O Grupo Inditex perdeu em 2015 frequência de compra nas suas lojas, o que penalizou o seu desempenho. A conclusão é do mais recente estudo da Kantar Worldpanel, que indica que em apenas três anos, a Primark conseguiu consolidar-se como líder no mercado de vestuário e calçado em Portugal, roubando o lugar ao grupo espanhol que detém marcas como a Zara e a Massimo Dutti.
O estudo da Kantar Worldpanel indica que o mercado de vestuário e calçado terminou o ano “estável”, com a Primark a conseguir alcançar uma penetração de 17,4% no mercado português.
“Por outro lado, a Primark encontra-se entre as lojas que conseguem uma maior percentagem de clientes repetidores. Considerando uma análise por lojas/cadeias no mercado “Fashion”, em 2015, a Primark tem a liderança em valor, com uma quota de 6,1%, e em volume, com uma quota de 11,9%”, indica a Kantar Worldpanel.
De acordo com o estudo, este crescimento terá sido impulsionado pelo crescimento de mais de dois dígitos nos clientes captados, assim como pelo aumento do preço médio dos produtos comprados pelos clientes nesta cadeia.
Por outro lado, “se em vez de lojas/cadeias, considerarmos as empresas que detêm várias insígnias ou marcas de roupa, nesse caso o Grupo Inditex continua líder em Portugal”, refere o estudo.
De modo geral, o Grupo Inditex registou em 2015 uma redução na frequência de compra de cerca de 14,5%, quebra que não foi compensada pelo incremento no número de clientes que conseguiu nem pelo aumento do volume comprado em cada ato de compra.
A principal insígnia do grupo, a Zara, “teve em 2015 um ano pouco conseguido”, de acordo com a Kantar Worldpanel. Em 2015, a marca caiu tanto em volume como em valor, apesar de uma redução do seu preço médio.
“Mas o facto que mais penalizou a Zara foi a já mencionada redução da frequência de compra, o que não está sequer em linha com a tendência geral verificada neste mercado. Por outro lado, como ponto positivo, apresenta um promissor aumento da penetração, a dois dígitos. Mas, uma vez mais, este aumento de clientela pode ser considerado uma recuperação do que aconteceu em 2014, onde tinha perdido muitos compradores face a 2013”, revela o estudo.