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Produção

Esmagadora maioria dos fabricantes tiveram problemas de fornecimento ou produção

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De acordo com o mais recente Barómetro da Indústria Europeia de Bens de Consumo da AIM, aproximadamente 88% dos fabricantes de FMCG enfrentaram, durante 2024, desafios em termos de fornecimento, produção ou sourcing.

Com a Europa a intensificar o seu foco na competitividade, a indústria de FMCG mostrou sinais de resiliência, permanecendo “cautelosa”, sobretudo devido a pressões inflacionárias, interrupções na cadeia de abastecimento e escassez de mão de obra.

 

“O barómetro destaca que a interrupção da cadeia de abastecimento tornou-se a nova norma”, comentou Silviu Popovici, CEO da PepsiCo Europe e presidente da AIM. “É essencial que os legisladores da UE reconheçam o impacto significativo na produção e tomem medidas para apoiar a competitividade através de regulamentação equilibrada e inteligente”, continuou. “Isso permitirá que os fabricantes de bens de consumo da Europa continuem a inovar para os consumidores e a entregar as marcas que eles valorizam e confiam.”

Mas o documento tem outros dados relevantes. De acordo com a pesquisa da AIM, 58% dos fabricantes relataram desafios de fornecimento de componentes essenciais, enquanto mais de um terço (35%) foram forçados a reduzir ou cortar a produção para gerir restrições.

 

Em termos de forças de trabalho, a falta de mão de obra afetou dois em cada cinco fabricantes de bens de consumo, com um quinto a referir que esse impacto se fez sentir de forma expressiva, afetando até 20% das suas linhas de produtos.

Assim, 94% dos fabricantes de bens de consumo referem ter sofrido aumentos de custos no ano passado, com mão de obra, transporte e matérias-primas a terem os aumentos mais significativos. Por outro lado, mais de um terço (36%) teve que cortar investimentos em I&D ou reduzir despesas de capital, enquanto 12% tiveram que reduzir sua força de trabalho para permanecerem competitivos, mostraram os dados.

 

“Embora as condições económicas continuem desafiadoras e 37% dos entrevistados antecipem a redução da produção no próximo ano, a indústria de bens de consumo irá perdurar”, acrescentou Michelle Gibbons, diretora geral da AIM.

Para mais, e de acordo com comunicado da Centromarca, “sete em cada dez fabricantes viram os retalhistas aumentar o preço dos seus produtos junto do consumidor. 42% dizem ter visto aumentos em linha com os que ocorreram do lado dos produtores, mas quase 22% dizem que que os retalhistas aumentaram preços ao consumidor acima do que tinham incorporado”.

 

Para Pedro Pimentel, Diretor-geral da Centromarca, “o barómetro europeu espelha algumas das dificuldades que o setor enfrenta, ainda que em Portugal comecemos a observar sinais económicos positivos que nos permitem encarar o futuro com algum ânimo. A resiliência das nossas marcas é inquestionável, mas face às disrupções na cadeia de abastecimento, à inflação e à falta de mão-de-obra qualificada, temos de continuar a investir em inovação, digitalização e qualificação profissional por forma a assegurar a competitividade das empresas portuguesas e o crescimento sustentável do setor.”

O inquérito foi realizado junto de 327 fabricantes da indústria de bens de consumo em 22 países europeus, entre os quais Portugal.

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