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Cerveja

Especial Cerveja: Resiliência e Inovação

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No dia em que se comemora o Dia Internacional da Cerveja, publicamos o artigo de fundo da edição de Junho de 2015 da Distribuição Hoje sobre o setor cervejeiro em Portugal.

É uma categoria inovadora e resiliente. Com empresas que apresentam produtos diferenciadores adequados a consumidores com gostos distintos. Apesar dos números não serem absolutamente animadores, a categoria tem demonstrado uma grande resiliência e uma vocação para inovar e tentar mudar o paradigma.

“Em termos acumulados, em volume, o mercado caiu cerca de 4%, com especial incidência para o canal da distribuição, segundo a Nielsen”, explica Nuno Pinto de Magalhães, diretor de comunicação e relações institucionais da Sociedade Central de Cervejas (SCC).No canal “off trade”, a Empresa de Cervejas da Madeira (ECM) sentiu um ligeiro decréscimo no consumo. “Já no on trade, a tendência tem sido semelhante à verificada em 2014”, diz-nos João Rodrigues, diretor de marketing, comunicação e compras do Parque Empresarial da Zona Oeste da empresa.

“Em termos acumulados, em volume, o mercado caiu cerca de 4%, com especial incidência para o canal da distribuição, segundo a Nielsen”, explica Nuno Pinto de Magalhães, diretor de comunicação e relações institucionais da Sociedade Central de Cervejas (SCC).

Marca a marca, as vendas seguem a tendência geral do mercado. “Nos últimos três anos, a Damm Portugal tem consolidado a sua presença no mercado português nos dois canais principais, Horeca e alimentar. Ano a ano, a marca tem tido um crescimento orgânico de dois dígitos”, explica Enrique Miró-Sans Gabarró, country manager Damm Portugal.

O mercado português e espanhol apresentam grandes diferenças no que respeita ao consumo. “Nos últimos anos, Portugal tem sofrido uma quebra de consumo quando comparado com o mercado espanhol que tem mantido ou até crescido (foi o que aconteceu no último ano de 2014), acrescenta o responsável”. A carga fiscal no mercado português “tem aumentado todos os anos e em 2014, o imposto cresceu 3% comparativamente a Espanha”. Por outro lado, o aumento do IVA tem “afetado muito negativamente o consumo versus Espanha que tem tido um acréscimo gradual na ordem dos 2% no Canal Horeca, evitando-se uma quebra do consumo”, sublinha o responsável.

Da parte da Unicer, a Super Bock e a Carlsberg têm posicionamentos muito distintos. “A Super Bock mantém-se a cerveja portuguesa preferida dos portugueses e a Carlsberg lidera o segmento das cervejas premium, ambas com uma forte no seu segmento de mercado”, refere Maria Estarreja, diretora de gestão de marcas da cerveja Portugal da Unicer. A maior fatia de consumo é representada pelo “segmento mainstream”, existindo, no entanto, uma maior apetência por produtos diferenciadores que vão de encontro a perfis de consumidores distintos.

É o caso do segmento das beer mixer, cervejas mais leves e refrescantes, onde a Super Bock Green ocupa um lugar de destaque, bem como a Super Bock Mix, a mais recente novidade da nossa marca líder”, revela a responsável. A marca tem ainda em consideração “os verdadeiros apreciadores de cerveja” e para tal tem lançado novas cervejas artesanais, como é o caso da “Bock Selecção 1927, em edições limitadas”.

 

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As exportações representam percentagens significativas no volume global de vendas de cerveja. No caso da SCC, em 2014, tiveram um peso de “20%” e no que respeita à ECM, “as exportações representam à volta de 10% sendo que não chegavam aos 5% em 2012”, refere João Rodrigues. A atividade internacional representa “aproximadamente 30% da faturação da Unicer” e a empresa está presente “em cerca de 50 países”, revela Maria Estarreja. Na Estrela Damm, a percentagem “ronda os 15%”.

Dos desafios às novidades

Os objetivos da SCC continuam no sentido de “satisfazer e surpreender as necessidades e expetativas dos consumidores e clientes com marcas líderes da sua preferência”, explica Nuno Pinto de Magalhães. Para o presente ano, a empresa pretende consolidar o lançamento “da Sagres Radler Lima Maçã Verde, do barril de dez litros e uma nova coluna Sagres para a cerveja à pressão, desenhada por alunos do Iade, a primeira da SCC no mercado com design totalmente português”. A empresa lançou também uma nova campanha com o mote “Em Portugal, convive-se” com a participação de César Mourão e Salvador Martinha e uma outra para a Sagres Radler sobre o mote “Ideias frescas precisam-se”. A SCC tem vindo ainda a apostar na celebração dos 75 anos da cerveja Sagres.

