“A produção nacional sempre foi importante na estratégia do Continente”, garantiu Nelson Pereira, diretor da Unidade de Negócios de Frutas e Legumes da Sonae, salientando que “temos protocolos para utilização de DOP e IGP na nossa marca da gama ‘Seleção’”.
A aposta em produtos agrícolas nacionais, de qualidade e inovadores, parece ser tendência crescente por parte da moderna distribuição já que também o diretor de compras do Intermarché frisou a opção que o grupo fez recentemente nesta área. “Desde 1999 que tínhamos o programa ‘Agro’ que mudámos este ano para ‘Origem’ para garantir ao consumidor a origem dos produtos nacionais”, explicou Alexandre Mendes. E, respeitando o cariz de deixar à gestão local das suas lojas alguma flexibilidade para compra de produção nas suas regiões, o responsável adiantou que “ a ‘Origem’ por agora é de âmbito nacional mas estamos a preparar a criação da marca a nível mais regional ou até mesmo local”.
Na mesa redonda, que decorreu na segunda parte da conferência após a apresentação de alguns casos práticos de sucesso como da Frubaça, da Orivárzea e da Olidal/Encostas de Estremoz, estavam também presentes representantes da produção que salientaram a importância de uma boa negociação dos contratos com a distribuição para não haver ‘surpresas’. Um aspeto também sublinhado pelo consultor e professor de distribuição, José António Rousseau.
Luís Rosado, administrador da Carnalentejana, garantiu que “os contratos com a distribuição são ‘duros’ de negociar mas deve ficar tudo estabelecido e, no nosso caso, no prazo de seis meses já sabemos o preço de todos os produtos, os descontos, o rappel, etc.”.
Enquanto Gonçalo Santos Andrade, vice-presidente da Portugal Fresh, referiu a necessidade de os contratos especificarem melhor os prazos de entrega para se poder planear melhor as campanhas “como já acontece quando exportamos, porque sabemos o que vai sair na próxima semana, enquanto cá com encomendas com menos de 24 horas de antecedência é difícil fazer um bom trabalho”.

