O dióspiro e a romã são frutos subtropicais e necessitam de temperaturas altas para maturar. Apesar de podermos encontrar estes frutos durante todo o ano, a sua época situa-se entre outubro e dezembro. Neste período, estes frutos não só estão mais disponíveis como a sua composição nutricional e características organoléticas estão melhoradas. A Dieta Mediterrânica defende este comportamento alimentar, a escolha de produtos frescos, sazonais, dando especial ênfase aos hortícolas e frutos.
Quando falamos em frutos, a primeira característica que consideramos na nossa escolha é a composição dos frutos em glúcidos. O dióspiro e a romã estão na categoria dos frutos de 10 a 15%, ou seja, frutos onde os glúcidos representam 10 a 15% da composição nutricional. Fazem parte desta categoria frutos como a cereja, a clementina, a ginja, o kiwi, a maçã e a manga. Na categoria de 15 a 20% temos a uva, a anona e o figo e acima dos 20% a banana.
No entanto, é também conhecida a importância da ingestão de fruta como um comportamento alimentar saudável diário, largamente recomendada incluindo nas recomendações da Dieta Mediterrânica. O dióspiro e a romã não são exceção e têm sido estudados pela sua composição em compostos bioativos que conferem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.
Dióspiro
Atualmente, os principais países produtores são a China, o Japão, a Coreia, o Brasil, a Índia e, na Europa, Itália e Espanha.
Cerca de 85 a 90% da produção nacional destina-se aos mercados abastecedores dos grandes centros urbanos e 5 a 10% às grandes superfícies de venda. As vendas para o exterior são praticamente nulas, sendo que cerca de 95% dos dióspiros à venda no nosso país provêm de Espanha.
O dióspiro apresenta-se no mercado através da sua forma fresca mas, à semelhança do sumo de romã, também o sumo de dióspiro tem vindo a ser protagonista em vários estudos científicos.
Em 2015, um estudo publicado no Food Chemistry, em que a amostra era constituída por 167 dióspiros produzidos em Espanha, revelou que este fruto é fonte de potássio e cobre, apresentando baixos níveis de zinco e sódio. Assim, é uma opção adequada a indivíduos com doenças cardiovasculares e hipertensão arterial.
Romã
A nível mundial, os maiores produtores de romã são o Afeganistão, o Irão, Israel, o Brasil, os Estados Unidos da América, Itália e Espanha, sendo Espanha o maior exportador europeu.
Em Portugal, a região do Algarve concentra cerca de 80% da área de produção e 95% da produção total de romã do continente. A exportação é pouco significativa, mas estão a aparecer alguns investimentos na produção deste fruto.
A romã apresenta-se no mercado de diferentes formas, nomeadamente bagos frescos, desidratados ou congelados, sumos e néctares, marmeladas, vinhos, suplementos alimentares, produtos de cosmética e ração animal.
Em 2015, um estudo publicado no Beverages, comparou o sumo de romã resultado de agricultura convencional e de agricultura biológica. Este conclui que o segundo apresenta melhor qualidade sensorial, mas também funcional, por maior capacidade antioxidante, tendo ainda maior responsabilidade ambiental.
Em 2012, um ensaio clínico com 100 indivíduos em diálise revelou que o sumo da romã pode prevenir infeções. Neste estudo, os indivíduos que ingeriram sumo de romã, três vezes por semana, durante um ano, experienciaram um menor número de internamentos hospitalares por infeções e menos sinais de inflamação, comparativamente aos indivíduos do grupo placebo.
Em 2011, outro ensaio clínico revelou que o extrato de romã em elixires para higiene oral pode ajudar no controlo da placa bacteriana.
Um adulto saudável deve ingerir 2 a 3 porções de fruta diariamente. Um dióspiro médio, assim como uma romã média, representa uma porção de fruta.
Dica para o produtor
Quando armazenada a baixas temperaturas, entre 0 e 5 °C, estes frutos continuam a amadurecer, tornando-se mais sumarentos e saborosos, podendo manter-se assim durante meses. Assim, uma estratégia para melhorar o sabor é o seu acondicionamento adequado, em refrigeração, incluindo no caso da romã que apresenta uma casca rija. A casca facilita o transporte, mas este fruto deve manter-se refrigerado. Eduque o consumidor!