A ECM tem como desafio apostar no “aumento sustentado da distribuição numérica em Portugal Continental e na recuperação da rentabilidade no mercado regional”, explica o diretor de marketing. Apesar de o responsável ter noção “que os índices de notoriedade ainda são relativamente baixos, a empresa tem desenvolvido um esforço de comunicação no sentido de os melhorar. O reconhecimento é muito associado à cerveja da Madeira e a única 100% portuguesa”. A empresa iniciou a operação de comercialização e distribuição da cerveja Coral Portugal Continental no ano de 2013. “Neste momento, já é possível encontrar a nossa cerveja em todo o país, tanto no canal alimentar através da presença regular no  grupo Sonae e de ações in and out nas outras insígnias, como no canal Horeca através da nossa rede de distribuidores bem como pela nossa venda direta na Grande Lisboa”, sublinha João Rodrigues.

A ECM tem como desafio apostar no “aumento sustentado da distribuição numérica em Portugal Continental e na recuperação da rentabilidade no mercado regional”, explica o diretor de marketing

Fruto de uma estratégia que privilegia “o investimento mas também uma gestão rigorosa dos seus recursos, a Unicer é uma empresa sólida e com uma boa saúde financeira. Prosseguiremos com a nossa ambição de crescimento internacional mas sem descurar uma performance positiva dentro de portas. Celebramos em 2015 a conclusão do projeto de reconversão da nossa sede, em Leça do Balio, que tornou a empresa ainda mais eficiente e competitiva, uma obra que envolveu um dos maiores investimentos da nossa história, superior a 100 milhões de euros”, anuncia Maria Estarreja. A empresa trabalha diariamente para que “a Super Bock continue a ser a cerveja portuguesa mais vendida do mundo e a preferida dos portugueses. Em Carlsberg, continuamos focados na ativação desta marca internacional de referência em Portugal”, sublinha. Também ao nível da comunicação, a Super Bock se destaca pela inovação.

 

Forte sazonalidade

Estamos na época de consumo privilegiado de cerveja. O verão é determinante para o negócio. “Os meses de junho, julho, agosto e setembro representam cerca de 45% de volume do ano”, explica Nuno Pinto de Magalhães.

Na ilha da Madeira, esta tendência ainda é mais forte pois o consumo “é altamente sazonal, influenciado pelo turismo e pelo clima ameno que se verifica ao longo do ano”. No verão, “fazem-se mais 50% do total de vendas anuais”, afirma João Rodrigues.

“É nesta época que se concentra a maioria dos grandes festivais como o Super Bock Super Rock ou os sunsets Carlsberg Where’s The Party – entre tantos outros eventos que contam com a presença das nossas marcas”, salienta Maria Estarreja

É também nesta altura que os momentos de convívio aumentam e apesar de não receber este ano eventos desportivos significativos, o mesmo não se pode dizer relativamente aos muitos festivais e festas que acontecem ao longo destes meses um pouco por todo o país. “É nesta época que se concentra a maioria dos grandes festivais como o Super Bock Super Rock ou os sunsets Carlsberg Where’s The Party – entre tantos outros eventos que contam com a presença das nossas marcas -, bem como as festividades regionais que acontecem de norte a sul do país, como as Festas de Lisboa, o São João no Porto ou o Ponte de Lima ConVida, onde a nossa Super Bock é rainha”, salienta Maria Estarreja.

A categoria em números (dados Nielsen): 

76% dos lares em Portugal Continental compraram a categoria no último ano
Comparam 7 vezes e 3,3 litros por visita

Gastaram 5,83€ e adquiriram 3,3 litros por visita
67% do total de compras foram feitas em supermercados incluindo o Lidl
22% das compras foram realizadas em hipermercados
11% do total de compras da categoria correspondem a lojas tradicionais
97% do total de compras corresponde a cerveja com álcool
 Os 3% remanescentes dizem respeito a cerveja sem álcool
Foram adquiridos 238,1 milhões de litros em marcas de fabricante
152,7 milhões de litros dizem respeito a marcas próprias

Pode ler este artigo na íntegra na edição de junho de 2015 da revista Distribuição Hoje, disponível na Magzter.

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