Por Nuno Pimenta, Industry Head Retail da Google Portugal
2017 voltará a ser um ano marcado por três palavras chave: mobile, mobile, mobile. Só que de forma ainda mais vincada do que 2016. A vasta maioria das compras no retalho irá ainda continuar a acontecer na loja, mas a influência do mobile apresenta um crescimento exponencial.
Olhemos para um estudo recente da Deloitte: em cada dólar gasto nas lojas de retalho, 64 cêntimos são influenciados pelo digital com o digital a revelar-se o grande impulsionador.
Esta influência do digital revela-se quando um shopper faz uma compra on-line – mobile ou desktop – ou simplesmente quando recorre ao digital para iniciar um processo de decisão de compra, para obter a última parte da informação antes da compra ou simplesmente antes de seguir para a caixa de pagamento.
Hoje, o telemóvel é numa espécie de catálogo de shopping. Nunca as pessoas fizeram tantas pesquisas nos seus telemóveis e os smartphones tornaram-se o companheiro de shopping de eleição. O mobile facilita decisões de compra imediatas naqueles momentos de decisão (micro-momentos) com que os consumidores são confrontados ao longo do dia.
É, contudo, importante que as marcas do retalho olhem para os smartphones como um aliado e não como um inimigo. São inúmeras as oportunidades para as marcas ou lojas se relacionarem, de forma mais criativa, com os consumidores antes, durante e após a jornada de compra dos consumidores – uma jornada que muitas vezes começa on-line e acaba por terminar offline.
Os resultados das pesquisas, anúncios mobile, websites mobile e apps podem, por exemplo, funcionar como imans para atração dos consumidores. Por outro lado, os chamados super shoppers olham para a experiência do shopping on-line e offline como uma experiência unificada. Eles pesquisam e compram através dos telemóveis mas também, frequentemente, usam o mobile como um passo prévio antes de visitarem as lojas físicas.
Ao longo do dia, são vários os chamados “i want to buy moments” com que nós – consumidores – nos deparamos. São momentos em que estamos preparados e predispostos para a compra. Para as marcas e marketeers, estes micro-momentos são oportunidades para comunicação, para uma aproximação ao cliente ou simplesmente para uma venda.
Duas das perguntas que as marcas devem fazer em 2017 são: “estamos a relacionarmo-nos com os consumidores com informação relevante e útil no mobile?” e “estamos presentes nos momentos em que as pessoas pesquisam ou procuram estas interacções?”
Caso a resposta seja não, o melhor é desenhar rapidamente uma solução que permita estar presente nestes momentos que contam para os consumidores. Se a resposta for sim, então a pergunta deverá fazer é: como posso melhorar ou aproximar-me ainda mais dos consumidores nos momentos “I want to buy”.
2017 será, sem dúvida, um ano onde o mobile terá novamente um crescimento e uma influência exponenciais no retalho e nos processos de tomada de decisão de compra. Haverá imensas oportunidades à espera de serem aproveitadas. E se este espaço não for aproveitada por uma marca ele será aproveitado pelas marcas concorrentes.