“Cerca de 60% dos participantes (no inquérito) indicam que as relações comerciais com a Ásia aumentarão em 2012, enquanto cerca de 50% prevê uma nova deterioração para a zona euro”, afirmou Thierry Senechal, diretor de políticas bancárias da ICC.
Os fatores que contribuem para as perspetivas negativas de 2012 foram sobretudo os constrangimentos financeiros que reduziram a disponibilidade de financiamento ao comércio. “Isto foi particularmente grave para os grandes bancos e aqueles que mantinham negócios nos países em desenvolvimento”, esclarece o inquérito conjunto daquelas instituições.
Cerca de 90% dos participantes indicaram que “menos crédito ou liquidez disponível nos bancos afetaria em larga medida as suas atividades de financiamento do comércio” (parcela substancialmente superior à verificada durante a crise financeira de 2008-2009 de pouco mais de 50%).
As medidas recentes tomadas pelos bancos multilaterais de desenvolvimento (BMD) e os bancos centrais para facilitar o comércio foram de grande ajuda (por exemplo na questão da reativação de linhas de swap do banco central – perto de 60% dos participantes afirmam que as linhas swap ajudaram mas cerca de 1/5 não tinha a certeza). Estas medidas, que visam facilitar a implementação de Basiléia III, parecem já estar a aumentar a pressão sobre o custo dos fundos e a disponibilidade de liquidez.
Perante estas circunstâncias, torna-se “urgente” implementar soluções “a nível internacional”. “Reformas essenciais no financiamento público e no sistema regulador são por isso cruciais em 2012 e mesmo depois”, disse Kah Chye Tan, presidente da Comissão Bancária da ICC. E acrescentou: “advertimos para o perigo de iniciativas nacionais descoordenadas e a definição de exigências regulatórias paralelas, que poderão exercer pressão junto dos fluxos comerciais e, eventualmente, provocar um impacto negativo no crescimento mundial. Esta nova pesquisa da ICC-FMI exorta os definidores de regras standard e os formuladores de políticas a estudar cuidadosamente o potencial impacto das alterações propostas por Basileia III sobre o financiamento do comércio”.