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Sustentabilidade

Delta compromete-se a agir “como se não houvesse Planeta B”

Delta sustentabilidade apresentação distribuição hoje

A Delta prepara-se para lançar uma cápsula de café 100% biodegradável feita a partir de milho, cana de açúcar e mandioca e sem plástico ou alumínio. Até 2025, todas as cápsulas da marca passarão a ser ecológicas e produzidas a partir destas matérias orgânicas.

A novidade foi contada por Rui Miguel Nabeiro, administrador do Grupo Nabeiro, que esta quarta-feira (15 de maio) apresentou o seu ‘Compromisso de Sustentabilidade’ para garantir um futuro sustentável nos seus três eixos [Ambiental, Económico e Social].

 

A nova cápsula biodegradável, que chega ao mercado já no segundo trimestre deste ano e que terá uma validade de 90 dias, será acompanhada por uma nova referência de café encapsulado, um blend que se irá chamar ‘EQO’ e que possui tripla certificação – Bio, Rainforest Alliance e UTZ.

“A sustentabilidade para nós não é uma questão de moda. Está no nosso ADN. Pessoas, Comunidade e Planeta são a chave de um futuro que tem de ser sustentável (…) Temos de agir como se não houvesse Planeta B”, defendeu Rui Miguel Nabeiro.

 

“A cápsula não é um ato isolado. Hoje já temos 20% da frota comercial elétrica”, um total de 101 viaturas, mas “também em 2025 queremos ter 100% da frota comercial elétrica”, revelou ainda o administrador da empresa.

 

Com estes objetivos em mente, até 2025, todas as delegações da companhia contarão com painéis solares para autoconsumo, nomeadamente a unidade de produção em Campo Maior.

Investimento “não termina aqui”

 

Sem querer avançar ainda valores de investimento, o administrador do Grupo Nabeiro explicou que o lançamento de uma cápsula 100% biodegradável é um trabalho “com cerca de dois anos”.

“Este é um projeto que tem vindo a decorrer e que não termina aqui. Na verdade, o nosso desafio agora é de continuar a procurar mais materiais parecidos com este. Esta cápsula terá uma validade de apenas 90 dias o que é, obviamente, o trade off que fazemos de ter produtos da Natureza. Estas cápsulas são feitas de um composto que não tem plástico e que, portanto, não conserva da mesma forma. Isto quer dizer que o investimento não está terminado. Continuaremos a pesquisar para encontrar novos materiais e soluções ainda melhores do que esta que nos possam, de alguma forma, garantir um shelf life um pouco maior.(…) Não temos dinheiro para investir em Marketing de Sustentabilidade, mas tenho um valor para Inovação, e a Inovação já valerá 6 ou 7% da nossa faturação global”, revelou ainda.

E com uma cápsula produzida inteiramente com matéria orgânica, a empresa terá que “montar uma cadeia logística suficiente para sermos capazes de tratar isto quase como se fosse um perecível, porque é disso que se trata. É quase como se fosse um produto fresco. Se quisermos fazer isto de uma forma séria, temos de estar conscientes de que este é um trade off que temos de fazer (…) Não temos ainda um princing determinado, mas a cápsula será mais cara, naturalmente (…) É um investimento que temos de fazer nesta mudança.”

Café açoriano será o primeiro da Europa
Outra das novidades apresentadas pela empresa foi uma parceria com a Associação de Produtores Açorianos de Café (APAC), um compromisso para os próximos 15 anos que tem como objetivo colocar nos lineares o primeiro café 100% português e o primeiro produzido na Europa.

Rui Miguel Nabeiro revela que o projeto passa por capacitar os produtores de café açorianos que atualmente produzem apenas cerca de 9 toneladas anuais. A longo prazo, a empresa pretende colaborar com 500 produtores e ter na produção açoriana um dos seus fornecedores.

José Bernardo, Presidente da Associação de Produtores Açorianos de Café (APAC), sublinha que sem esta parceria “não chegaríamos a lado nenhum. Com a Delta Café podemos contribuir para melhorar e aumentar o café. A produção de café pode ser uma alternativa à produção de leite [nos Açores] como forma de rendimento para os agricultores”.

O primeiro-ministro, António Costa, que marcou presença no evento, defendeu que “os Açores não podem depender apenas da monocultura da vaca”. “Sabemos que os Açores é o único sítio da Europa que tem café (…) É com esta parceria [entre os cafeeiros açorianos e a Delta] que nós vamos passar a poder beber aqui café dos Açores” e “vai ser seguramente um grande compromisso para a sustentabilidade” da região.

Em declarações aos jornalistas, Rui Miguel Nabeiro sublinhou que ainda não sabe quando será possível colocar o café açoriano no linear e lembrou que “há muito trabalho a fazer. Nesta altura, o nosso trabalho será de formação. Tivemos uma equipa do Brasil que veio fazer um trabalho de levantamento das necessidades e, acima de tudo, verificar se era possível ou não. De facto, existem lá alguns pés de cafés, mas isso não significa que seja possível fazer produção em massa. E é possível! Os resultados são muito positivos.”

Com os pés assentes na terra assume, no entanto, que “a Delta não irá consumir só café dos Açores. Hoje, os Açores produzem 9 toneladas de café por ano, o que é muito pouco. Aquilo que é feito é para consumo local. É torrado e vendido localmente e o trabalho que nós queremos fazer é levar uma equipa para dar formação às pessoas, por exemplo, de microgestão ou coisas como saber trabalhar com Excel, saber como plantar a planta e quando é que deve ser removida e colocar uma nova…Vamos ter uma equipa no local a trabalhar diretamente com os agricultores. Está aqui um trabalho muito grande. Este é um projeto a 15 anos e dizer que este ano vamos ter já café dos Açores seria estar-lhe a mentir porque o que iríamos estar a vender é o café que estes produtores já produzem.”

O administrador do Grupo Nabeiro explicou ainda que a empresa assume com estas famílias o compromisso de “apoiar e investir no desenvolvimento da produção” e ainda a garantia de que “vamos comprar o café. Essa é a tranquilidade que queremos dar a estas famílias: o que produzirem está garantido que compramos. Falamos da possibilidade de daqui a 15 anos poder tocar em 500 produtores diferentes. Neste momento estamos a falar de apenas 20 ou 30 produtores. Há um potencial para poder chegar a muitos mais que não produzem ainda café, mas que podem vir a produzir. A ideia é produzir em todas as ilhas.”

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