ser uma invasão à sua privacidade.
O que se deve fazer para encontrar o equilíbrio entre o que está previsto, por exemplo no RGPD, e a criatividade do marketing personalizado?
P.B. – A criatividade sempre foi um elemento diferenciador e captador da atenção das pessoas. Num mundo cada vez mais saturado de mensagens, é ainda mais relevante a diferenciação por formas diferentes de fazer que captem a atenção do cliente, sem deixar de ter o alinhamento autêntico com a marca e com os seus potenciais clientes.
O respeito pela privacidade dos utilizadores não é uma solução de compromisso com a criatividade – na realidade até é bom em certa medida que se obrigue esta situação, porque os clientes que não querem receber a informação, além de ficarem aborrecidos, tendem a fazer as marcas gastar dinheiro inutilmente. O RGPD traz a seriedade de volta e conduzirá a publicidade mais responsável e também mais eficiente.
Como podem as organizações transformar dados em valor acrescentado para o negócio?
P.B. – As decisões baseadas em dados – seja dos clientes, seja do mercado – possibilitam soluções com maior probabilidade de sucesso para todas as partes. Temos estado cada vez mais concentrados em trabalhar a analítica de forma inteligente, propondo as melhores soluções aos clientes nos momentos em que fazem sentido para eles. paras isso, os marketers da nova geração já não fazem campanhas massivas, mas inteligentes.
Remarketing dinâmico e gestão de audiências por sinais, que permite alinhar as mensagens certas, aos clientes certos nos momentos em que essas mensagens fazem sentido para eles. Queremos enviar mensagens de gelados de uma marca a um cliente que tenha demonstrado gostar de gelados e que esteja na rua, com bom tempo e online – não quando o mesmo cliente está de pijama em casa num dia de chuva.
O que é “design thinking”? Como pode esta metodologia contribuir para o incremento das vendas no retalho?
P.B. – As estratégias de “design thinking” e “innovation by design” permitem pensar em soluções novas tendo a “journey” do cliente como centro de toda a decisão, e não a empresa, os seus produtos, processos, serviços ou soluções. É a obsessão pela experiência do consumidor que leva, como fazemos na Play Growth, a estudar soluções que não são necessariamente aquelas a que nos habituamos, conduzindo a inovações disruptivas, que ajudam a transformar e a evoluir a sociedade.
A metodologia passa por idealizar soluções, fazer prototipagem barata e testar antes de escalar os custos da solução. Nós orgulhamo-nos de não gastar o dinheiro dos nossos clientes em falhanços. Podemos falhar, mas “falhamos barato”, corrigimos agilmente e melhoramos até acertar e superar as soluções existentes.
São técnicas que exigem equipas preparadas com um mindset de design a todos os níveis. Precisamos de ser criativos, ágeis, mas estruturados e focados para criar soluções que não sejam apenas giras – o importante é trazerem valor real para os clientes, poupando-lhes tempo ou dinheiro ou criando uma experiência superior.
Sobre o seu projeto atual, como define a Play Growth? Qual é a sua missão? Quais são os serviços que presta?
P.B. – A Play Growth é um misto de consultora estratégica e boutique de transformação digital, que ajuda as empresas no caminho do crescimento sustentado e transformação digital, mas de uma forma muito diferente das consultoras tradicionais.
São projetos personalizados, nos quais, mais do que apenas desenhar soluções e estratégias, se acompanha a transformação ao longo do tempo. A transformação digital, e-commerce, omnicanalidade, estudo de tendências são algumas das áreas mais importantes, embora a estratégia e a gestão estejam no core de toda a relação com os clientes das Play Growth.
Beneficiando da experiência acumulada em cadeias de lojas da Sonae ou do El Corte Inglés, procuramos ajudar as empresas a acelerar o crescimento, seja nas áreas mencionadas, seja na preparação das lojas físicas do futuro, onde se enquadram temas como o blockchain, IA, sensores, IoT, etc.
Se a missão da Play Growth é ajudar as empresas na aceleração digital e no crescimento sustentado (nomeadamente na internacionalização) Wise Pirates, do grupo Play Growth, é a agência de marketing digital que operacionaliza todas essas táticas e estratégicas.
O que diferencia a Play Growth de outros players no mercado?
