Segundo António Coelho, dirigente do SITE – Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente, a greve, que é cumprida em dois períodos de trabalho (10:00 – 12:00 e 17:00 – 19:00), registou na manhã do dia 18 de junho, uma adesão de “pouco mais de 50%”.
O responsável assume que “a adesão está dentro daquilo que era esperado face às greves que aconteceram nos dias 11 e 12, que tiveram uma adesão como a atual”, embora reconheça que uma aderência maior “levava a que a pressão junto da Reditus e da EDP fosse mais forte”.
O sindicalista lembrou que os trabalhadores, que ganham o salário mínimo nacional de 485 euros, lutam “por aumentos salariais”.
Em março, os operários aprovaram, em plenário, uma reivindicação salarial que apresentaram à empresa Reditus que prevê aumentos salariais de forma escalonada “desde cinco euros até 60 euros, que varia em função da antiguidade que os trabalhadores têm”, referiu António Coelho.
Acrescentou que a empresa gestora do call center “diz que não procede a qualquer aumento salarial” alegando que a sua exploração “não permite” que o faça.
A resposta da administração não é aceite por trabalhadores e sindicato, que lembram que a Reditus teve um “lucro de 1,5 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, onde a atividade do ‘outsourcing’, caso do call center de Seia, contribuiu para esses lucros”.
Para o dirigente do SITE “não é aceitável que estes trabalhadores, neste quadro, tenham salários tão baixos, ainda, por cima numa atividade que é extremamente desgastante”.
António Coelho apontou que na unidade de Seia são atendidas as avarias, leituras, faturação e vendas da EDP, assumindo que está ali “a imagem da EDP” e os colaboradores “devem ser tratados bem, a começar pela melhoria das suas condições de vida e de trabalho”.
Fonte da administração da empresa Reditus, contactada pela agência Lusa, adiantou que “as negociações estão a decorrer com o sindicato e com os trabalhadores”, não avançando mais pormenores sobre o assunto.