Os pagamentos realizados através do telemóvel terão atingido em 2016 os 768,8 mil milhões de dólares, num total de 26 mil milhões de transações realizadas, um número que ultrapassa largamente (em 42%) os quase 19 mil milhões de operações realizadas pela mesma via um ano antes, em 2015.
Neste universo, a aquisição de bens e as transferências de dinheiro são as operações mais recorrentes, para quem faz pagamentos através do telemóvel, representando 90% das transações processadas. Até 2020, as previsões indicam que o crescimento se mantenha e alcance uma taxa anual média de 39,1%, para no fim da década chegar aos 2,89 biliões de dólares em todo o mundo.
As regiões do globo que mais têm impulsionado este crescimento são aquelas onde os cartões bancários e outros sistemas de pagamentos eletrónicos não chegaram a ganhar tração, como é o caso de África ou da região Ásia-Pacífico (excluindo o Japão), onde muitos utilizadores migraram quase diretamente da utilização da moeda para os pagamentos móveis. Fora destas zonas, é na Europa Ocidental que as transações móveis mais têm ganho destaque, em número e em valor.
A pesquisa realizada pela Future Maket Insights também apurou que a China é o país que mais tem crescido neste domínio e que manterá a mesma tendência, uma realidade influenciada pelo lançamento neste mercado, ao longo do ano passado, dos serviços de pagamentos móveis da Apple e da Samsung.
Enquanto a China continuará a liderar nas transações móveis em volume, África garante a liderança nas transações em valor, com uma quota global de 32% e mais de 100 milhões de utilizadores. O estudo destaca o sucesso de projetos como o M-Pesa no Quénia, que além de fomentar a utilização deste tipo de serviços no país, criou um efeito de contágio para outras geografias no continente.
O SMS e o WAP/WEB continuam a ser as tecnologias mais usadas para dar suporte a transações móveis. As compras realizadas com recurso a mensagens de texto terão crescido 28% em 2016, para transações na ordem dos 385 mil milhões de dólares. A utilização de tecnologias mais recentes e mais complexas, como o NFC, terá crescido 59%.
O estudo da FMI identifica, no entanto, um conjunto de constrangimentos, que vêm atrasando a adoção de soluções móveis de pagamento de forma ainda mais generalizada, onde se destaca a falta de terminais POS compatíveis com as tecnologias de pagamento que os utilizadores já têm à disposição. As mais relevantes são hoje o PayPal, Visa, MasterCard, Google Wallet, Apple Pay, Samsung Pay e Alipay.