P.B. – Um misto de adaptabilidade extrema a cada cliente com preços competitivos, com tecnologia de última geração, mas a capacidade de falar a linguagem dos retalhistas e das empresas a todos os níveis, fruto da nossa grande experiência na área das operações.
Uma das diferenciações é precisamente não estarmos só nas empresas para ajudar a desenhar soluções, mas também para operacionalizar as mesmas, uma forma diferente de assegurar essa aceleração. A Play Growth é tendencialmente mais pequena e versátil do que as consultoras tradicionais e tem o seu braço operacional – Wise Pirates – para acelerar parte das soluções.
Por outro lado, a Play Growth é especializada em tendências e tendencialmente traz mais cedo tecnologias que serão relevantes no futuro, como o blockchain, a loja do futuro, o IoT, a IA e a realidade aumentada, entre muitos outros exemplos que possibilitarão uma nova geração de negócio em 2020-2025.
Quais foram os resultados da empresa até agora e quais as previsões para 2018?
P.B. – Temos conseguido fazer crescer os clientes duas vezes mais rápido que o mercado. Penso que esse é o melhor resultado que se pode esperar de uma consultora ou de um parceiro de aceleração de negócio.
O crescimento do projeto Play Growth é superior a 150% e traduz um enorme alinhamento com aquilo que o mercado necessita: aconselhamento, consultoria e apoio sem o modelo tradicional de consultoria. A nossa fórmula “boutique” adapta-se a empresas de diferentes dimensões, com uma proposta de valor competitiva que tem no epicentro o estudo de tendências, o alinhamento com o negócio, a velocidade de implementação, e os aspetos de tendências e de melhores práticas digitais.
Qual é a estratégia da empresa para o corrente ano?
P.B. – Queremos estar focados em desenvolvimento real dos últimos modelos de melhores práticas digitais – como o DDA em termos de modelos de atribuição, as últimas tendências de Google Shopping, Smart Bidding e Cross Device Management – e ajudar as empresas a crescer de uma forma sem precedentes.
Em termos de retalho, queremos ir mais longe do que apenas E-commerce. Queremos ajudar as empresas no desafio que vem a seguir à omnicanalidade: as lojas e vendedores conectados, e o desenho da loja do futuro a todos os níveis. Portanto, queremos ajudar nos desafios do presente enquanto se prepara o futuro. Procuraremos manter esta lógica de preços adequados a cada dimensão de negócio. A estratégia passa por continuarmos a crescer, focados sobretudo em clientes obsessivos em desempenho e que saibam que o único caminho é querer ser sempre ainda melhor.
Qual é o perfil dos vossos clientes?
P.B. – Os nossos clientes têm em comum a ambição e exigência. Temos tanto retalhistas, como empresas de educação, financeiras ou de negócios Business to Business (B2B) de várias naturezas, bem como marcas de grande consumo. Temos clientes grandes e outros pequenos e alguns são mesmo micro. Não é uma questão de dimensão, mas de atitude. Queremos clientes exigentes, que queiram estar na “Champions League” do mindset. O tipo de clientes que temos e que procuramos ter são os que nos desafiam e querem evoluir connosco, como se vivessem nos mercados digitais mais competitivos, sem medo de arriscar.
Sabemos fazer esse percurso a várias velocidades, mas vamos ter sempre (tanto na Play Growth como na Wise Pirates) a ambição de, com transparência e agilidade, acelerar o caminho digital das nossas marcas, colocando-as no caminho certo e posicionando-as para ter melhores resultados em todo o negócio, tanto a nível tático imediato, como sobretudo no nível estratégico relevantes no médio e longo prazo.
Estão a contratar?
P.B. – Precisamos de talento em todas as fases, mas o crescimento exponencial tanto da Play Growth como da Wise Pirates leva-nos a uma crescente necessidade de contratação, tanto de designers, como de especialistas de PPC, em especial os que souberem trabalhar em Google Analytics e que tenham interesse em desenvolver as capacidades de negócio.
Não precisamos de pessoas com muita experiência, apenas alguma tração em marketing digital e muita vontade de aprender e de crescer. Também necessitamos de produtores de vídeo e de um business developer.
Duplicaremos a nossa equipa nos próximos meses e esse é talvez o maior desafio que uma empresa pode ter, sobretudo porque e queremos continuar a ter uma ligação completamente diferente com os clientes, tratando cada um com atenção, dedicação e foco.